Capítulo II

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Quinze minutos depois, Cellbit descia na estação Chume Labs.
O lugar era todo de concreto branco com muitos detalhes em azul e verde.

Entrando por uma passagem lateral, ele se depara com um jardim incrível no topo de uma montanha altíssima. Conseguia ver o mar e o topo das árvores dali. O dia estava estranho, mesmo ali o céu não estava limpo, claro que estava melhor do que em sua casa, não estava frio ou sombrio, mas o sol tao pouco aparecia por completo.
Talvez tenha ficado muito tempo pensando pois algo atinge suas costas.

- Ai! Richas!

O garotinho deixa cair algumas pedrinhas brancas no chão, fazendo gestos frenéticos para o pai se apressar.

- Calma, estou indo. Ai, isso machuca. - O loiro esfrega o local da pedrada fazendo uma careta de dor.

Richas dispara para dentro do que parece ser uma sala de estar revestida de madeira com dois sofas grandes de cada lado azul e verde, mesa de centro, tapete persa e alguns quadros que ele Cellbit reconhecia como obras de seu filho ja que em seu castelo havia pelo menos cinco ou seis quadros pintados por ele.

O pai segue o garotinho, que passa por uma longa mesa com duas poltronas em frente a uma parede com uma estante ampla cheia de livros. Richarlyson corre os dedos pela madeira da estante pressionando um botão que aciona um mecanismo que faz parte da estante se mover, revelando um longo corredor branco com trepadeiras nas paredes.

- Ok, por essa eu não esperava.

Admirado, ele caminha pelo corredor que acaba em um elevador onde finalmente eles chegam em um laboratório altamente tecnológico. Mesmo sendo acostumado a tecnologia, Cellbit se admirava com os braços e ate modelos humanóides robóticos que os moços criaram ali.

- Minha nossa o que eles fizeram por aqui?

Richas ri, caminhando entre bancadas com tubos de ensaio, frascos com líquidos coloridos borbulhando mesmo fora da infusão.

Mais ao fundo eles divisam uma figura de cabelos pretos e jaleco branco por cima de um moletom azul de capuz, curvada em uma mesa longa, mexendo em algo que se parecia muito com uma perna robótica, sentado em um banco alto de estofado azul.

Richas abraça a cintura do homem que abandona o projeto para abraçar o garotinho.

- Richinha! Bom dia, filho! Ah oi Celbinho, tudo bom?

- Oi moço, trouxe o Richas aqui mas ja to me arrependendo...

- Porquê? Ele fica aqui comigo direto, quando não estamos construindo, é claro. Mas ele passa muito tempo aqui. Qual o problema?

- Sei la Pac, parece que tudo aqui vai explodir a qualquer momento.

Pac, ri. Encaixando a perna mecânica no lugar, se aproximando do loiro que observa a mesa de experimentos desconfiado.

- Nunca colocaria nosso filho em risco. E sei que esse seu medo é apenas disfarce para esconder o que pensa. Afinal se fosse mesmo perigoso você não deixaria o Richas comigo e com o Mike por tanto tempo.

Cellbit apenas suspira antes de cruzar os braços, desviando o olhar. Pac o conhecia a anos, a pior versão de si. Não havia como esconder certas coisas dele. Ainda assim se esforçaria.

- Bem, ele quebrou a prótese. Por isso...

- Que? De novo? Filho eu fiz uma anteontem pra você!

Richas cora e faz sinais para o pai se calar, olhando envergonhado para Cellbit.

- Ah então ele ja tinha quebrado a prótese? Muito bom saber...

- Pai eu gosto de explorar as coisas mas eu sou manco...

Sussurros da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora