Meruem e Komugi {Sonho Eterno}

𝙰 𝚛𝚎𝚜𝚜𝚞𝚛𝚛𝚎𝚒𝚌̧𝚊̃𝚘 𝚍𝚊 𝚊𝚕𝚖𝚊

Debaixo da terra, um rei extremamente poderoso e uma mulher cega jogam um jogo.

O rei nunca alcançará a vitória e a mulher nunca verá a luz do dia de novo.

Apesar disso, ambos continuam a jogar naquela sala escura, fria e isolada.

Ambos esperando que o outro não durma antes de finalizar a partida.

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- "Você ainda está aí, Komugi?"

O rei murmura esperando uma resposta.

- "Sim, sim! Eu ainda estou aqui."

A mulher responde, efetuando sua próxima jogada.

O rei a acompanha e efetua um movimento.

A cada jogada, o rei volta a perguntar.

- "Komugi, ainda está aí...?"

Ele pergunta já muito cansado.

- "Sim, estou aqui, Senhor Meruem. E daqui eu não saio!"

A mulher responde solenemente e efetua um contra-ataque.

- "Talvez eu vá descansar um pouco... enquanto eu durmo, podes me fazer um favor, Komugi...?"

O rei encosta seu corpo rígido no assoalho abaixo.

- "Claro, Senhor Meruem."

A voz da mulher respondeu, sempre solene e sutil.

- "Segure minha mão... e me chame somente de Meruem, por favor."

Os dedos do rei alcançaram a mão da mulher.

A mulher segurou sua mão enfraquecida com delicadeza, se inclinando para perto do seu corpo caído. Sua outra mão averiguou e acariciou o rosto da sua majestade, imaginando o seu semblante em sua mente.

- "Komugi...- murmurou com o fôlego que ainda restava - ...ⁿᵃ̃ᵒ ᵐᵉ ᵈᵉᶦˣᵉ ˢᵒᶻᶦⁿʰᵒ..."

A mulher se enclinou para perto do corpo do rei e sussurrou.

- "Boa noite, Meruem. Logo logo, ᵉᵘ ᵉˢᵗᵃʳᵉᶦ ᶜᵒᵐ ᵛᵒᶜᵉ̂..."

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Não houve mais nenhuma troca de sentenças ou palavras naquela noite.

Ambos dormiram naquele quarto subterrâneo e escuro.

Mas, antes de suas consciências sumirem em meio a essa eterna noite, eles relembraram dos seus melhores momentos jogando Gungi.

O corpo de Komugi reagiu a esses momentos instantaneamente e num ato de desespero a sua aura brilhou pela última vez!

A intensidade foi de tamanha grandeza que transferiu a sua consciência para outro lugar...

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- "Ehrrr..."

A mulher se levantou com dificuldade e apalpou os seus arredores, a textura do chão lembrava uma grama macia.

-"...Onde fui parar...?"

De repente ela se lembrou de algo importante.

- "S-Senhor Meruem?! Senhor Meruem?! O senhor está aí?!"

A brisa suavemente soprou em seus cabelos brancos e moveu suas vestes humildes, como se quisesse responder a sua pergunta.

Instintivamente, ela abriu os olhos acinzentados que não costumavam enxergar, somente para se deparar com a mais maravilhosa visão de todo o mundo.

Era uma enorme planície infestada de flores de todas as cores e tamanhos, onde o sol agradavelmente brilhava sobre sua pele pálida.

Mas como pudera enxergar? O que era aquele local? E onde estaria o seu amo, senhor Meruem?

Tudo, nos próximos capítulos!