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Olá, pra quem não me conhece eu sou a Thali e minha conta (S0LARIE) foi removida do wattpad, portanto, estou aqui tendo que recomeçar do zero.

Agradeço desde já se puder me ajudar deixando o seu comentário e o seu votinho, é muito importante no engajamento da fanfic.

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Bakewell - Inglaterra

Quando eu tinha oito anos de idade, eu disse à minha mãe que o barulho da chuva era de um azul bebê e que os cânticos dos pássaros me entristecia de uma forma que as lágrimas rolavam pelo meu rosto sem eu sequer perceber. A cor verde tinha um um gosto levemente amargo, não era ruim mas também não era bom. Talvez fosse por saber que era verde. Minha mãe, no entanto, não entendeu o que eu estava dizendo e pediu para que eu parasse de brincar, parasse de usar tanto a imaginação pois um dia isso me levaria à loucura.

Então eu menti, disse-lhe que não via mais as explosões multicoloridas e que não sentia mais o aroma das coisas que não deveria ter cheiro, e ainda afirmei que já não sentia-me entristecido quando os pássaros cantavam. Mesmo que tudo ainda permanecesse dentro de mim, como parte de mim

Mesmo que as segundas-feiras ainda fossem de um roxo forte e as terça-feiras de um cinza sem graça, as notas musicais ainda eram àquela explosão colorida diante dos meus olhos.

Foi aos doze anos que meu pai se manifestou sobre o assunto pela primeira vez, quando senti uma dor muito forte em meu braço direito. Meus ossos se quebravam, partiam ao meio me deixando agonizando de dor, enquanto eu observava a minha irmã mais nova pedalar de bicicleta sobre a ponte do rio nos fundos da nossa casa. Quando ela caiu, quebrando seu braço direito, percebi então que a dor que eu estava sentindo não vinha de mim, e sim de minha irmã. Eu não entendia o que tinha acontecido naquela época, e isso não quer dizer que eu entendo agora.

É só que... Muitas coisas na vida não tem explicação.

Como eu poderia explicar que o meu mundo é completamente colorido? Uma mistura multicolor completamente louca? Como eu poderia explicar que vejo o verde conforme o cântico dos pássaros e que o seu canto me entristece? Como vou explicar que sinto o gosto das cores e que o barulho da chuva me faz ver aquele azul bebê mais lindo? E claro, há também uma explosão cheia de cor diante os meus olhos conforme o som das notas musicais ressoam até os meus ouvidos.

Mas de uma coisa eu tenho certeza.

Nada se compara com o amarelo intenso do som daquela voz.

Então, muito prazer, me chamo Min Yoongi, tenho dezessete anos e estou no último ano do ensino médio e a música é a minha maior paixão. As cores também.

Apaixonei-me por sons quando eu ainda era bem novo, na época não fazia ideia do porquê de eu ver formas coloridas conforme ouvia algum som qualquer, eu apenas achava bonito. Ou o porquê da cor vermelha ter um gosto extravagante. Nem mesmo o motivo de que quarta-feira era azul e quinta-feira amarelo. Todavia, aos doze anos eu finalmente soube o que aquilo significava: sou sinestésico.

Em outras palavras, tenho sinestesia. E não, não se trata de uma doença. É genético e herdei do meu pai.

Com os anos, eu aprendi a lidar com toda a diferença na qual eu pertenço no mundo. Aprendi a me precaver quando algum som, de alguma forma, vinha para me deixar abalado, para me enfurecer ou me deixar deprimido. Meus fones de ouvido estão aí para isso. Meu violoncelo se tornou o meu maior aliado, se tornou parte de mim e meu ponto de refúgio.

Aprecio bastante o gosto das nuvens, porque não precisa ter sinestesia para saber que elas tem gosto de algodão-doce azul.

Depois que consegui entender um pouco melhor sobre sinestesia, eu passei a odiar ter isso, me fazia parecer alguém anormal, porque convenhamos, sentir cheiro de cores não é normal, muito menos ver as próprias cores nas pessoas. Mas eu passei a lidar com isso, a saber entender os meus próprios sentidos, principalmente quando os cinco viram uma confusa salada sensorial.

Porém, recentemente conheci um garoto, e estar perto dele me trazia uma tranquilidade sem igual. Era como estar no topo mais alto de uma montanha, sentindo uma brisa suave bater contra o meu rosto e bagunçando os fios dos meus cabelos. Meu coração desacelera, batendo em um ritmo calmo e sossegado. No entanto, esse garoto havia me intrigado de alguma forma, porque era o único em todos os meus dezessete anos de vida que vi aquele tom.

E eu vou contar o porque do amarelo ter se tornado a minha cor favorita.

O amarelo de Jung Hoseok.

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Amarelo em Você | sopeOnde histórias criam vida. Descubra agora