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Vini estava tão próximo de marcar, cara a cara com o goleiro. Pouco antes de chutar, sentiu uma dor enorme na perna, como se alguém tivesse atingido sua perna. Ele caiu, tocando o tornozelo atingido. O árbitro marcou falta, e seus olhos queimaram de tanta fúria.

Depois da dor parecer ter ido embora, preferiu esquecer e continuar o jogo, enquanto o menor continuava discutindo. Novamente, aquele garoto machuca, dessa vez um dos seus companheiros que se contorce de dor. O árbitro levanta um cartão amarelo, e ele é controlado por seus adversários.

O brasileiro finalmente vê o garoto sozinho, propositalmente esbarra nele. — Qual o seu problema? — questiona, virando-se de frente para o adversário.

— Meu problema? Você é o problema! É melhor parar de agir como uma criança colocando os pés para os outros tropeçarem. — Estavam tão próximos. Odiava ver aquele sorriso, sentia vontade de socá-lo. Gavi se aproximava ainda mais, tornando uma distância perigosa.

— É melhor você calar a boca! — O espanhol parece estar prestes a socá-lo. Junior se questiona mentalmente por que sentiu que aqueles olhos desceram para sua boca. O merengue o empurra então.

O juiz apita o final da partida. Eram 2 a 1 para o Real Madrid. Era sempre doloroso perder no clássico, e ambos os times concordavam. Mas o brasileiro não ligava se doía quando queria provocá-lo. Ele coloca a mão em seu pescoço.

— O que você está sentindo agora? — ele sussurra no ouvido do espanhol.

O espanhol empurra seu corpo, as mãos em punhos cerrados alcançam seu rosto, e o nariz do brasileiro começa a sangrar no mesmo instante. Aquilo o assusta momentaneamente. Antes que possa revidar, ele é tirado de lá por seus colegas.

As respirações são intensas, ele tem as mãos em punhos cerrados enquanto olha fixamente para qualquer coisa que o distraia desse sentimento de remorso. Vinícius não quer ser grosso com as pessoas que tentaram apaziguar a situação, nem com os amigos que tentaram consolá-lo.

Ele lembra da expressão assustada e surpresa do garoto quando seu punho acertou seu rosto, e o nariz começou a sangrar no mesmo instante. Ele parecia preocupado. Sua expressão muda drasticamente para um sorriso quando o brasileiro se aproxima prestes a revidar.

Para o brasileiro, ele não havia feito nada demais, nada que o espanhol não merecesse. Ele provocou porque sempre faziam isso um com o outro.

O brasileiro jura que tentou acreditar nisso, mas de repente estava pensando naquele idiota de novo e de novo. Ele provocou, ultrapassou os limites.

Ele fica no vestiário até um certo tempo depois de tomar banho, refletindo sobre o que fez. Ele não devia ter feito isso, foi então que teve a ideia mais burra de toda sua vida. Ele decide passar no vestiário do Barcelona para pedir desculpas.

A porta estava entreaberta. Antes de entrar, decidiu verificar se não seria constrangido com seus adversários pelados. Seus olhos arregalaram, e sua testa franziu ao ver o garoto sem camisa. Mas o que o chocou foi perceber que Bellingham estava ali; estavam muito próximos. O inglês estava com a mão na coxa do menor, segurando-a como se tivesse intimidade.

— O que você pensa que está fazendo? — Gavi perguntou enquanto o maior estava tão próximo de seu rosto, olhando fixamente para seus lábios. A mão que estava na coxa subiu para o rosto, começando a acariciar as bochechas. O madridista aproveitou a oportunidade e selou seus lábios. Pablo sentiu seu coração errar as batidas; era a primeira vez que beijava um homem, não acreditava que estava cedendo.

O inglês sorriu quando o menor cedeu, podendo explorar mais daquela boquinha. Suas línguas se entrelaçaram de maneira sincronizada, o calor de seus corpos aumentou. As mãos negras desceram para a cintura do espanhol, puxando-o para seu colo, mas então foram interrompidos. O barulho da porta sendo fechada com tanta força fez com que parassem imediatamente.

Gavi sentiu seu coração disparar novamente; todo seu corpo estremeceu. — Alguém estava ali atrás da porta todo esse tempo. — Sua voz soava embargada, sentia que estava querendo lhe dar uma crise de ansiedade. — Por que você foi fazer isso? Não tinha que me provocar, ainda deixou a porta aberta. Qual o seu problema? — O menor decidiu que o melhor era arriscar; ele vestiu a primeira camisa que viu.

Ele correu, e a única pessoa que viu foi Júnior, no corredor. Ele parecia tão tenso quanto ele estava; era o que Gavi pensava. — Ainda estão dando entrevistas? — Questionou o menor. Ele notou cada detalhe, sinal de desconforto, etc.

— A-acho que sim, você também não foi embora. — Disse o óbvio. Pablo estremeceu novamente; ele olhou para baixo inseguro se devia perguntar ou pedir desculpas. Mas se assustou ao ver algo grande que marcava a calça cargo, estava assim alguns minutos, mas quando se assustou não havia mais clima.

— Você tá bem? — Quando Vini virou o rosto encontrando o do menor, ele pensou que fosse ser por causa do seu nariz. Ele queria que fosse.

— Não se preocupe, você não bate tão forte assim. — Gavi suspirou fundo; o brasileiro não tinha entendido, e era melhor assim. Tinha que admitir que em outra ocasião, ele discutiria. Mas estava preocupado com o que o brasileiro faria se o provocasse.

— Por favor, esquece tudo o que você viu. Normalmente não sou assim, não gosto nem dessas coisas. — A última frase soou quase como um sussurro para os dois. O brasileiro engoliu um seco; ele realmente queria fazer o que o menor pediu, mas ele não conseguiria.

— Até logo, culé! — Ele deixou um sorriso gentil antes de desaparecer da sua vista; Gavi interpretou como uma boa resposta ao que falou. Ele pode finalmente respirar tranquilamente.

Tudo o que (não) deveríamos fazer - Gavini / Gallingham Onde histórias criam vida. Descubra agora