O Começo

13 8 22
                                    

Letícia observou o namorado; ele parecia irritado. O que ele pensou que ia encontrar dentro do baú, questiona ela mentalmente. Ele pegou nas malas e saiu do quarto. Ela encostou-se na janela do quarto e observava o namorado colocar as coisas dentro do caminhão.

Seus olhos se encontram, e ela pode ver a sua expressão ficar muito séria.

- O que foi? – Perguntou a ele. – Só estou terminando de fumar.

Ele corre para dentro da casa. Ela, preocupada, joga o cigarro pela janela. Dentro de segundos, o André estava dentro do quarto, quase sem ar. Respirava ofegante e procurava por toda a parte, até olhou por debaixo da cama. Ela assusta, sem entender o que se passava.

- Tá tudo bem? – Pergunta ele quase sem voz. – Ela, sem entender, continua observando ele. – Eu perguntei se estás bem, caramba. - grita.

- O que raios te deu, cassetete? – Grita ela. – Ele passa a mão pelo cabelo, totalmente assustado e aflito.

- Quando te vi na janela a fumar, havia uma sombra atrás de ti. Eu sei que é loucura, mas eu vi. A porcaria de uma sombra atrás de ti.

Letícia pestanejou, sem entender o que acabara de ouvir.

- Andaste a beber?

- Sabe que não bebo. – Respondeu ele.

- Então de onde tiraste essa merda, André? Estás a brincar comigo? Só pode.

- Ok, talvez seja o cansaço. Eu imaginei coisas. Peço desculpa. É que aquela coisa pareceu tão real, Leti.

- Está bem. Vou levar as malas. – Diz ela pegando numa mala e saindo do quarto.

Desceu as escadas, atravessou a sala, ao chegar na porta ouve o André chamar por ela na cozinha. Ela suspirou, voltou para a cozinha sem sair do lugar e respondeu:

- O que foi?

Sem obter resposta, suspirou e disse:

- André, eu acho que devias começar a se comportar como um adulto.

- Porquê? – a voz do André atrás dela a fez pular de susto.

- Mais o que raios, André?

- Com quem estás a falar?

-  Acabaste de me chamar na cozinha.

- Eu estava na escada quando te ouvi a falar.

Letícia encara o namorado confusa. – Ouvi a sua voz vindo da cozinha. A pouco tempo chamaste-me.

Ela dá de ombros, ele segue em direção à cozinha, e ela sai com as malas para fora. Letícia coloca as malas dentro do caminhão e vira-se para a casa.

Viu uma figura na cozinha. A sua mente não soube processar o que acabara de ver, então concluiu que era uma silhueta de alguém. Não parecia ser o seu namorado. Um ladrão talvez.

Nervosa, gritou por André, e este apareceu logo na porta de entrada.

- O que foi?

- Tem alguém na cozinha. Eu vi. – Ele voltou para dentro, e ela foi atrás. Não havia ninguém na cozinha. – Talvez tenha saído por aquela porta. – Diz ela, indicando a porta que dava para o jardim. Ele caminhou em silêncio até a porta, ficando totalmente de costas para ela. – André, posso saber o que estás a fazer? – Ele não responde. Ela engoliu em seco. Por algum motivo, estava a ficar nervosa. Algo a assustava. Respirou fundo e perguntou de novo. – André, está tudo bem?

- Não sei, diz tu.

A voz do André atrás dela fez Letícia pular de susto; ela quase caiu no chão. O seu corpo começou a tremer. Estava suando frio. Ele estava com uma cadeira na mão direita, parado atrás dela.

VOCÊ ACREDITA?Onde histórias criam vida. Descubra agora