Já faz três anos que Jung Wooyoung vivia na casa do alfa que mora no topo da montanha.
Quando tudo começou tinha apenas vinte três anos, era enfermeiro que servia na guerra de território entre as duas maiores cidades de Jango, e foi lá em que conheceu Choi San, o alfa que comandava as tropas do Sul. Estava ferido com as pernas machucadas, não havia o que fazer, até que foi salvo por um homem, um homem que lhe deixou em um lugar seguro antes de voltar para o campo de batalha.
Não conseguia se mover e por isso ficou no lugar onde foi colocado, horas haviam se passado e mesmo assim permanecia imóvel esperando, mas não sabia exatamente o que esperava, aquele alfa não havia prometido voltar, nem mesmo trocado poucas palavras ele fizera, apenas o deixou em um lugar seguro e se foi. Não conseguia esquecer o tamanho alívio que sentiu quando viu novamente o alfa, aquele que o salvou de olhos vendados, o que não via a sua volta, mas não tropeçou em momento algum quando estivera com o ômega no colo.
Nos dias atuais se esforçava para servir a altura o homem que lhe salvou, com o tempo ganhou a amizade do Choi, e depois de ganhar o amor nunca pensou em ir embora.
— Senhora Gon, por favor, faça uma sopa para o jantar de hoje — pediu para a mulher que trabalha na cozinha, junto com mais três assistentes — Está frio e receio que o mestre possa se resfriar.
— Sim senhor Jung, farei um ensopado de carne reforçado para que o mestre não sinta fome depois da refeição — respondeu educadamente ao ômega, com um pequeno sorriso humilde, ela o tratava como um filho.
Naquela casa trabalhavam poucos empregados, na cozinha eram quatro pessoas a cozinheira principal e seus assistentes, haviam duas empregadas que limpavam a casa, o jardineiro que mantinha as roseiras em perfeito estado. E um cocheiro, mas como o último havia sido demitido recentemente, Mingi, o assistente de San, estava à procura de outro.
— Senhor Jung, como vai ser a ceia de natal esse ano? — Gon perguntou, começando a preparar os ingredientes para o jantar.
— Eu acabei me esquecendo, ultimamente não temos muitos motivos para comemorar — disse suspirando — Irei planejar algo para todos esse ano, pode me ajudar a preparar uma lista?
— Claro que sim, senhor — disse alegre — Teremos rabada?
— Não, esse ano não.
Wooyoung realmente não tinha muitos motivos para comemorar esse ano, as perdas que sofreu ainda lhe marcavam, mas a esperança ainda existia em seu peito e não podia decepcionar os empregados que todos os anos comemoravam junto com o chefe da casa, como uma bela tradição.
Pegou o bule de chá que uma assistente deixou pronto no balcão e foi em direção ao escritório do alfa, não tinha muitas palavras para descrever Choi San, principalmente quando a maioria delas era gratidão. Deu três toques na porta, entrando apenas quando ouviu a voz permitindo sua entrada, sorriu andando em passos calmos para não derrubar a bandeja, serviu duas xícaras e sentou-se no banco frente ao alfa.
— Não vejo Mingi, onde ele está? — tomou um gole do chá, tomando cuidado para não se queimar com o líquido quente.
— Aprecio a amizade dos dois, mas não está perguntando demais sobre ele? — sentiu o cheiro aromático de jasmim que tanto gostava, logo bebendo o chá servido pelo Jung.
— É a primeira vez — respondeu emburrado, sentindo o chá aquecer seu corpo.
— Hoje.
— Sabe que me preocupo com ele, somos amigos — disse deixando a xícara de lado para se sentar no braço da cadeira de San — Como está o trabalho e o novo livro de braille?
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O Alfa - WooSan
FanfictionNaquele Natal ninguém tinha motivos para comemorar, ainda que os empregados apoiassem uma grande festa, os donos da casa não andavam com o espírito natalino neste ano. Em uma semana a decoração mais esperada ainda não havia sido feita, aquele tão es...