Estar próximo do sonho é algo grandioso, se aproximar da sua primeira grande conquista é m sentimento único, não dá pra se comparar com meros desejos triviais do dia a dia, quando você sente que é certo, quando não lhe resta dúvidas, você simplesmente segue, sem olhar pra trás, e sim pode até haver coisas que você gostaria de ter feito diferente, mas, nunca irá se arrepender de ter seguido esse caminho.
Já havia se passado dois dias desde que Sean me pediu em casamento, como esperado, não conseguimos nos despedir, apenas deixei uma mensagem de boa viagem, mas não pareceu o suficiente, estamos há muitos anos na vida um do outro, e essa seria a primeira vez que passaríamos tantos dias longe um do outro, numa distância gritante dessa vez.
Eu estava penteando meus cabelos, estava pensativa desde o jantar, não tive notícias de Daiana o fim de semana inteiro, ao que parece, Daiana e Marie estavam em sua quinquagésima lua de mel no dormitório de Marie, já que a mesma não tinha colega de quarto, as manhãs eram animadas e as noites mais ainda, foi que ouvi de Heitor.
Finalizei meu cabelo como de costume e abri a gaveta da minha escrivaninha para puxar o meu fichário, meus olhos varrem toda a gaveta até avistar a pequena caixinha aveludada, ainda com o anel em seu interior, arrasto minha mão até encontrá-la e a observo, cada detalhe minucioso do delicado anel, a gema vermelha reluzente, a letra L em se interior e um desenho da balança da justiça no entorno da caixa. Eu deslizava meus dedos sobre o anel ao fim de dizer a mim mesma que aquilo era real e não mais uma ilusão ou conto de minha mãe.
Ele realmente havia feito a proposta, e em contrapartida eu pedi um tempo de nós dois, apenas uma maneira simplória de negar seu pedido, e o mais estranho era eu não ter me arrependido disso. O que será de mim até a sua volta?
[...]
Retirei os pensamentos intrusivos da minha mente, precisava focar no que o professor tediosamente falava, não queria estar ali, minha mente agora era minha maior inimiga, gostaria de voltar ao ensino médio apenas para poder sentir menos culpa caso eu cabulasse a aula. Bom, eu não tinha escolha, estar na universidade significava meu amadurecimento, certo?
Mais duas horas se passaram assim, minha vontade de talvez morrer ali mesmo estava quase chegando ao seu estágio mais avançado, com certeza cometeria alguma atrocidade a qualquer momento. Minhas lamentações foram cessadas quando ouvi o professor dizendo que estávamos liberados, ah, foi como música para os meus ouvidos. Me retirei dali rapidamente, ouvi ligeiramente alguns dos veteranos dizendo que a tarde toda estaríamos livres das aulas já que por algum trágico destino, ou uma benção necessária, a universidade seria palco de palestras. Indesejáveis para alguns, mas era uma maneira fácil de conseguir horas extras na faculdade, facilitando mais as notas ou sua ascensão na carreira. Ponderei se deveria participar o não, de qualquer forma a participação não era lá obrigatória, então segui sem muitas preocupações ao dormitório, precisava dar um descanso a minha mente.
Eu estava tão concentrada em voltar para o dormitório que não prestei atenção as pessoas a minha volta, o que ocasionou em um belo tropeço na pessoa a minha frente.
"Ai, meu Deus me desculpa, eu não queria..."
"Ei, oi, Lucy, está com pressa hoje?"
"Eleanor?"
Fiquei surpresa em vê-la desse lado do campus, ela deve ter percebido a minha confusão, pois logo sorriu.
"Eu vim resolver algumas coisas com a Samara, uma amiga minha, ela faz história desse lado do campus, e você, está fugindo de alguém?"
"Ah...é, mais ou menos"
Eleanor me olha intrigada com a resposta.
"Estou fugindo das palestras!"
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De Todas Às Vezes Que Eu Neguei...
RomanceLucy, uma mulher de uma família estruturada, segue os passos da sua família para se tornar uma advogada de sucesso, ao entrar na faculdade de seus sonhos ela encara um misto de sentimento que não consegue compreender. Ao ser pedida em casamento pelo...