O melhor presente.

A dor de perder alguém.

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  Términos são sempre difíceis. E com o coração partido em milhares de pedacinhos, Thomas chorava dentro do carro, lamentando por deixar as coisas chegarem naquele ponto.

“— Eu preciso de um tempo, Thomas. Eu preciso me reencontrar. Eu ainda te amo, mas não podemos continuar assim… —” A voz magoada e chorosa de Zendaya ecoou em sua mente, a lembrança recente o martelava em seus pensamentos.

        O coração parecia doer ainda mais com a lembrança auditiva, com o cheiro melancólico que preencheu o ambiente. Ele amava aquela mulher e não queria que as coisas terminassem assim. Sabia que jamais seria apenas “um tempo”, as coisas haviam esfriado, as discussões, as noites dormindo separadas e as lágrimas se tornaram mais frequentes. O amor ainda existia, só estava encoberto por milhares de inseguranças em um momento delicado na vida deles. Um momento que era para ser feliz na vida de qualquer outro casal, porém que na vez deles era algo completamente tenso e desagradável.

      Ele se recordou do pedido de casamento, quando estava em Nova York, quebrando a cabeça com Danny Sullivan, o personagem mais complexo que havia feito em toda a sua vida. Sua saúde mental estava em pedaços, não se sentia feliz como estava gravando Spider-Man, pensou diversas vezes em abandonar o papel. Gostava do novo trabalho, gostava dessa nova etapa em sua carreira, mas a insegurança de não ser bom o bastante, ou realmente não estar pronto para encenar um personagem tão complexo o deixavam assim, completamente doente. Zendaya foi a pessoa que mais esteve ao seu lado, lidando com o mau humor, o cabelo ridículo e as crises de ansiedade incessantes que todo aquele trabalho pesado e a onda de hate na Internet o perseguia. Foi ela quem o motivou a se manter afastado, e foi ela que principalmente segurou sua mão a todo instante. Thomas simplesmente não esperava encontrá-la em seu quarto de hotel, naquela noite sem graça, tão melancólica quanto as demais, não esperava que a até então namorada, largasse o set em Boston apenas para vê-lo.

— Eu tenho dez horas para ficar aqui com você, sei que não é muito, mas o meu coração estava apertado de saudades, precisava ver você. — Ela diz baixinho, quase que em um sussurro. Os cabelos espalhados sobre o colchão, uma camiseta dele envolvendo o seu corpo e mais nada.

— Oh darling, eu não mereço você. — Ele suspirou exausto com um sorriso imenso no rosto. Chutou os sapatos dos pés, tirou a calça e se jogou ao lado dela. Os lábios se encontraram pela primeira vez naquela noite, um ato calmo de carinho e cumplicidade. Uma maneira que as duas almas haviam encontrado de demonstrar amor e devoção uma à outra, sentindo cada célula de seus corpos amarem um pouco. Era isso que  tornava tudo mais especial, a intensidade que pairava entre eles, a sensação única de conectar as almas e saber exatamente o que se passava na mente do outro. — Eu te amo tanto. — Ele diz após deixar um beijo delicado na ponta de seu nariz. As bochechas femininas ganharam um forte tom rosado, trazendo mais graça a aquele rosto tão lindo.

— Eu te amo mais. — Ela sorriu meiga, então desviou o olhar. Ele arqueou a sobrancelha. Passou a analisar todas as expressões, tudo o que se passava pela cabeça dela. Por que estava tão nervosa? Algo havia acontecido?

— O que tem de errado? — Ele perguntou apreensivo, Zendaya era péssima em esconder as coisas dele. Apenas dele. Ela se encolheu, escondeu o rosto entre as mãos e chiou baixinho. Aquilo o preocupou, eram do tipo de casal que conversavam sobre absolutamente tudo. — Daya… — Ela soltou uma risadinha fofa e fungou um pouco antes de dizer:

— Quer se casar comigo? — A pergunta soou espontânea, o sufocou de amor. Esperava por qualquer coisa, menos ser pedido em casamento. De repente estava saltando nas nuvens, estava incrédulo e feliz. Já havia pensado em como a pediria em casamento, se a levaria para um jantar especial, se faria isso em alguma premiére, ou se faria em uma de suas viagens únicas onde juntos exploram o mundo.  Mas a sensação de ser pedido em casamento superava qualquer expectativa e qualquer ideia que ele tivesse.