Filhos do deserto (insurgentes)

Capítulo 3

   Ala Norte da cidade Cúpula ...

   — Você Aysha, ficará responsável por vigia-la.

   — Sim, minha senhora.

   — Não está autorizado o contato  dela com nenhum outro membro  da Cúpula, fique constantemente a observando. Agora pode se retirar.

   Com a devida autorização, ela se retirou fechando a porta atrás  de si, seus passos rápidos e firmes  não  constratavam com sua aparência, uma garota com um pouco menos de um metro e meio, com delicados cabelos que lhe tocava os ombros, sua pele pálida e rosto bem desenhado, eram a representação de uma bela garotinha. A única coisa que lhe entregava era seus profundos olhos cinzas, frios e sem emoção. Eles já tinham presenciado muita coisa, e possuíam uma determinação cega de seguir os desejos de seu mestre.

   Olhando a garota que dormia a sua frente ela realmente parecia acabada, e realmente era muito resistente. A maioria dos de sua espécie não durariam muito, principalmente com os dois carniceiros que estavam com ela, o conselho os manteve na alta cúpula por suas mentes rápidas, mas com um senso comum completamente  destruído, não sabem o sentido de empatia, mas também não poderiam julgá-los todos aqui possuem o mesmo pensamento único e superficial.

   Mas essa garota não é como eles, é uma subterrânea, que de alguma forma atraiu a atenção  de sua mestre, e isso não era comum, ela não sabia de nada que houvera despertado o interesse de sua mestre assim, raramente  ela se envolvia nos assuntos de outros pesquisadores, mas por que agora?...

   — Abra os olhos logo, sei que está acordada.
 

                          ◇

   Não tive outra opção que não ser parar  de fingir, abri os olhos só para ver que essa voz cheia de marra não  passava de uma pulga em miniatura, é sério? uma criança. Menos mal, afinal se fosse só ela não  terei o melhor problema  em me livrar e sair daqui. E depois um um bom tempo eu não  estava mais amarada. Então  eu me levantei e me sentei na cama.

   — Eu não  aconselho fazer isso.

   Disse ela olhando  para mim sem nem sequer piscar, sério isso é  bizarro.

   Então  resolvi responder  com o meu melhor tom de deboche.

   — Ou se não, o que?.

   — Os anestésicos devem estar fazendo efeito agora, mas quando isso acabar você não vai ao menos conseguir  se mover.

   — E você acredita que vou concordar e ficar tranquila enquanto vocês me fatiam?.

   — O incidente  foi um caso isolado. — Ela fala tranquilamente.

   — Caso isolado?!. Porquê não era você lá!. Vocês são  todos uns des...

   Ela tampa minha boca com uma força  assustadora para uma garotinha, enquanto diz.

   — Fique quieta e preste atenção se quiser durar mais tempo aqui. Não sei disser se você teve muita sorte ou azar, pois as ordens não são para deixar vivos aqueles que se opõem contra a ordem do equilíbrio, mas te deixaram viver por enquanto, seja grata.

   — Grata?. Acha mesmo que serei grata a vocês?. — Tenho uma risada seca.

   — E a que equilíbrio você se refere?. Se jugam melhores por tentar manter o equilíbrio, isso só serve para vocês que alteraram a balança  desde o início.