Dinheiro Fácil

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E lá estava ele, pronto para mais uma noite. Não que fosse a melhor parte de seu dia, mas Kanawut não podia dizer que era de todo ruim, ser garoto de programa, não era seu sonho de vida, mas era o caminho até ele. Gulf Kanawut era um universitário de vinte e quatro anos, no último ano da faculdade de medicina. Órfã de pai e mãe, teve que se virar desde cedo. Depois de muitos anos vivendo a base de trocados, dos trabalhos de meio período, sua vida só deu uma guinada quando conheceu Bright. O homem que se aproximou com um sorriso brilhante em meio aquela noite chuvosa, em que Gulf perdeu emprego, casa e a esperança. O pequeno papel com um endereço lhe foi entregue, junto com uma piscadinha e uma frase — Pense bem garoto, só vale a pena viver com dignidade, quando ela não é acompanhada de sofrimento – o guarda-chuva que o homem segurava é entregue ao garoto, e tão do nada quanto surgiu, Vachirawit já sumia em um carro luxuoso de vidro fumê. 

E foi assim, que agora Gulf tem uma casa confortável em um condomínio privado, suas mensalidades pagas todas em dia e todos os mimos que ele tiver vontade de ter. Claro que isso tudo se deve também a qualidade da casa noturna em que trabalhava. O clube era exclusivo a membros de alto escalão da Tailândia. Apenas os mais vips dos vips colocavam seus pés aqui, clientes selecionados, no máximo dois por noite. Comidas e bebidas caras, mimos extras além dos valores cobrados pelo programa, era isso que fazia o peso do que Gulf fazia parecer “não tão pesado”. Mais uma vez Gulf tem noção da sorte que tem, por mais estranho que isso pudesse parecer.

Em frente ao espelho agora, ele terminava de se arrumar, não que precisase de muito, o clinte de hoje, reservou todo seu horario, e suas expecificações foram poucas…

– Desnudo – Obediente – Vendado

Não era incomum que clientes fizessem pedidos, mas a simplicidade dos pedidos foram a causa da curiosidade elevada de Kanawut. A batida na porta avisa que o cliente havia chegado. Gulf então se venda e senta na cama esperando apenas que tudo terminasse rápido, assim ele poderia pegar o último capítulo de TharnType, sua série preferida que estava sendo reprisada na TV. Alguns segundos se passam, antes que a porta seja aberta. O som de passos pesados ecoa pelo quarto, quando os passos param, apenas o som de uma respiração é ouvida. Gulf não sabia qual o tipo de submissão que o cliente esperava, então optou por se manter em silêncio, até que recebesse algum tipo de comando. Mas conforme os minutos se passam, um nervosismo começa a tomar conta do garoto — Humm, se… Senhor, tem algo errado? – as mãos que repousavam tranquilas sobre as pernas, agora apertam um pouco o roupão que lhe cobria o corpo, uma aura estranhamente sensual parecia se debruçar sobre seu corpo — Na verdade sim… Você ainda está vestido – a voz rouca causa um frio no estômago de Gulf, engolindo em seco, ele lentamente se levanta, abrindo a poucos as fitas de seda do roupão que lhe escondia o corpo. O tecido que escorrega pela pele perfumada pós banho, agora já se amontoava aos seus pés. Sua respiração começava a ficar pesada, saber que alguém lhe observava, sem poder ver a reação da pessoa era novo pra Kanawut. Sabia que seu corpo agradava a maioria das pessoas, mas não ter essa confirmação visualmente, naquele momento, lhe deixou nervoso como na primeira vez em que teve um cliente… Não, na verdade, por algum motivo, aquilo parecia muito diferente, um novo dentro da propria novidade. 

Ainda esperando o próximo comando, Gulf leva as mãos a cobrir o membro, de uma forma tímida que nem sabia existir em sua pessoa — Não se esconda – a ordem veio, agora de muito mais perto do que da outra vez. Um dedo longo percorre do pescoço até o mamilo esquerdo, onde uma leve pressão é feita, fazendo o garoto morder um pouco os lábios — Sente-se – Gulf sempre foi praticamente um profissional, fazia tudo que lhe pedissem como um verdadeiro ator porno, mas agora ele sentia-se como o adolecente universitario que era, suas pernas tremiam, e sua pele se arrepiava, apenas pela respiração do homem ao seu redor. Assim que se acomoda no colchão, Kanawut pode ouvir o som da cadeira sempre ao canto do quarto, sendo puxada pelo piso do quarto. As mãos gélidas pelo nervosismo agarravam o lençol abaixo de seu corpo
— Quero que abra as pernas e comece a se tocar – Gulf já foi submisso outras vezes, já recebeu ordens, e também já se tocou pra que clientes vissem, mas ele não entendia por que a forma como aquele homem falava lhe desestruturar tanto. Respirando fundo, ou pelo menos tentando. As pernas se afastam lentamente, e a mão antes repousada ao lado do corpo, agora escorregava pelas coxas indo em direção ao membro, que pra surpresa do menor já se encontrava excitado. A surpresa é por conta de que o homem não havia feito nada até agora, foram apenas suas ordens que causaram aquela excitação. Gulf não podia evitar a surpresa de sua situação, mas também não negava que queria um pouco mais daquilo. 

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