25: 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐋 𝐔𝐌

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A manhã logo iniciou fria e deprimente, e por conta do temporal estar dessa forma, não foi preciso sair cedo para cumprir nossas tarefas daquela vez.

Eramos apenas yeonjun, taehyun, Hueningkai e eu.

Soobin havia saído logo cedo alegando voltar logo logo, eu tentei ir com ele mas no fim acabei prometendo que cuidaria dos outros em um momento tão delicado como esse. Conheço meu irmão mais velho, sei que ele sabe se virar, mas ainda sim me preocupo.

Faziam algumas horas desde que fizemos um pequeno funeral simples, mas digno para Donghyun. Depois de saber o que tinha acontecido, Kim permitiu que o enterrassemos aqui e pareceu não se afetar com a morte de sua filha.

O único dormindo era yeonjun, ele voltou primeiro com soobin, e quando chegamos, nos contou que ele chorou até cansar-se e adormecer.

Kai estava sentado sem dizer absolutamente nada, taehyun estava com Kyuhyun nos braços e eu ficava de olho em yeonjun adormecido.

Logo soobin entrou com uma bandeja, carregando consigo algumas tigelas de sopa, deixando-as em cima da pequena mesa improvisada e olhando para nós.

_Comam, devem estar famintos...

Ele sorriu gentilmente e se voltou para seu amado, indo em sua direção e aproximando para fazer-lhe um leve carinho.

Apesar da tristeza, eu ainda podia ver o brilho em seus olhos ao observar yeonjun hyung.

E eu não pude deixar de suspirar. Fechei meus olhos e respirei fundo.

▪︎▪︎▪︎

Acabei pegando no sono mas logo fui acordado com o choro de yeonjun, ele chorava e se prendia a soobin que tentava o confortar com suas palavras.

_Estou aqui...estou aqui, pode chorar meu amor, estou aqui, estou com você até o fim, lembra?...

_Doi...D-doi muito...

Cada palavra dita era como facadas.

_Eu sei, eu sei...nosso garotinho está bem...

Antes que ele pudesse continuar a falar, um estrondo foi ouvido do lado de fora, fazendo meu coração parar no momento em que reconheci os barulhos estranhos do outro lado.

Infectados.

Não podia ser...

Senti aquele som de bala junto aos gritos desesperados ecoar até meus ouvidos. Minhas mãos tremiam e aos poucos os barulhos de gritos e coisas quebrando me invadiu novamente.

Completamente atordoado, olhei para soobin. Rapidamente ficamos em alerta, mas senti meu coração parar novamente ao ver que taehyun não estava ali.

_Onde está taehyun?

Falei já alterado.

Eu sabia que taehyun era ingênuo o suficiente para arriscar a própria vida para salvar outra e isso me deixou em pânico, não podia perder mais ninguém, de novo não.

_Vamos, vamos! Eles entraram, estão por toda parte, temos que ir!!

Pegamos nossas coisas e corremos para fora. O caos dominava o local, pessoas corriam de um lado para o outro ou então eram pisadas pelos outros, era como estar no início.

_Temos que ir!

Soobin falou e todos concordaram.

_E taehyun?

Kai aproximou-se de mim rapidamente com o medo refletindo em seus olhos.

_Eu vou atrás dele, vão na frente, eu os encontro logo.

O vi arrelar os olhos e o desespero em sua voz.

_Beomgyu, não...

_Vá, vá!

Sem pensar duas vezes, peguei minha pistola e corri antes que kai pudesse responder. Tinha que achar taehyun para podermos dar o fora dali o mais rápido possível.

Eu corria em meio a todas aquelas pessoas, mas em momento algum vi taehyun, o que me fez querer entrar em desespero. Estou arriscando minha vida e a dos outros se eles continuarem a me esperar.

Droga!

Um pouco mais em frente, avistei alguém, era ele?

_Taehyun!

Gritei mas um infectado saltou sobre mim, e pude reconhecer Kim, ou pelo menos o que restou de si. Já furioso, o empurrei e cravei minha faca em sua cabeça, foi algo cruel mas necessário.

Continuei correndo e não o vi em lugar nenhum. De longe, pude ver o lugar onde comíamos, agora com pessoas sendo devoradas pelos infectados, um completo caos.

Mil e uma possibilidades de taehyun acabar estando morto começaram a atormentar-me.

Onde você está, taehyun?

Novamente sinto meus olhos arderem, droga, porque meu peito dói e sinto vontade de chorar ao pensar nele?

O que está acontecendo comigo?

Eu nunca me perdoaria se ele morresse, sempre que penso nisso, suas palavras na primeira vez que nos vimos e ele me ajudou vem em minha mente e fazem com que eu me levante.

_Beomgyu!

Logo aquela voz surgiu em meio ao caos, parecia vir de uma das lojas ali, fui até lá e pude finalmente avista-lo, o encontrando no chão, com um infectado em cima de si, tentando o morder a todo custo. Corri até lá e o puxei de cima de si, fazendo o mesmo processo que fiz com o Kim zumbi a pouco tempo atrás.

Ele rapidamente levantou-se e ficou em frente a mim com os olhos vidrados.

_Desculpe hyung, desculpa, eu sei que não deveria ter saído mas vi uma senhora, e-ela precisava de ajuda, e-eu...

_Cala a boca, taehyun!

Gritei o interrompendo, e o puxando fortemente em mim, o abraçando.

Ele parecia surpreso e confesso que até eu estou, não consigo entender o que está se passando comigo derrepente. Depois de alguns segundos o soltei e segurei sua mão, o puxando para fora dali.

_Venha, vamos!

Corremos em direção ao carro, assim que nos aproximamos e os outros nos viram, correram para entrar no carro, depois de todos entrarem, dei partida rapidamente, atropelando alguns infectados no processo.

Era extremamente apertado e desconfortável, não sei como conseguimos entrar todos ali, mas era melhor do que ter que ir a pé.

Estamos indo embora, sem Donghyun.

Olhei para yeonjun, ele tinha uma expressão séria e parecia perdido, em seus braços estava Kyuhyun que estava quietinho.

Tentamos dar-lhe o espaço necessário, sei que ele precisa, sei que ele sente dor, mas também sei que ele é forte o suficiente para aguentar isso.

Mesmo que seja horrível, a dor é algo necessário, é necessário a dor para amadurecer.

Novamente estamos expostos a este inferno.

Este mundo é uma porcaria.

Suspirei pesadamente.

vamos nós de novo...

𝐻𝑒𝑙𝑙 𝑂𝑛 𝐸𝑎𝑟𝑡𝒉 • 𝐓𝐚𝐞𝐠𝐲𝐮Onde histórias criam vida. Descubra agora