𝐻𝑒𝑙𝑙 𝑂𝑛 𝐸𝑎𝑟𝑡𝒉 • 𝐓𝐚𝐞𝐠𝐲𝐮

𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 14: 𝐔𝐦 𝐛𝐞𝐛ê 𝐞 𝐇𝐨𝐛𝐚𝐤.

Já estava escurecendo e os infectados continuavam rondando por ali, a sala estava sendo iluminada pelos últimos e fracos raios solares que refletiam pela janela.

Estávamos em silêncio, eu tinha meu olhar perdido em algum ponto no chão, taehyun também estava da mesma forma, mesmo que ele já estivesse um pouco mais calmo, ele parecia envergonhado. Soobin e yeonjun estavam sentados em nossa frente, o pequeno bebê estava no colo de yeonjun, e brincava com as próprias mãos e nos olhava em curiosidade de vez em quando.

Olhei para minha perna que agora tinha um enorme curativo, a dor já não era tanta. Yeonjun tinha algumas coisas e taehyun fez um curativo novamente.

Taehyun continuava sentado do meu lado, mas agora parecia inquieto, ele mexia repetidamente na bolsa onde o gato estava e se mexia muito. Suas bochechas estavam um pouco vermelhas e o olhei em questionamento.

_Tem algo de errado, taehyun?

Ele parecia constrangido com algo, me fazendo ficar confuso.

_E-Eu...eu preciso usar o banheiro...

Falou em um tom quase inaudível, mas eu ouvi claramente.

_Oh, então era isso?

Sussurrei próximo de si e não pude deixar de rir, chamando a atenção dos outros dois na sala.

_Beomgyu!

Falou ainda baixo, agarrando meu braço um tanto irritado. Eu estava prestes a chamar por yeonjun para perguntar se taehyun poderia usar o banheiro, mas ele nem me deixou abrir a boca e puxou meu braço novamente.

_Você quer ir ou não?

Eu quis rir mais alto ainda, apesar da pouca claridade, vi como o rubor de suas bochechas aumentaram em sua pele branca.

_Yeonjun?...

O chamei, vendo-o olhar em minha direção, esperando que eu continuasse.

_Sim?...

_Será que poderia emprestar o banheiro?

Falei e olhei para taehyun, que me fuzilava com seu olhar, me fazendo segurar o riso. Eles já estavam nos observando desde que eu comecei a rir.

_Oh, claro, fique a vontade.

Falou sorrindo amigavelmente.

_Se apresse.

Falei para taehyun incentivando-o a levantar. Ele realmente estava envergonhado, mas levantou-se e caminhou até a porta perto do corredor.

_Quantos anos ele tem?

Yeonjun perguntou assim que ele sumiu de nossa vista.

_Dezenove...

_É novinho. Ele parece ser bem tímido, mas é adorável.

Concordei com a cabeça e minha atenção recaiu sobre o bebê em seus braços.

_Qual o nome?

Ele me olhou confuso, mas logo entendeu e sorriu bobo.

_Choi Kyuhyun.

Não aguentei e comecei a sorrir quando o bebê me encarou com os olhos bem abertos e deitou sua cabeça no peito de yeonjun, abrindo um enorme sorriso e soltando uma risadinha.

_Ele é bem esperto, quanto anos ele tem?

_Um ano e seis meses, completou semana passada.

_Ele é lindo...

Falei olhando para yeonjun e soobin que sorriam abertamente com o bebê interagindo comigo.

_Oi, kyuhyun...

Falei o olhando e sorrindo, ele levantou sua cabeça um pouco e me fitou, abrindo um enorme sorriso logo em seguida, sua boca formava um perfeito "O" o deixando mais fofo ainda.

Logo taehyun saiu do banheiro, se aproximando e sentando ali novamente. Ele se virou para a bolsa e olhou para mim antes de tirar o filhote de dentro dela, fazendo todos o olharem surpreso, principalmente Kyuhyun que parecia encantado.

Seus olhinhos se arregalaram e brilharam quando taehyun colocou o gatinho em seu colo.

_Não se importam...não é?...

Vi soobin negar e sorrir, fazendo com que suas covinhas aparecessem.

_Não, não se preocupe, só estamos surpresos, faz tempo que não vemos um desses, ainda mais vivo e aparentemente bem como esse.

Taehyun começou a olhar para Kyuhyun, esse que estava tão focado em hobak que mau piscava.

_Não é bonito? É um bebê como você.

Começou a falar com o bebê que olhou para ele, antes de olhar para yeonjun e pedir para levantar. Yeonjun o ajudou e quando ele já estava de pé, começou a caminhar em passos atrapalhandos até taehyun, abaixando-se em sua frente, olhando para o gatinho.

_Miau...

Falou baixinho, arrancando sorrisos bobos de seus pais e meu também.

_Sim, é um miau.

Taehyun o olhava atentamente e sorria. Kyuhyun olhava em curiosidade e esticou sua mãozinha em direção a hobak que também o observava em curiosidade.

Dois bebês curiosos.

Taehyun sorriu mais ainda e olhou para os outros dois ali, esperando alguma aprovação, e assim que foi concebida, ele permitiu que o bebê se aproximasse cuidadosamente, tocando o pelo macio de hobak e fazendo um carinho ali.

▪︎▪︎▪︎

Kyuhyun bocejava, ele já estava acomodado nos braços de seu pai, e logo vi taehyun bocejar também.

_Está com sono?

Perguntei-lhe.

_Não...estou bem...

Ele respondeu, mas um bocejo o interrompeu novamente.

_Temos um pequeno quarto extra, vocês podem ficar com ele, vamos dormir em outro.

Meu irmão nos disse gentilmente.

_Não se preocupe com a gente.

Eu já estava grato o suficiente por eles nos deixarem ficar aqui, não queria abusar disso.

_Nada disso, temos espaço o suficiente, no armário do quarto tem alguns cobertores que podem usar para se aquecer.

Ele sorria gentilmente enquanto mostrava as coisas. Realmente, as coisas não mudaram, a forma como eles tem nos tratado, é como se estivessem tentando nos acalmar.

Como nos velhos tempos...

Meu irmão mais velho está tentando nos acalmar...

_Obrigado...

Sussurrei.

Me levantei do chão, yeonjun nos mostrou o quarto e depois saiu dizendo que se precisássemos era só chamá-los que eles estariam com Kyuhyun no quarto ao lado.

Olhei para taehyun que bocejava e coçava os olhos, mesmo estando nítido que ele estava com sono, ele insistia em dizer o contrário, me fazendo rir de sua teimosia. Peguei alguns cobertores que estavam dentro do armário como yeonjun havia citado e coloquei na cama, essa que era de casal, nos deitando logo em seguida.

Não levou muito tempo até que taehyun já estivesse em seu sono profundo, olhei para o teto e suspirei por um momento, estava praticamente tudo escuro se não fosse pela luz da lua invadindo o quarto, mas de qualquer forma não dava muita luz.

Mesmo que eu já estivesse deitado, o sono não viria assim tão fácil. Toda vez que eu fechava meus olhos, a cena de todos aqueles infectados vindo em nossa direção surgia em minha mente.

Aquilo foi aterrorizante, eu realmente achei que iríamos morrer.