Roubo

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Gengibre caminhava na ponta de seus pés em meio a escuridão dos corredores próximos ao Salão de Fabricação de Presentes

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Gengibre caminhava na ponta de seus pés em meio a escuridão dos corredores próximos ao Salão de Fabricação de Presentes. Naquele momento, todos os ajudantes de Papai Noel estavam dormindo, descansando após um longo dia de trabalho, preparando-se mentalmente para a tão esperada véspera.

Naquela noite, Gengibre era uma exceção. Não por ordens de Noel ou de qualquer superior, pelo contrário.

A pequena duende estava prestes a roubar a lista de presentes deste Natal.

Em meio à véspera.

Seus lábios formavam uma linha fina, que impedia seu coração de escapar. Junto com os batimentos de seu peito, ouvia tintilar do relógio central, anunciando cada minuto após a meia noite do dia vinte e quatro de dezembro.

Pedia para todos os anjos de neve abençoarem sua pequena, mas tão longa jornada.

A sua mão esquerda circulava a alça de sua bolsa, suando de tão forte apertar. Encostou-se na parede ao lado da grande passagem para o centro daquele enorme salão, inspirando e expirando para recuperar sua pressão.

E, agachando-se, segurando com força o material daquela parede bem-acabada, espiou para dentro do cômodo.

E, enfim, ali estava, brilhando logo ao centro, cintilando em meio à quase escuridão, em meio às pequenas luzes vermelhas vindas das máquinas: a lista de presentes chamava-a como nunca havia chamado.

Engolia em seco. Por que suas pernas tremiam se sabia estar fazendo o correto? Desde pequena, crescendo como uma das duendes ajudantes de Papai Noel, Gengibre foi ensinada sobre o verdadeiro espírito do Natal e, nele, presentes nunca estiveram inclusos.

Presentes estragavam tudo.

Crianças pequenas não se importam com familiares e amigos, tampouco com Papai Noel, o símbolo natalino; presentes roubaram toda a atenção, e Gengibre faria o bem se mostrar para todos o quão desnecessários são, o quanto só trazem prejuízos.

Estava na hora de alguém agir, e por que não ela?

Passava suas meias que variavam em listras de cores natalinas pelo chão cintilante, que refletia o brilho daquilo que foi atrás. Engatinhava na direção da lista, cerrando os olhos pela luz que a atingia.

Olhou para cima e ali estava ele: o motivo pelo qual estava arriscando sua noite e a noite de milhares de seus irmãos duendes.
Por uma boa causa.

Suas mãos pálidas moveram-se até a lista, que nem ao menos proteção possuía. Seus dedos finos dançavam ao redor daquele mágico papel, sentiam cada pequena estrela que por ali flutuava.

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