𝐏𝐑𝐎́𝐋𝐎𝐆𝐎

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Sangue dos deuses

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Sangue dos deuses.









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Todas as infortunadas pessoas que moravam na costa de Dalerin sabiam ter a perspicácia de temer os nevoeiros que vinham do mar nos dias em que a segunda lua, Tarkan, ficava mais aparente no céu. O som das portas batendo pareciam orações reverberando pelas ruas quando a massa cinzenta vagava em direção à terra, trazendo consigo a possibilidade de demônios espreitando.

E mesmo com todos da baixada temendo a morte como se o fim de cada dia pudesse arrastá-los para o submundo, o conhecimento comum era que, naquelas noites, todos os feiticeiros estavam reunidos em suas mansões, bebendo vinho e cantando canções em glória da própria espécie. Mesquinhos e cruéis, enrolados em cetim para esconder a podridão por baixo de suas peles, sediando bailes em honra a grandes batalhas vencidas há muito por seus antecedentes. Pobres de espírito, dotados apenas com a quantidade necessária de magia para fazê-los subir na hierarquia do mundo.

O fogo que crepitava naquele amplo e aparado jardim em uma fogueira era para lembrar aos presentes quem permanecia de pé. Que eles iriam ficar vivos no final.

Ravna não participava das comemorações com a mesma frequência com que aconteciam, e certamente não da maneira correta, mas sabia que a sensação de estar em meio a feiticeiros poderia deixar mentes atordoadas com a ganância exalada, tal qual álcool, embriagadas.

Tarkan apareceu junto de nuvens espessas que cobriam as estrelas, embora brilhante com um emanar sobrenaturalmente belo e opaco sobre a figura dela. A luz suave era absorvida pelo couro escuro e resistente que a revestia como uma segunda pele, como uma bênção do deus lunar renascido em um astro crescente, mantendo-a oculta em meio às sombras do telhado desgastado da propriedade dos Theor.

Esperando pacientemente, os olhos escuros estavam atentos a tudo abaixo de si e aos arredores, mantendo a postura para evitar ser pega de surpresa por algum ataque. Não que esperasse por um. A atenção de todos os guardas estava depositada nas pessoas poucos metros abaixo de si, oferecendo segurança e, se a atração fosse consolidada, afeto.

Nenhum deles suspeitava que a família anfitriã iria sofrer uma perda lastimável em poucos minutos.

Ravna apreciaria a lista de melodias escolhidas para a ocasião, se não estivesse muito focada nos membros do Conselho e suas conversas enfadonhas. Malditos fossem por estarem bebendo o mais puro champanhe, proveniente do suor dos que dormiam no frio.

Pensamentos mórbidos foram se formando, e só cessaram após ver Sylvane mover-se entre os farristas, distribuindo alguns acenos e risos que demonstrava somente em público para quem se dispusesse a falar com um jovem como ele. A magia em seu sangue era muito fraca para sobreviver como um xamã. Não como um elitista, no entanto. O único real poder entremeado em seus dedos era o dinheiro em seus cofres, mesmo que, no fim, não fosse nada comparado à habilidade de criar magia em um piscar de olhos.

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⏰ Última atualização: Oct 19 ⏰

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𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐎𝐅 𝐆𝐎𝐃𝐒  ☪︎  𝑺𝒖𝒈𝒖𝒓𝒖 𝑮𝒆𝒕𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora