─── ❛ CAPÍTULO UM! ───
CORRER DE SONSERINOS sangue-puristas furiosos por uma brincadeirinha não era exatamente a ideia de diversão de Ellio.
Também não era a ideia de diversão dele correr completamente sozinho ─ os gêmeos Weasley, seus parceiros de travessuras quando Rolf estava com preguiça de participar, haviam desaparecido em algum lugar perto da Dedos de Mel, o deixando só.
Agora, encurralado em um beco de Hogsmead, a única coisa que restava à Ellio era seu sarcasmo e descrença, mas isso não iria o salvar dessa vez.
─ Qual é, pessoal?
─ Cala a boca, mestiço! ─ Draco Malfoy mandou.
A palavra mestiço, dita por Draco Malfoy, enjoava Ellio. Malfoy fazia parecer que ser mestiço era repulsivo e a pior coisa que já aconteceu no mundo bruxo.
Ao mesmo tempo que se sentia pequeno, Ellio também sentia ódio.
E o ódio alimenta a alma de uma forma única.
─ Isso é muito vindo de alguém pintado de roxo e com purpurina no corpo.
Ellio sentiu o soco em seu rosto antes mesmo de ser atingido, mas já esperava por isso. O que não esperava, era Pansy Parkinson chutando seus joelhos e Goyle o segurando por trás.
Essa foi a maior surra que Ellio Burke já levou.
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─ ELLIO? MINHA NOSSA, Ellio Burke!
No primeiro momento, Ellio pensou ter visto um anjo. Cabelos loiros brancos, voz suave, roupa excêntrica. Então percebeu que, na verdade, era Luna Lovegood o sacudindo. Fortemente e, por algum motivo, de um jeito desesperado demais.
Então ele percebeu que estava no chão muito mais tempo do que deveria e, quando tentou se levantar, o braço estava em um ângulo estranho e doendo.
Ellio segurou o grito fino que queria sair quando se sentou. Luna já estava na frente dele.
─ Ellio, o que houve? Você está bem?
O menino lhe deu um olhar atravessado que Luna não interpretou como desagrado. Pegou suavemente em seu braço machucado e observou o ferimentos não visível. Então os olhos cinzentos de Luna foram para sua boca.
Ellio sentiu as bochechas esquentarem, mas Luna, é claro, não reparou ─ ou apenas não se importou.
─ Sua boca está sangrando. Espere, pegue ─ Ela ofereceu um lenço bege que carregava em seu bolso.
Bolso esse que estava cheio de coisas inúteis como linhas, fitas e papéis de bala.
Ellio pegou o lenço e pressionou no corte do lábio. Ardeu e ele teve que conter o impulso de tirar.
A garota procurou nas vestes customizadas alguma coisa.
─ Eu estou treinando alguns feitiços, acho que posso fazer... alguma coisa ─ Ellio arregalou os olhos quando Luna colocou sua varinha perto de seu antebraço e, antes que pudesse arrancá-lo de perto da quase desconhecida, murmurou um feitiço.
Instantaneamente Ellio não sentiu mais dor ─ ao menos, não uma que valesse a pena reclamar ─ e sentiu seu braço ficar um pouco leve demais.
Ele não teve coragem de olhar para baixo pata ver como ficou. Se não estava doendo, então tudo bem.
─ O feitiço não dura muito, mas pelo menos vamos conseguir chegar ao castelo sem você chorar.
─ Eu não choro!
Ellio foi um pouco rude mas, para grande surpresa do lufano, Luna sorriu.
Ela estendeu a mão e ele demorou apenas um segundo para aceitar sua ajuda e ser erguido. Quando parou de pé, sentiu-se zonzo, mas nada mais.
─ Quem fez isso, Ellio?
A pergunta foi tão suave e Ellio sentiu vontade de lhe dizer que foram Draco e seus amigos idiotas, mas... isso não mudaria nada. Não era a primeira vez que isso acontecia e não seria a última e, se Ellio sabia alguma coisa, era que ele não queria Luna envolvida.
Luna entendeu seu silêncio e não falou mais até chegarem na carruagem. Ellio pensou que ela o deixaria ali e voltaria a fazer seus afazeres por Hogsmead, mas de novo ela o surpreendeu subindo na carruagem junto.
No resto da viagem, Ellio ficou feliz em ouvir as divagações da menina.
E no final, a única coisa que Luna fez foi apertar seu braços em um consolo muito gentil e íntimo para meros colegas.
❚ @MANDJARIN, fanfiction.
────── 669 palavras.
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THIEF, luna lovegood
Fanfic❚ Não estava nos planos de Ellio Burke virar amigo de uma garota estranha da corvinal. Na verdade, nunca esteve nos planos ele ter novos amigos em seu terceiro ano de estudos, muito menos gostar tanto de um. Mas a corvina era tão gentil e admirável...