I Need You - ArminxAnnie [PAUSADO]

0.11

Armin entreabriu os lábios para falar, mas se conteve novamente, lutando contra a própria vontade de praguejar alto. Já faziam alguns minutos que caminhavam silenciosamente nas ruas durante a noite e... puxa, o silêncio era algo perturbador para Armin, que se via nervoso porque não conseguia puxar assunto com a loira a qual gostava, considerando que estavam apenas os dois ali.

Porquê estou tão nervoso? Droga... Assim ela vai pensar que sou esquisito. Isso se já não estiver pensando!

Armin trancou o maxilar com força e torceu os lábios discretamente. Annie acabou notando o desconforto causado pelo silêncio entre os dois e resolveu tentar puxar assunto.

— Então... De que estilo de música você gosta? – Indagou, mas se xingou mentalmente por perguntar algo tão... tosco.

O loiro foi pego de surpresa pela pergunta e coçou a nuca, parecendo pensar meticulosamente antes de começar a falar ‐ na verdade, ele estava apenas tentando falar sem parecer um nerd completo na visão de Annie. Então, suspirando ele desviou um pouco o olhar para o lado e delineou um sorriso meigo em seus lábios. Annie, observando aquela cena, acabou sentindo as bochechas esquentarem.

— Eu gosto... de Rock.. e Indie. - fez uma pequena pausa e em seguida, continuou - São dois estilos bem distintos pra alguém como eu, não é?

Ele riu baixo e desta vez, o intenso olhar azul do Arlert encontrou o de Annie, ainda com aquele sorri gentil e amável em sua face... Céus, aquele olhar fez o coração de Annie disparar. Como aquele garoto conseguia deixá-la de mãos atadas com um simples gesto ou olhar? Era tão estranho mas ao mesmo tempo... bom. Uma sensação nova que a loira nunca havia experimentado antes, nem quando havia se apaixonado pela primeira vez.

Ela virou o rosto de imediato ao notar que estava o encarando demais e por fim, ditou como se não estivesse com milhões de borboletas no estômago e um coração saltitando mais que um tambor em meio ao uma confraternização.

— De fato, é sim.. eu achava... achava que você gostasse de músicas clássicas e essas coisas.

Ela tentou mudar de assunto. Armin riu levemente, comentando de forma descontraída, feliz por finalmente terem algo para conversarem um com o outro enquanto caminhavam lentamente pelas ruas iluminadas.

— Bem, eu não vou dizer que não gosto. Até porque seria hipocrisia minha considerando que tenho alguns discos de vinil em casa com algumas musicas de Beethoven, Mozart e dentre outros...

— Você tem discos de vinil em casa?! – Annie diz com entusiasmo, parecendo genuinamente interessada no assunto. Mas resolveu se conter para não parecer evasiva – di-digo... uh.. eu achei interessante...

O Arlert ficou um pouco surpreso com o entusiasmo repentino da garota, mas não julgou e muito menos disse algo a respeito, apenas sorriu de forma tranquila e suspirou antes de colocar as mãos nos bolsos enquanto observava Annie evitando continuar a falar com ele - ele estava começando a duvidar de suas habilidades comunicativas.

— Annie. – A voz do loiro parecia mais séria que o comum. Annie voltou a olhar para ele – você não precisa se conter quando quiser falar de algo que você gosta, principalmente se for pra mim.

A jovem entreabriu os lábios enquanto o escutava falar, incerta sobre o que deveria ou não fazer naquele instante.

— Não estou fazendo isso-

— Ah sim, você está sim.

Ele continou antes mesmo dela cogitar em dizer qualquer outra coisa.

— Gosto de ouvir sua voz, Annie, gosto de ouvir você falar mesmo que só um pouco. Então não se contenha quando estiver comigo e fale tudo o que quiser, sua voz é como música para mim.

Annie sentiu o coração saltar as batidas outra vez e desviou o olhar para o lado,  sorrindo timidamente. Armin a observou por alguns segundos, acabando por notar aquela reação e não conseguindo deixar de sentir um leve frio na barriga enquanto um sorriso singelo surge em seus lábios, feliz por tê-la feito reagir assim. Mas antes que pudesse dizer alguma coisa, avistou a casa de Annie ao longe e fez uma careta sutil, ligeiramente chateado por não ter conseguido interagir mais com ela.

— Estamos chegando na sua casa. – disse, mantendo o tom de voz tranquilo e suave. – A festa foi bem divertida e agitada... Imagino que você provavelmente vai cair na cama quando chegar!

Ele riu baixinho e Annie virou o rosto para ele, também esboçando um pequeno sorriso enquanto colocava as mãos nos bolsos de sua calça. Soltando um suspiro breve, Annie continuou a caminhada ao lado de Armin em silêncio, mas desta vez era um silêncio mais confortável, não tão assombroso como antes.

Chegando a casa dos Leonhart, Annie encarou o loiro por alguns segundos e esfregou o braço levemente.

— obrigada por me trazer. – agradecendo, ela curva um pouco a cabeça.

— Não precisa agradecer. É o mínimo, certo?

Annie acena com a cabeça antes de entrar, mas então, a voz do loiro foi ouvida por ela novamente, mas ela não soube distinguir bem o que ele disse e simplesmente se virou para encará-lo quando enfim ele já estava próximo – próximo demais – seus olhos o fitaram por uma fração de segundo antes dele segurar seu rosto delicado e macio entre as palmas, pressionando os lábios contra os dela num beijo casto e gentil.

Annie arregalou os olhos e sentiu seu corpo paralisar de surpresa, não se afastou, não o empurrou, apenas ficou ali parada, cedendo ao beijo inesperado.

E quando ele finalmente se afastou, sorridente como uma criança travessa, corado como pêssegos maduros e um pouco ofegante por ter corrido até a porta rápido demais... Acariciou o rosto dela com o polegar, ditando de forma tranquila e serena, focando sua atenção entre os lábios e os olhos da loira que também estava com o rosto completamente avermelhado.

— Desculpe por isso, eu só queria... te desejar boa noite.

Ela mal sabia o que falar, o que fazer, como agir e quando agir. Céus.. aquilo a pegou totalmente desprevenida. Armin depositou outro beijo, mas desta vez foi em sua testa antes de se afastar totalmente para ir embora.

Annie retomou - ou tentou retomar - sua compostura e entrou em casa sem dizer absolutamente nada, fechando a porta e a trancando lentamente antes de correr para o quarto sem nem mesmo dar boa noite ao seu pai e se sentar na cama, sorrindo como uma garotinha feliz ao receber presentes de Natal.

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Olá meus queridos jujubinhos! Eu não morri, viu? Estou vivassa e quase virando CLT(😭). Espero que tenham gostado do capítulo! Muito obrigado por lerem, amores. ♡

Não revisado.