O que é sentir?

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"Ou isso que estou fazendo é certo, ou eu já não tenho esperança que as pessoas possam mudar".
Essa é a frase que eu sempre me questionei. Essa frase pode ter tantas interpretações, no caso de ser algo que envolva justiça e morte, isso se a morte for uma forma de justiça e não só de vingança.
As vezes eu paro e penso em quantas vezes eu morri, mas estava viva. Sempre rodeada de pessoas mas me sentindo sozinha, será que o erro está na minha cabeça? Ou isso é uma fase que apenas vai passar? Eu já ouvi tanto meu pai dizer isso, e não parece fazer efeito nenhum.

-Bom dia?-Disse Keith tentando fazer com que Ayashi volte a realidade.
-hm? Ah, bom dia pai- Ayashi responde ainda com a cabeça voando longe.
-Está tudo bem Aya?-
-Sim...por que o dia parece tão frio pra um verão?-
-Não havia percebido isso, talvez esteja um pouco frio, mas o clima pode mudar- Retruca Keith.
-Eu vou dar um passeio na praça agora de manhã, tudo bem?-
-Uff tá bom Aya, só toma cuidado-
-Não se preocupe, eu vou sair de máscara também...-
-Filha, eu sei que você ainda tem problemas com os cortes, mas bem que você poderia pelo menos tentar sair em público sem ela.-
-SEM CHANCES! Estou bem mais segura assim-Grita Ayashi fechando a porta em um som estrondoso.

-Bem bem talvez agora eu consiga ficar mais tranquila, apenas eu, meu fone de ouvido e meu caminho.-

O caminho até a praça era interessante se contasse a música nos seus ouvidos. A chegada lá foi sem complicações.

-Tudo tranquilo até aqui.
Caramba eu nunca paro para observar a magnitude dessa igreja, eu gosto de estudar a religião cristã, mas tem algumas coisas e pra mim não fazem sentido algum, nem com milhares de vezes explicações, talvez um dia o próprio Deus me dê essas explicações-

O tempo passava fugazmente sem nem dar um tempo bom para apreciar as músicas de seu fone. Já estava na hora de voltar para casa.
Seu caminho de retorno começou com a mesma tranquilidade do caminho de vinda, porém em uma certa parte do trajeto Aya observa um casal brigando, o casal parecia estranho, ele gritava e batia nele...aquilo não era um casal, aquilo era uma tentativa de estupro.

-Mas que merda é essa que está acontecendo!-Aya corre na direção da agressão.

O ódio e o fogo que queimava em justiça dentro da alma de Aya havia voltado como um tiro de um rifle winchester.

-Eu já contei a história da garota cativa? Ela passou por infernos em sua vida desde muito nova, e sempre pensou que quando se livrasse de seu cativeiro ela iria matar os agressores que a remetesse ao seu antigo agressor-Aya fala no tom cruelmente bizarro, já planejando seu ataque.

Os tentáculos brancos que nem a garotinha tinha controle total focaram no homem qual a tentará abusar de uma mulher, os tentáculos multilaram seu corpo com a força de um chicote, a força de cada golpe trouxe a sua inconsciência e morte.

-...Eu não sei..eu não sei mais meu nível de controle, mas por enquanto isso está perfeito-
-OBRIGADA SENHORA!! QUE DEUS TE ABENÇOE-A mulher que teria quase sofrido um ataque a abraçou com esperança de que ela era uma mulher adulta.-Você é uma criança!-
-Sim...e não tenho mais de 14 anos, mas já entendo tudo o que esse mundo tem de pior...tome cuidado senhora, e boa noite-Ayashi fala partindo para seu destino.

Chegando na sua residência Aya vai primeiramente para o banheiro. Ela observa a mancha lilás crescer em sua íris ocular.

-Acho que não é só minha boca que é o problema agora, vou ter ela, e mais meu olho para me preocupar... talvez seja a hora de providenciar um par de óculos escuros que combinem comigo.-

Continua...

 

O legado do pirralhoOnde histórias criam vida. Descubra agora