Capítulo 47

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Dulce

Ainda de olhos fechados eu passo a mão pela cama, quando não sinto nada abro os olhos. Christopher não estava aqui, ele não estava comigo. Me sento na cama e olho atentamente pelo quarto, nenhum sinal de Christopher em lugar nenhum, ele simplesmente saiu sem me dizer nada, nem um bilhete me deixou.

" Christopher ? " o chamo, o silêncio é minha resposta, ele não estava. Fecho os olhos com força " é tudo minha culpa " falo pra mim mesma

Era tudo minha culpa, ele ficou magoado e agora nem ficar ao meu lado queria mais, e tudo graças a esse passado horroroso que carrego comigo. Me jogo de volta na cama enquanto começo a me lembrar do que eu queria poder esquecer pra sempre.

" não chegue em perto de mim, não chegue perto de mim " eu gritava enquanto me afastava dele.

Meu pai postiço, avançou sobre mim e me puxou bruscamente, dei um grito " sem gritos sua idiota, você não quer que a mamãe ouça nossa brincadeirinha não é ? " ele levanta minha blusa, choro " engole o choro garota " ele manda

Tento o empurrar " não, por favor " imploro desesperada, enquanto ela rasgava minha saia, eu estava apenas de calcinha, me sentia totalmente exposta.

" que delicinha em " ela lambe os lábios " papai vai te ensinar uma coisa muito boa meu amor, papai vai te ensinar a ser mulher " ele dizia com um brilho bem assustador em seu olhar.

" você não é meu pai, me solte, me solte " grito " mamãe, mamãe socorro, mamãe " começo a me desesperar, ele me dá um tapa e eu voou pro outro lado da sala

" isso é pra você aprender a ficar calada garota desobediente " ele grita, parecia possesso, então vem mais uma vez pra perto de mim " não, não chore querida, papai vai te tratar como uma princesinha " ele rasga minha calcinha, começo a me debater mas, ele era mais forte que eu.

" por deus " ouvimos um grito, ergo meu rosto banhado em lágrimas, mamãe estava na escada horrorizada, ao seu lado estava meu irmão postiço, Sebastian " saia já de perto da minha filha " ela vem até mim e eu choro em seu colo " o que deu em você ? ela é só uma criança seu doente "

Ele encarava minha mãe surpreso " querida, não é nada disso que esta pensando "

" não estou pensando nada seu miserável, eu estou vendo " ela grita " e vou te denunciar seu maluco, minha menina só tem 10 anos e você ia estuprá-la " ela me aperta em seu braço, eu não conseguia parar de chorar " seu maldito, maldito " ele a olha e então sai correndo,ela chora e então olha pra mim " você esta bem meu amor ? esta bem ? "

Fungo " eu tive tanto medo mamãe "

" eu sei meu amor mas, já passou sim ? mamãe esta aqui, mamãe esta aqui " ela me abraça, e então chama Sebastian " a parti de agora seremos só nós três, só nos três " ela repete enquanto nos apertava em seu abraço.

O que mamãe jamais imaginou era que Sebastian me odiava, ele sempre me culpou pela morte do pai, que veio a acontecer logo depois que ele foi preso ainda naquela noite. Crescemos juntos mas, ele nunca escondeu o quanto me odiava, até que esse ódio subiu sua cabeça e ele me feriu da maneira mais cruel que poderia ter feito.

" o que faz aqui ? Sebastian ? estou falando com você " ele vem até minha direção, e me acerta um tapa, no estante seguinte esta em cima de mim rasgando minhas roupas " socorro, me solta Sebastian, pare pare " eu berro desesperada

Ele me olha e então sorri maliciosamente " eu vou te ensinar como ser mulher sua remelenta " ele diz enquanto me tocava, eu sentia repulsa dele, do seu toque, do seu beijo, ele me invadiu, ele me rasgou, me quebrou " que gostosa em " geme

" não, não por favor " choro compulsivamente, a dor era imensa, eu estava sendo estuprada pelo meu próprio irmão." socorro, socorro " grito desesperada

" Sebastian " um grito, minha mãe surge, e vê a cena " o meu deus, o que você fez Sebastian meu filho ? " ela começa a chorar

Sebastian a olha e sorri " o que papai deveria ter feito mãe, eu fiz ela pagar, pagar por ter me tirado meu pai, foi tudo culpa dela mãe " ele dizia completamente louco, mamãe ameaça se aproximar e ele me puxa pra fora da cama " nem mais um passo mãe " ameaça, ele pega uma tesoura e pressiona em meu pescoço " nem mais um passo se não juro que a mato "

" meu filho, pelo o amor de deus solte ela, pare com isso " minha mãe implorava, ela dá um passo em nossa direção, e eu sinto uma dor aguda.

Sebastian enfiou a tesoura em minha barriga, coloco a mão sobre minha barriga ensangüentada, choro e ergo os olhos pra mamãe, ela estava petrificada, e por um passo em falso caiu da escada, berrei desesperada mas, não pude a acudir por que a dor ficou mais forte e eu cai sentada no chão.

" Dul a sua mãe ... " ele se cala ao me vê, seu olhar vai pra Sebastian " seu miserável " ele voa em cima de Sebastian e o agride tanto, que ele cai desacordado no chão, em seguida vem até mim " o que houve ? o que esse cretino fez ? " pergunta preocupado

Fungo " ma .. mamãe " falo com dificuldade

Paco abaixa a cabeça " eu sinto muito meu amor, sinto muito "

Fecho os olhos e choro " ele ... ele me .. me estuprou " digo com dificuldade " não, não me sinto ... " eu simplesmente apaguei nos braços dele.

Minha próxima lembrança é acordar no hospital, e receber a noticia da morte da minha mãe e da prisão do meu irmão. Paco e Mai estiveram do meu lado a todo momento, eles foram meu alicerce e se não fosse por eles eu jamais teria seguido em frente.

Solto um suspiro alto e limpo as lágrimas, tudo aconteceu a uns meses mas, parecia que foi ontem, e é tão dolorido relembrar do sofrimento que Sebastian e seu pai causaram em mim e em minha mãe. Coloco a mão sobre minha cicatriz e choro novamente.

Mais que um olhar - Vondy | Tema: VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora