Mesmo ferido, Atlas conseguiu alcançar a Pérsia, sendo cuidadosamente carregado por seus leais soldados. Nos portões do reino, médicos estavam presentes, incumbidos pela ordem do rei Gaspar de salvar os feridos da batalha. A surpresa se instalou entre os médicos ao testemunhar seu proclamado campeão, Atlas, chegar visivelmente derrotado e ferido, revelando a dimensão da adversidade enfrentada na guerra.
Atlas, com voz enfraquecida mas arrogante, ordenou:
— Cuidem de mim primeiro.
O chefe dos médicos, respeitosamente, indagou:
— Mais, senhor, e quanto a eles?
Atlas, com a voz cansada e banhado em sangue, proferiu:
— São meros seres sem importância neste combate. Salve-me, e a Pérsia terá sua vingança.
Logo em seguida, Atlas desfaleceu, e o médico, ignorando suas ordens, cuidou dele enquanto também atendia os demais pacientes. No íntimo, o médico compreendia que tal desobediência poderia custar-lhe a vida.
O líder dos médicos, decidido, ordenou que todos os feridos fossem levados para a enfermaria, sem distinção de posição ou origem. Além disso, instruiu que os médicos cuidassem dos menos graves com a mesma atenção dedicada aos casos mais sérios, promovendo um cuidado igualitário e compassivo.
Passou-se a manhã e a tarde daquele dia. Os soldados persas, enfurecidos, aguardavam a ordem do rei.
O rei, decidido, ordenou:
— Quando Atlas melhorar, retomaremos à guerra. No entanto, convoco Atlas para uma reunião assim que estiver recuperado.
— Até lá, estão dispensados até segunda ordem
anunciou o rei, encerrando momentaneamente as responsabilidades dos soldados.
Dois dias depois, Atlas despertou no centro médico do reino, soltando um grito ensurdecedor:
— Lyncon! Eu vou matá-lo!
— Custe o que custar!
Ressoou Atlas, sua determinação ecoando pelos corredores do centro médico do reino.
Enquanto isso, no palácio real, um mensageiro enviado pela equipe médica do reino chegou e anunciou:
— O General acordou de seu sono.
O rei, com uma expressão séria, ordenou a seus servos:
— Preparem imediatamente uma carruagem real. Quero que o General seja trazido à minha presença.
Enquanto os servos corriam para cumprir a ordem, o rei, ao sentar-se em seu trono, soltou uma gargalhada macabra que ecoou pelo salão. O nervosismo tomou conta dos presentes, criando uma atmosfera tensa e misteriosa na sala do Trono.
Os servos do Rei Gaspar prontamente trouxeram o General Atlas à sua presença. Com uma expressão séria, o general indagou:
— Rei Gaspar, por que me chamas?
O monarca, fitando-o com olhar penetrante, respondeu:
— Não me chame pelo meu nome, criatura inferior. Como ousa perder a guerra contra meia dúzia de cachorros mortos? Onde estava com a cabeça, "campeão"?
O rei, lançando um olhar de desaprovação ao general, questionou com desdém:
— Você, general, foi humilhado por um simples guerreiro. O que tem a dizer em sua defesa?
Atlas, mantendo a compostura, respondeu:
— Senhor, nunca antes me deparei com alguém de tamanha habilidade. Não imaginava que as destrezas dele pudessem se equiparar às minhas.
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Lyncon o guardião
FantasyO destemido soldado celta, surge como o último bastião contra a devastação persa. Muralhas marcadas e destroços testemunham a fúria desse embate épico, onde cada detalhe tece a narrativa de um herói determinado a enfrentar a iminente aniquilação de...