CAPÍTULO II : "A Dádiva do Rei "

12 1 0
                                    

Mesmo ferido, Atlas conseguiu alcançar a Pérsia, sendo cuidadosamente carregado por seus leais soldados. Nos portões do reino, médicos estavam presentes, incumbidos pela ordem do rei Gaspar de salvar os feridos da batalha. A surpresa se instalou entre os médicos ao testemunhar seu proclamado campeão, Atlas, chegar visivelmente derrotado e ferido, revelando a dimensão da adversidade enfrentada na guerra.

Atlas, com voz enfraquecida mas arrogante, ordenou:

— Cuidem de mim primeiro.

O chefe dos médicos, respeitosamente, indagou:

— Mais, senhor, e quanto a eles?

Atlas, com a voz cansada e banhado em sangue, proferiu:

— São meros seres sem importância neste combate. Salve-me, e a Pérsia terá sua vingança.

Logo em seguida, Atlas desfaleceu, e o médico, ignorando suas ordens, cuidou dele enquanto também atendia os demais pacientes. No íntimo, o médico compreendia que tal desobediência poderia custar-lhe a vida.

O líder dos médicos, decidido, ordenou que todos os feridos fossem levados para a enfermaria, sem distinção de posição ou origem. Além disso, instruiu que os médicos cuidassem dos menos graves com a mesma atenção dedicada aos casos mais sérios, promovendo um cuidado igualitário e compassivo.

Passou-se a manhã e a tarde daquele dia. Os soldados persas, enfurecidos, aguardavam a ordem do rei.

O rei, decidido, ordenou:

— Quando Atlas melhorar, retomaremos à guerra. No entanto, convoco Atlas para uma reunião assim que estiver recuperado.

— Até lá, estão dispensados até segunda ordem

anunciou o rei, encerrando momentaneamente as responsabilidades dos soldados.

Dois dias depois, Atlas despertou no centro médico do reino, soltando um grito ensurdecedor:

— Lyncon! Eu vou matá-lo!

— Custe o que custar!

Ressoou Atlas, sua determinação ecoando pelos corredores do centro médico do reino.

Enquanto isso, no palácio real, um mensageiro enviado pela equipe médica do reino chegou e anunciou:

— O General acordou de seu sono.

O rei, com uma expressão séria, ordenou a seus servos:

— Preparem imediatamente uma carruagem real. Quero que o General seja trazido à minha presença.

Enquanto os servos corriam para cumprir a ordem, o rei, ao sentar-se em seu trono, soltou uma gargalhada macabra que ecoou pelo salão. O nervosismo tomou conta dos presentes, criando uma atmosfera tensa e misteriosa na sala do Trono.

Os servos do Rei Gaspar prontamente trouxeram o General Atlas à sua presença. Com uma expressão séria, o general indagou:

— Rei Gaspar, por que me chamas?

O monarca, fitando-o com olhar penetrante, respondeu:

— Não me chame pelo meu nome, criatura inferior. Como ousa perder a guerra contra meia dúzia de cachorros mortos? Onde estava com a cabeça, "campeão"?

O rei, lançando um olhar de desaprovação ao general, questionou com desdém:

— Você, general, foi humilhado por um simples guerreiro. O que tem a dizer em sua defesa?

Atlas, mantendo a compostura, respondeu:

— Senhor, nunca antes me deparei com alguém de tamanha habilidade. Não imaginava que as destrezas dele pudessem se equiparar às minhas.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 05 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Lyncon o guardião Onde histórias criam vida. Descubra agora