006 - Comfort

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Christopher Bahng~

Deixo de lado os dois controles para o videogame e me sento no sofá esperando por Na-yeong que foi buscar seu celular. Mortal Kombat está na tela da televisão, e falta apenas escolhermos os nossos personagens e iniciarmos o jogo.

A casa está vazia, pois meus pais saíram com meus irmãos, deixando eu e Na-yeong sozinhos aqui. A porta balcão da varanda está aberta, permitindo que o ar quente de Seul adentre em casa. Apesar de não estar muito sol, está abafado, e chuto que está uns vinte e sete graus celsius.

Berry vem até meus pés, roçando em minhas pernas pedindo carinho. Com um sorriso, a pego no colo e começo a fazer carinho em seus pelos macios. Amo abraçá-la, observar a forma como seus lindos olhos me olham, seu sorriso... eu amo ela de uma forma que não dá para explicar em palavras.

Estranho o fato de que Na-yeong está demorando, visto que foi para seu quarto buscar apenas o celular. Decido então ir ao seu quarto ver o porquê de ela estar demorando. Levanto-me do sofá, deixando Berry novamente no chão e então caminho pela sala com os pés descalços em direção às escadas.

O andar superior está completamente silencioso, não tendo nenhum movimento. Em poucos segundos, paro em frente à porta de madeira branca e observo pela fresta aberta, não vendo Na-yeong de primeira. Lentamente, abro a porta o suficiente para conseguir passar e ao procurar a garota, encontro-a aos prantos encolhida no chão, fazendo meu coração se apertar e despedaçar-se em milhares de pedaços. Em passos cuidadosos aproximo-me da frágil garota e antes que eu me abaixasse, vejo no notebook em cima da escrivaninha a foto do funeral de uma mulher, que identifico ser a mãe dela.

Na-yeong só percebe a minha presença quando eu a abraço, colocando meus braços ao redor de seu corpo respeitosamente, de forma que a proteja do mundo e que ela se sinta segura comigo.

Meu coração se aperta cada vez mais enquanto a ouço chorar e soluçar em meus braços, molhando meu ombro com suas lágrimas quentes e dolorosas. Acaricio seu cabelo em uma tentativa de acalmá-la um pouco, mas não deu muito certo, pois ela continua chorando de soluçar.

Na-yeong se encolhe em meus braços cada vez mais, colocando toda a dor, todo o luto através de lágrimas altamente dolorosas, tremendo e com uma dificuldade enorme de respirar.

—Calma Yeong, eu estou aqui. Estou aqui com você. Você não está sozinha - eu sussurro, tentando escolher as melhores palavras para acalmá-la - Respira comigo. Inspira... segura... expira... inspira... segura... expira...

A garota então começa a regular a respiração, seguindo as minhas instruções; vejo que ela ainda não se acalmou, então tento pensar em uma forma de acalmá-la, e logo acho uma: cantar I won't give up.

Começo então a cantar a música para ela, uma música que expressa tudo que eu diria para ela em um momento como esse. Sussurro a música em seu ouvido, cantando cuidadosamente cada palavra no ouvido dela.

Acaricio suas costas com uma mão e com a outra acaricio seu cabelo macio e cheiroso. Percebo enquanto canto que ela está se acalmando, aos poucos parando de soluçar, seu choro diminuindo e parando de tremer, ficando quieta em meus braços.

Seu doce cheiro entra em minhas narinas constantemente, seu cabelo é macio, ela é quente... a minha vontade é de ficar abraçado à ela eternamente, não querendo comer nem beber água. Porque apenas estando aqui, abraçando o meu mundo, acalmando uma das pessoas mais importantes para mim, sentindo seu doce cheiro, não quero e nem preciso de mais nada e nem ninguém. Ela é tudo que eu quero; que eu preciso. Não preciso de luxo, carros e motos caras... nada disso me interessa. Se tenho ela comigo, sou o cara mais sortudo existente na face da Terra.

Love is the cure - Bang ChanOnde histórias criam vida. Descubra agora