Sonho lúcido

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POV Nezuko

Abri meus olhos lentamente, mas parecia que continuavam fechados. Estava tudo escuro e eu não conseguia ver absolutamente nada.

Eu movia minha cabeça para os lados, mas aquele breu continuava. Eu olhei para as minhas mãos, conseguia as ver perfeitamente

Nezuko: Eu estou sonhando? -- Eu me perguntei perdida em meus pensamentos, mas então escuto um barulho atrás de mim

Eu virei meu corpo rapidamente e pude ver um ponto de luz a distância. Eu comecei a correr em direção daquela luz e quando a alcancei, me vi em um quarto familiar. Não conseguia mover meu corpo então só fiquei olhando o que tinha naquele quarto.

Eu estava sentada e olhando para a porta como se estivesse alguém. Eu podia ouvir passos se aproximando e alguém cantarolando. Aquela voz... Não podia ser...

Tanjiro: Nezuko! Ainda acordada? -- Meu irmão me perguntou ao abrir a porta

Nezuko: (Onii-chan! É você mesmo! Eu não posso acreditar, eu tenho tantas perguntas-) -- Quando estava prestes a fazer minhas diversas perguntas, algo aconteceu -- Sim, onii-chan... Eu ainda estou triste por causa de mais cedo -- Eu não consigui falar o que queria -- (O que está acontecendo?! Por que não consigo o perguntar o que quero? Isso é... uma memória?) -- Minha cabeça estava inclinada para baixo e eu percebi que meus membros estavam pequenos como os de uma criança -- (Eu estou revivendo uma memória com meu irmão, não consigo interferir)

Tanjiro: Oh, querida. Você sabe que não é sua culpa, certo? -- Ele se sentou ao meu lado e começou a acariciar meu cabelo -- Você só se defendeu, está tudo bem

Nezuko: Não, não está! Elas...! Elas...! -- De repente eu começo a chorar e soluçar -- (Elas quem? Por que eu estou chorando? O que eu fiz?)

Tanjiro: Nezuko, olha pra mim. Eu sei que você só queria ter uma amizade com pessoas da sua idade, afinal você só é uma criança. Mas, você vai precisar aprender a reconhecer a maldade humana, principalmente a de crianças. Elas vão tentar se aproximar e vão parecer inocente por terem a mesma idade ou até serem mais novas que você, mas elas são cruéis e perversas, elas não entendem a real gravidade dos danos que elas causam aos outros -- As mãos gentis e quentes dele limparam as lágrimas do meu rosto -- Eu sei que vai ser difícil, mas você precisa aprender a se equiparar a elas. Se você quer sobreviver em um mundo cruel, vai precisar aprender a ser cruel

Nezuko: Mas eu não quero ser cruel, onii-chan!

Tanjiro: Mas você precisa! -- Ele eleva o tom de voz e depois solta um suspiro -- Você sabe que eu só estou fazendo isso porque eu me preocupo com você, não é?

Nezuko: (Essa não é a melhor solução, onii-chan. Eu sei que o mundo é cruel, mas existem pessoas boas também)

Tanjiro: Venha -- Onii-chan se levantou e estendeu a mão em minha direção. Eu apenas aceitei a mão dele e me permiti ser guiada por ele -- Vista seu cachecol e me encontre na porta de entrada

Eu vou até um cabide e tiro um cachecol de pele de animal pequeno que aparentemente era o meu. Já vestida, eu encontro Tanjiro com outro cachecol e um lampião aceso na mão.

Nezuko: Aonde vamos?

Tanjiro: Você vai descobrir quando chegarmos

Nós andamos montanha à baixo e continuamos a andar até que vimos algo vermelho na neve.

Nezuko: Onii-chan, eu não quero ver isso! -- Eu me agarrei a ele e escondi meu rosto na roupa dele

Tanjiro: Olhe, só assim vai entender o que eu quero te ensinar -- Onii-chan me puxou pelo braço e foi andando em direção àquele lugar -- Olhe como eles ficaram desfigurados

Minha cabeça foi forçada o que eu vi fez meu estômago embrulhar. Tinham dois corpos de crianças, um com a cabeça explodida e outro com os órgãos para fora, como se tivessem puxados. Eu não sei como não vomitei naquela hora, era tão grotesco.

Nezuko: Onii-chan... Por que... Você tá me mostrando isso...? -- Eu perguntei chorando e entre soluços

Tanjiro: Os pais deles vão ficar tão arrasados de as encontrarem assim, descobrindo que as filhas não iriam voltar para o jantar de Natal

Nezuko: Onii-chan! Eu estou me sentindo culpada! -- Disse e enterrei meu rosto na roupa dele de novo

Tanjiro: Trágico, não é? Se você não tivesse se defendido, você que estaria no lugar delas -- Ele fala com uma frieza na voz

Nezuko: Q-Que? -- Minha cabeça foi automaticamente levantada para cima na direção da dele

Tanjiro: Se você não as tivesse empurrado, elas teriam e você que estaria ali, desfigurada e morta no próprio sangue. Imagina se fosse eu no lugar dos pais, se eu encontrasse seu corpo assim na neve, se eu perdesse a única coisa que me resta que é minha doce e jovem irmã por causa da brincadeira sádica e maldosa de crianças, vive gostaria que tivesse sido assim?

Nezuko: N-Não! Claro que não! Eu só... talvez tivesse outro jeito de sair dessa situação

Tanjiro: Se você não tivesse as empurrado, elas iriam atrás de você e tentariam te empurrar daquele penhasco de novo -- Ele se agacha à minha altura -- Quando eu disse que você deveria ser cruel, não significa que precise ser com todos e eu quero que você entenda que não se deve confiar em qualquer um, tudo bem? O irmão só se preocupa com você, você é tudo que o irmão tem -- Ele me abraça e me conforta -- Eu te amo, irmã

Nezuko: Eu também te amo, onii-chan -- Eu retribuo o abraço. De repente eu acordo e estou na Mansão Borboleta novamente -- (Foi tudo um sonho) -- Penso me levantando e esfregando meus olhos, estava bem cedo e uma fresta de Sol estava batendo no travesseiro no lugar onde estavam meus olhos

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Explicando o que aconteceu com a sua crianças e a Nezuko. Duas crianças se aproximaram da Nezuko enquanto ela estava colhendo algumas frutas para o bolo de Natal. Elas fingiram que queriam ser amigas da Nezuko e pediram para que ela as levasse ao ponto mais perigoso da montanha. Inocente, a Kamado concordou é levou elas à um penhasco bem alto. Como uma brincadeira sádica, a crianças tentaram empurrá-la dali, mas, como ela é irmã do protagonista e automaticamente tem o poder do protagonismo, ela desviou e quem caiu do penhasco foram as pestes. Quando Nezuko percebeu o que fez, correu de volta para casa e contou tudo para o irmão. Tanjiro confortou ela e disse que estava tudo bem. O resto vocês já sabem

E se o Tanjiro fosse irmão do Rui?Onde histórias criam vida. Descubra agora