ℭ𝔬𝔯𝔞çõ𝔢𝔰 𝔢𝔪 𝔠𝔬𝔩𝔞𝔭𝔰𝔬 - GABRIEL

Fim do mundo

– Dia seguinte –

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  AMANHECEU eu acabei dormindo com o livro em cima do meu peito, o jantar de ontem foi strogonoff, deve ser bom por ser o primeiro dia, o café da manhã foi biscoito de queijo com leite puro, por sorte eu trouxe achocolatado, por que? Porque sim.

   De acordo com o cronograma de hoje, vamos fazer um passeio de canoa, eu não gosto muito de ficar no sol, por isso estou levando meu chapéu para pelo menos não machucar os meus olhos, dessa vez não tive como escapar, eles não podiam me deixar sozinho para traz, acabei tendo que ir com eles.

   Vesti uma camisa de manga comprida e depois uma azul por cima deixando uma gola por cima da azul, e a mesma bermuda de ontem, e um tênis al-star azul, so coloquei uma bolsa pequena com meus abafadores de ruido e um ursinho de pelucia de coelho pequeno, estou pronto, Dariush está demorando no banheiro, o bom é que eu não me importo, me dirijo até as vãs, sou guiado para me sentar na vã de traz, procuro um banco mais escondido.

    Não demora muito para todos entrarem, coitado do ruivo que teve que se sentar com Dariush, coloco meus fones e partimos, não escutei muito depois disso, só uma coisa, o motorista da vã está com a licença pra dirigir suspensa, e o saco do Dariush tá quente, alguma coisa assim.

    Em menos de vinte minutos nos chegamos aonde seriasmos levados para andar de canoa, quando faltava só um pouco pra começarmos o passeio veio a trágica notícia.— Desculpa gente alguém cagou na canoa descendo a correnteza.

   Todos fizeram um som de desaprovação, e um dos nossos supervisores veio se justificar. — Dois meninos cagaram na vã vindo pra cá e a gente aguentou.

   Coloquei meus fones de novo, fiz como a maioria dos campistas e sai para observar um pouco o lugar, em algum momento enquanto eu estava andando eu notei alguma coisa vindo correndo na minha direção, ficava mais rápido até que eu finalmente percebi ser um cachorro, a primeira reação que eu tive foi comecar a correr.

   Eu corria sem parar, eu tenho tanto medo de cachorro, não consigo nem chegar perto de um sem começar a tremer, nem percebi quando já tinha entrado no meio da floresta, eu só conseguia escutar alguma coisa correndo atrás de mim, e eu só pensava naquele cachorro cravando os dentes na minha perna, isso só me fazia correr mais.

  Em algum momento eu não tinha reparado em uma raiz de árvore que saltava pra fora da terra eu tropecei e cai no chão, em um reflexo de ser atacado eu fechei os olhos e segurei os fones no ouvido, mas não teve ataque, oque me fez abrir os olhos curioso sobre oque aconteceu.

   Eu vi que estava tudo normal, mas alguma coisa tocou meu ombro me dando um susto, mas me acalmei ao ver que era um ser humano, um garoto moreno de blusa azul e calça cinza, ele parecia preocupado enquanto me observava com as mãos nos ouvidos, eu relutantemente retirei os fones, o garoto me estendeu a mão e me ajudou a levantar.

   — Desculpe, acabei assustando você, e que você tava correndo, pensei que estava em perigo.– Ele disse enquanto me avaliava com os olhos.

   — Cachorro?– Eu pergunto dando uma pequena olhada ao redor.

   — Não vi nenhum.— Essa notícia e tranquilizante, já me sinto mais calmo sabendo disso.

   — Você tem medo de cachorros? Isso é bem incomum.— Ele diz enquanto observa um pouco o lugar, sorrindo de ladinho.

    — Eu sei.— Eu digo desviando o olhar de seus olhos, que por algum motivo pareciam atrair os meus.

   — Você é do acampamento?— Ele pergunta eu aceno afirmando com a cabeça. – Qual seu nome?