Assim que abro os olhos, sinto que estou deslocada.
Estou apoiada sobre algo quente e macio. Alguma coisa amassa o meu cabelo do lado direito, e essa coisa está respirando.
Ah meu Deus. É o Takumi.
Imediatamente, sou atingida pela onda de lembranças da noite anterior, o que faz a minha cabeça doer mais ainda. No entanto, tento não me mexer para não acordá-lo e fazer papel de trouxa.
A leve brisa da manhã movimenta minhas cortinas cinzas, e meu lado adolescente está sambando dentro de mim. Quero prolongar isso, essa manhã, esse contato... tudo.
Mas não posso. Não quero que Emi saiba que o Takumi dormiu aqui.
— Acordou? — Ouço sua voz, rouca, grave, pesada e adormecida. Um misto de sensações.
— Sim. Foi mal se te acordei — respondi tentando manter a firmeza, mas falhando.
— Que horas são?
— Pouco mais de sete. — Levantei o rosto e encarei sua face sob a pouca luz, e presumi que em seus lábios, estampava-se um sorriso descontraído e suave. Ele deve estar lembrando de ontem à noite. — Você precisa ir. Não quero que Emi pense que...
— Tudo bem. Eu vou indo. Tenho trabalho a fazer.
Contra a minha vontade íntima, Takumi me solta e se senta virado contra mim. Suas costas são finas, magras e extremamente brancas. Percebo fios rosas que se estendem por uma certa extensão e coro — eu deveria ter feito aquilo.
Takumi veste sua calça jeans e se vira antes de colocar sua blusa, me oferecendo outro sorriso simpático. O que será que ele está pensando agora?
Não consigo deixar de olhar para o seu abdômem. É magro, mas estranhamente definido. Tudo no corpo de Takumi é estranhamente irregular, e não condiz com a sua primeira aparência. Sinto que é bom. E ele ainda tem aquele V que segue até a sua virilha, o que mais me prende a atenção.
— Ainda precisamos conversar sobre o... — começa, calçando seus tênis.
— Certo — O interrompo. — Eu te ligo mais tarde. Tranque a porta quando sair.
Acho que minhas palavras causam um efeito errado nele, porque ele me lança um olhar que diz "Nossa, Mika. Mas que frieza, para quem acabou de ter uma das melhores noites da sua vida."
— Até mais, Min-ji — se despede, fechando a porta atrás de mim. Ouço seus passos na escada e ele desaparece, me deixando sozinha naquele quarto imenso.
— O que eu fiz? — sussurro incrédula. — Meu Deus, eu sou uma péssima mãe...
Eu não deveria ter pedido para ele vir aqui. Não deveria, sabendo que eu certamente teria segundas intenções. Isso é um total desrespeito não só a mim, quanto ao Lee e a minha filha.
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OUR PAST - LAWLIET (DEATH NOTE)
Fanfiction"Há muito tempo atrás, não era apenas eu. Eu era Lawliet, mas não estava só no mundo. Tinha ela. Estávamos sempre juntos, compartilhando cada momento. Ela era minha confidente, minha única e melhor amiga. Mas então, tudo mudou. Ela simplesmente fo...