Desde a primeira vez que eu te vi [KELMIRO]

Não é o último encontro

obs: um bônus fofinho com o rams se entendendo e podendo amar o kevín dele como ele sempre quis.

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Ramiro tinha acabado de estacionar sua caminhonete em frente ao Naitandei. Não, dessa vez ele não estava lá à mando do Dr. Antônio, até porque nem trabalhava mais como capanga dos La Selva.

Ramiro desfez os laços com o antigo patrão de uma forma muito dolorosa, tanto que nem gostava de lembrar do acontecido, quando enfrentou o Dr. Antônio pela primeira vez em seus mais de vinte anos de serviço, recebendo uma represália brutal em troca, que o machucou não só fisicamente, mas pisoteou boa parte do seu emocional já debilitado.

Mas Ramiro está aprendendo a conviver com isso, a dona pesecológica tem o ajudado muito a entender coisas do seu passado que ele nem imaginava que ainda respingavam no seu eu do presente. As vezes assustava, doía mesmo, ficar cascaviando tudo de novo, mas também o deixava mais forte, mais livre, mais dono de si.

Claro que ele também tem recebido uma ajudinha extra de um certo rapaz que Ramiro, depois de muita luta, hoje pode chamar de namorado, ou de Kevín, de meu bem, de meu anjo — as vezes de demônio também, mas continua sendo de forma carinhosa, ok? —. E o seu Kevín é o motivo da visita de Ramiro ao bar hoje, assim como foi o motivo da visita de ontem e também vai ser o motivo da de amanhã.

Seguindo como de costume, Ramiro cumprimenta rapidamente todos os funcionários do bar que estão pelo salão arrumando tudo para a noite e sobe em direção ao quarto de Kelvin, batendo levinho na porta e abrindo devagar antes mesmo de ouvir uma resposta do menor.

E lá estava ele, de frente para o espelho enquanto terminava de se arrumar. Ramiro se permitiu observar o namorado mais um pouco antes que ele percebesse a sua presença.

As mechas do cabelo já não eram mais tão loiras como antes, mas agora Ramiro so consegue pensar em como elas são sempre macias e cheirosas. As roupas mudaram um pouco, não são mais tão curtas, mas mantiveram as cores vibrantes, adornando as curvas que agora Ramiro orgulhosamente pode dizer que já fez bem mais do que só olhar. Seu namorado é tão lindo que Ramiro acredita que nunca vai se cansar de apreciá-lo.

— Rams! — Exclama Kelvin assim que se dá conta do maior o olhando pelo espelho e se vira para ir abraçá-lo — Cê fica paradinho aí sem falar nada, quase que me dá um susto — Apesar da fala parecer uma repreensão, Kelvin falava tudo isso com um sorriso no rosto enquanto envolvia Ramiro em seus braços e o olhava nos olhos.

E Ramiro amava.

Amava quando tinha os olhos castanhos e bonitos de Kelvin sobre si, ainda mais quando eles carregavam tanto carinho. Amava poder ver ele de pertinho ao ponto de conseguir contar todas as sardinhas que ele tem no rosto e sentir o cheiro gostoso do seu perfume. E amava ainda mais sentir os lábios cheinhos dele nos seus, mesmo quando era apenas por um breve momento.

E foi por esse mesmo motivo que ele se abaixou um pouco, até conseguir deixar um selar demorado na boca do menor, um gesto hoje tão simples e corriqueiro para eles mas que sempre reafirmava o amor genuíno dos dois, fazendo Ramiro sentir aqueles mesmos calafrios no pé da barriga — Kelvin falava que eram "borboletas no estômago" mas Ramiro sempre retrucava dizendo que nunca engoliu nenhuma —, e o coração um pouquinho mais acelerado, mas com o diferencial de que agora nada disso o assustava mais, era até bom.

— Tava com saudade do meu Kevín — Ramiro enfim responde, sorrindo de orelha à orelha e puxando Kelvin pra deitar na cama e ficar agarradinho.

— Eu tenho um namorado muito carente, hein — Diz se aconchegando mais no peito de Ramiro — Quer ficar quietinho aqui é? — A voz mansinha de Kelvin sempre fazia ele suspirar.

— Quero! — Pra alegria de Kelvin, Ramiro conseguia ficar incrivelmente manhoso quando tava de chamego —  Quero compensar o tempo que eu fiquei longe d'ocê.

A resposta tirou uma risadinha de Kelvin, que tratou de pegar mais um pouquinho no pé de Ramiro.

— A gente se viu ontem e você já tá assim, é?

Ramiro apenas sorriu como resposta apertando mais um pouquinho o namorado, o tempo que ele quer tanto compensar é aquele tempo, quando viu Kelvin pela primeira vez e todos os outros encontros seguintes em que tentou negar o que sentia. Ramiro quer compensar porque agora ele não foge mais, ele abraça esses sentimentos enquanto abraça também o motivo deles, o seu Kevín.

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obs²: é simples e levinho pq eles merecem um amor sem tantas preocupações. espero que tenha ficado legal!!