O Último Lord das Cinzas

Capítulo 14 Sentinentos e Deveres

Havia muitas bênçãos e privilégios que Taehyung e Jungkook desfrutavam nos aposentos reais. Longe de suas imagens soberanas e reais, podiam apenas desfrutar do amor. No entanto, o peso da coroa e as responsabilidades do trono chamavam Jungkook, assim como um exército aguardava o retorno de Taehyung para o campo de batalha.

Aquilo preocupava o imperador. O ciclo de Taehyung havia sido completado, mas seu cio não se apresentará. Assim, temendo em seu coração, ele desejava evitar que Taehyung voltasse ao campo de batalha antes de ser marcado.

Era esse o desejo do seu coração, mas não a realidade da nação naquele momento.

Com o ciclo de Taehyung completo, seu cio poderia acontecer ao nascer do sol ou em dez luas. Não era possível determinar quando isso ocorreria, esse era o mistério do ciclo dos Lobos. Taehyung estava pronto para acasalar, seu cheiro e desejos mostravam que ele havia florescido e sua natureza ansiava por um parceiro, que era o imperador Jungkook. No entanto, como o cio ainda não havia acontecido, o imperador estava impossibilitado de marcar o pescoço de seu ômega.

Apesar do fardo da natureza dos lobos, as almas de Taehyung e Jungkook já estavam entrelaçadas e marcadas, mesmo sem haver uma marca no pescoço do Lord das cinzas.

Enquanto Taehyung dormia profundamente ao lado do seu imperador, Jungkook, por outro lado, permanecia acordado, velando o sono de seu ômega, acariciando cuidadosamente seus cabelos e roçando a ponta do seu nariz na testa de Taehyung.

Responsabilidades e deveres nunca foram tão difíceis para o Imperador Jungkook quanto naquele momento.

Para o imperador, ser portador dos espíritos dos Lords era um privilégio, mas ao mesmo tempo uma maldição. A realeza tinha suas perversidades e dores, e com um cargo tão alto e uma responsabilidade tão grande, ele era impedido de amar como os outros alfas amavam seus ômegas, apesar de seu ômega também possuir o mesmo fardo. Sentavam em seus tronos de glória , mas apesar de todo o ouro e louvor recebidos, espinhos dolorosos os prendiam ao trono. Ele desejava não permitir que seu omega voltasse para o campo de batalha, mas ao mesmo tempo sabia que ele tinha que ir.

Já fazia muitos anos que o imperador Jungkook se sentia tão impotente. Talvez a última vez que ele tivera tal sentimento foi quando era jovem e assumiu o trono.  No  mesmo dia em que perdeu seu pai e precisou fingir que aquilo não machucava seu coração. Foi quando Maccoy o possuía e ele sentiu toda a malignidade e maldade de seu espírito. A dor que ele sentiu naquele momento não podia ser comparada à dor que estava sentindo naquele instante, ao pensar na possibilidade de afastar seu ômega novamente.

(...)

Longe da nação do fogo, o inimigo que estreitava o imperador em silêncio, o mesmo responsável pela discórdia no quarto do imperador e por outros acontecimentos na nação do ar e na nação da terra, estava sentado em frente a uma fogueira, afiando uma longa lança. O barulho do metal sendo afiado era fino e baixo, enquanto ele murmurava pactos malignos.

A lança que ele polia recebeu a mesma maldição da adaga dos Lords Lobos, capaz de matá-los. Cada movimento cuidadoso para afiar a lança era acompanhado por murmúrios sinistros, imbuindo-a com uma energia nefasta.

O líder permanecia diante da fogueira, sua figura envolta em sombras dançantes, enquanto um de seus capangas se aproximava cautelosamente.

— Senhor — disse o capanga — quando começaremos os ataques novamente?

Gook, com voz profunda e imperturbável, respondeu:

— Ainda não é o momento. Devemos esperar.

— Quanto mais ? Os outros lobos falam que estamos com medo.