Fiquei muito triste por me afastar do meu único amigo Luke, que foi para o centro de soldados dos quatro reinos. Apesar de saber que nossos destinos não estavam alinhados, essa separação ainda doía muito. No entanto, ao mesmo tempo, sentia muita felicidade por ele, pois Luke, apesar de ingênuo e "doce", era extremamente inteligente, perspicaz e tinha grandes sonhos para realizar. Isso o levou a estudar desde muito cedo para ingressar na academia e, após um longo processo, ele conseguiu ser aprovado com excelência.
Já o meu dia foi extremamente estranho!
Recebi a visita de um homem bem vestido, porém cansado, que desejava ver minha tia.
Minha tia era enfermeira, então achei que era um paciente. Mas então o homem se levanta.
-Senhorita, peço que não se assuste com nada do que vou falar agora.
-Eu sou Oliver, coordenador júnior da Academia de Descendentes do Reino da Água (ADRA).
-O quê?
-Que loucura é essa, tia Dora?
-Como rastrearam ela? -Minha tia falou enfurecida.
-Senhora, nós temos um sistema de rastreio de descendentes.
-Não tem com o que se preocupar.
-Sabemos que quer proteger sua sobrinha e queremos ajudá-la com isso.
-Ahhhhhh, poupe-me de suas mentiras!
-Todos sabem que aquele lugar é uma forma de aprisionar crianças para torná-las cativas do reinado.
-Senhora Dora! -Sr. Oliver falou enquanto soava muito.
-Não precisa se preocupar. Não farei nenhum tipo de agitação ou balbúrdia porque sei que minha sobrinha ficará melhor lá do que em qualquer outro lugar.
-Porque devem ter motivos para fazer tal coisa.
-Apesar de não conseguir confiar muito na sua palavra, acho que não vou conseguir impedir nada.
-Certo!
-Agora podemos falar sobre a Academia de Descendentes do Reino da Água.
Eu já ouvi falar desse lugar, uns chamam de prisão para erros, outros dizem que era um exército extremamente reservado. Entre muitas opiniões divididas, me perguntava onde uma pessoa como eu entrava nesta história.
Não me sentia bem em ser controlada a vida toda e pagar por crimes que nem conhecia. Mas também não queria ser um brinquedo ou uma arma dos soberanos. Pior ainda era ver minha tia discutir com um homem desconhecido sobre o que ia acontecer comigo em um lugar desconhecido. Decidi que a melhor escolha era apaziguar as coisas e encontrar uma solução favorável.
Então gritei!
- Parem! Já basta desta discussão ridícula que não vai levar a nada.
- Tia, eu não posso me esconder a vida toda em uma vila.
- Senhor Oliver, podemos ir mais devagar sem fazer escolhas precipitadas.
-Certo, senhorita, mas esse desafio tem um pequeno problema: você é a última descendente perdida deste ano. -Ele exclamou enquanto apontava para a carruagem, que por sua vez era extremamente sofisticada, e prendeu minha atenção por alguns instantes.
-Tenho receio de que não tenhamos muito tempo restante para discutir.
-Contudo, informei a sua tia sobre minha visita há algumas semanas, na qual conversamos sobre a senhorita.
-Tia, o que este homem está falando?
-Selena, há algum tempo que tenho noção da sua situação e, há algumas semanas atrás, esse homem entrou em contato comigo.
-Eu queria o melhor para você, mas não sabia como lhe explicar o que estava acontecendo.
-Não tenho intenção de colocá-la no meio de uma guerra sem fim.
-No entanto, a descoberta do seu destino como descendente foi evidente ao decorrer dos anos. Você se esforçou para manter o segredo, mas não conseguiu por muito tempo.
-Isso fez com que eu me sentisse frustrada por não saber como te ajudar. -Minha tia caiu em prantos e chorou.
Depois de toda essa discussão, chegamos a um acordo. Eu e minha tia percebemos que não tinha outra opção: eu teria que ir, pelo menos por um período de tempo, até começar a entender o que estava acontecendo comigo.
O Sr. Oliver começou a explicar como funcionava a instituição (ADRA). Disse que o próprio comitê do reino administrava a escola.
Com animação, ele falou:
-Tenho certeza que você vai se destacar muito com suas grandes habilidades, e a melhor parte será conhecer pessoas como você lá na ADRA.
Me sentia curiosa e desconfortável, pois não sabia o que esperar dessa instituição e muito menos das pessoas que frequentavam.
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Os Descendentes E A Dominadora De Ar
Fantasía"Um mundo onde não há guerra, mas também não há paz. O mal e o bem são apenas definições que não fazem diferença em tempos de guerra. A única diferença é quem vence e quem perde, com um vencedor e muitos mortos. Sonhos roubados e vidas ceifadas: est...