"Um mundo onde não há guerra, mas também não há paz. O mal e o bem são apenas definições que não fazem diferença em tempos de guerra. A única diferença é quem vence e quem perde, com um vencedor e muitos mortos. Sonhos roubados e vidas ceifadas: est...
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No caminho para a ADRA, meu acompanhante, o Sr. Oliver, falava sobre o quanto eu poderia me desenvolver como dominadora lá. Ele perguntou:
- Você já utilizou suas habilidades alguma vez?
- Sim.
- Costuma treinar como dominadora?
- Não, nunca me senti confortável sendo dominadora - Eu falava enquanto folheava uma revista de fofocas cujo título me chamou atenção.
-Hmm, receio que você vai ficar um pouco atrasada em comparação com outros dominadores. Eles praticam desde que descobriram suas habilidades, mas não se preocupe, você aprenderá rápido e não se sentirá desconfortável, como deve imaginar.
Eu não estava esperando me sentir desconfortável com o fato de estar atrasada em relação às minhas habilidades. Porém, depois do que o Sr. Oliver disse, fiquei pensativa.
O que iriam pensar de mim? Uma dominadora que não sabe dominar é como um nadador que não sabe nadar; os dois são completamente inúteis.
Minutos depois, eu me perdi em meus pensamentos e devaneios. Me interrogava sobre ADRA e os dominadores e sentia saudade da minha tia que não estava mais lá para me aconselhar sobre o que deveria fazer.
Era de uma tremenda insensatez a minha decisão de ir para aquele lugar, repleto de gente tão problemática quanto eu. Não conseguia deixar de pensar nisso, mesmo enquanto me deslumbrava com as grandes colinas que se erguiam sobre a enorme bacia, no centro da cidade. Minha vida sempre foi naquela bela planície, repleta de vilas e povoados afastados da cidade central.
Era muito calmo e tranquilo. Todo mundo se conhecia, ainda que as pessoas muitas vezes falassem mal umas das outras, na vila de cadena onde vive minha vida inteira. O lugar de onde todas as minhas lembranças é a vila de cadena o que não é ruim. Mas não conheço o mundo exterior a cadena.
Após passar por colinas e uma densa floresta, finalmente pude avistar ADRA e fiquei deslumbrado com suas grandes torres, que pareciam um castelo abandonado há séculos. Ao redor, vi vários dominadores habilidosos, outros nem tanto.
Me perguntei por que ADRA estava tão afastada da cidade central e de qualquer outra vila ou povoado, mas sim localizada em um castelo no meio das colinas, provavelmente com a intenção de esconder alguma coisa ou alguém.
Ao descer da carruagem, deparei-me com um enorme portão preto, enferrujado e coberto por galhos. Ao seu lado, uma parede de vários metros coberta de musgo, que não se estendia por toda a academia, apenas na parte visível a partir da estrada.
Poucos segundos depois, o portão se abriu e uma mulher de aparência jovem, com cabelos castanhos claros até a cintura, pele mulata e lindos olhos verdes, parecia mais uma ninfa do que uma mulher. Ela usava um traje de seda com vários símbolos, como o brasão do reino da Água e o brasão do exército, que representava seu status na hierarquia.
Logo após, Sr. Oliver cumprimentou a moça fazendo reverência e depois apertou-lhe a mão.
-Esta é a vice-diretora e professora da academia (ADRA). Ela é o maior símbolo de autoridade durante a ausência da diretora.- Sr. Oliver falou com certa ansiedade enquanto sua mão soava.
Peguei as malas e me aproximei do portão onde estava o Sr. Oliver e a bela moça que nos recebia.
- Pode me chamar de Amélia, e você deve ser a atrasada - ela disse enquanto erguia as mãos.
- Atrasada? - disse, derrubando todas as bagagens que segurava em minhas mãos.
- Sim, você perdeu a conferência de boas-vindas à ADRA. Não sabia?
- Me desculpe, houve alguns problemas, mas que já foram resolvidos e não será preciso mais se preocupar - o Sr. Oliver suspirou baixo, tentando aumentar a voz. Foi o que conseguiu sair de sua boca no tempo em que ele se transformava em um tomate, de tão vermelho de vergonha que estava por ter cometido mais um erro na frente da senhorita Amélia.
Após isso, ela apertou minha mão suavemente e falou: 'Bem-vinda à ADRA'.
