A madrugada trazia consigo a promessa do frio que o futuro inverno traria dali a pouco tempo. As torrentes de ar fluíam livres e gélidas pelos corredores silenciosos do hospital. As rajadas da chuva levemente tempestuosa que movimentava os arredores sempre se fazendo presente, lembrando que estavam ali. O silencio circunspecto natural daquele ambiente só sabia aumentar cada vez mais devido as condições que a noite quisera derramar sobre a terra. Era aquele tipo de silencio que mais traziam sons do que realmente quietude. Quase ninguém estava ali. Não acordado, e não àquela hora. Só havia eu ali. Consciente.
Sabia que em algum lugar daquele andar estéril e melancólico, Jungkook estaria completando uma ronda, garantindo a segurança. Isso significava que Yoongi também estava nos arredores. Nunca muito afastado. Namjoon e os outros mantinham a rotina dos negócios, mantendo tudo em ordem. Uma das consequências da vida na máfia. Nunca poder baixar a guarda, sempre sob risco de morte.
Não tinha sono e aproveitava para trabalhar. Cuidando de relatórios das remessas recebidas, fechando contratos com fornecedores e muitas tarefas burocráticas que me cabiam. As gotas de chuva que caiam ritmicamente produziam a melodia que me acompanhava. Juntamente com o som suave do ressonar adormecido ao meu lado.
Ergo a cabeça numa pequena pausa, me perdendo em pensamentos diante da vista da janela. Minha audição de lúpus captava ao longe o som de uma goteira. Paro depois de contar 39. Meus próximos movimentos foram interrompidos pelo baixo gemido que se seguiu.
O pequeno e belo ser que repousava na cama tinha as suas feições franzidas em descontentamento. Como se algo o incomodasse na sua inconsciência. Mais do que depressa vou até ele, tomando seu corpo delicado em meus braços, acariciando seu rosto, tentando afastar dele as sombras que o perseguiam no seu sonho.
Quando mais um pequeno gemido escapou de seus lábios, liberei meus feromônios de proteção, o que o fazia se sentir seguro. Sua agitação diminuiu consideravelmente. O recostando de volta na cama, continuei a fazer carinho no seu rosto, o que é uma das coisas que meu pequeno Hobi mais gosta que eu faça.
Depois de um tempo, lentamente fui me afastando para voltar a minha poltrona - esta que comprei eu mesmo, para substituir a que a duras penas tinham me cedido antes, e que tinha causado muita confusão por conta da minha estadia – porém, assim que meus dedos deixaram sua pele houve mais um fraco protesto do ômega adormecido. Desistindo, me deito cuidadosamente ao seu lado, agora o embalando dentro do meu abraço. Ele foi se aquietando vagarosamente, aproveitando meu calor e meu cheiro, as duas coisas as quais ele mais respondia.
Me preparei para dormir também, tentando me manter consciente de que devia cuidar melhor da minha saúde para o meu ômega. A goteira ao fundo da minha audição continuando como cronometro. Eram quase três da manhã. Agora eram 40.
Quarenta dias. Mais de um mês sem o sorriso e a doce voz do meu Hobi. Somente a espera, que parecia interminável de que ele voltasse. Bastava que seu corpo se recuperasse o suficiente. Ele acordaria assim que estivesse pronto. Era o que o dr. Jaebeom dizia.
Estava cravado na minha alma o dia em que tudo ocorreu. Nunca fiquei nem ficarei novamente, tão assustado quanto aquele momento que parecia que o perderia.
Fazia pouco mais de 5 semanas que Hoseok estava internado. Seu estado era muito grave e delicado, ele precisava de atenção extrema. Primeiro, tiveram que fortalecer a saúde dele para poder realizar os procedimentos necessários para suas terríveis feridas. Depois cuidar da desnutrição extremamente severa, que vinha acompanhada de anemia e diversas outras dificuldades. Era um milagre que tendo vivido de maneira tão terrível, por tanto tempo, perdendo tanto sangue quanto ele perdeu, ainda estivesse vivo. Cheguei no momento oportuno. Se ele tivesse ficado mais um dia naquele lugar, estaria morto.
Meu pequenino estava apresentando muitas melhoras. Era lindo ficar aqui com ele, conversar, mostrar para ele as pequeninas coisas do mundo que ele nunca tinha conseguido ter acesso. Sua verdadeira surpresa e admiração eram adoravelmente doces. A única coisa que ele fazia com alguma dificuldade era ler, porque era o que ele estava aprendendo quando foi preso.
Aquela específica tarde, tínhamos lido algumas histórias e visto um filme. E então a febre veio. Forte e assustadora. Ele teve uma convulsão, e depois uma parada cardíaca. Pensei que o perderia. Em poucas horas, ele estava em coma. O dr. (nome) fez tudo o possível. Hobi estava reagindo bem ao tratamento. A sepse tentou tomar o corpo dele nos primeiros dias, mas meu guerreiro lutou muito e viveu.
Cada dia que passava, esperávamos que ele despertasse. Ele sempre melhorava, o que fazia com que eu não surtasse de desespero. Hoseok melhorava todo dia, e minha presença, aura, cheiro também ajudava. Só restava aguardar ele melhorar até acordar.
Me mudei definitivamente para o hospital. Deixei os meninos cuidando de tudo. Aproveitei esse tempo e estudei tudo que podia sobre little space, regressão e todas as coisas que seriam necessárias para dar ao meu ômega um ambiente adequado.
Mandei reformar minha casa. Deixei mais segura para o Hobi. Também dei ordens para fazer um quarto para o bebê, com berço, acomodações, closet, tudo completo. Garanti também que ele tivesse mijões, macacões, luvas, todas as roupinhas que seriam necessárias para quando ele regredisse. Estava tudo muito bonito e aconchegante. Jimin arranjou um enxoval completo, com mantas, cobertores, travesseiros, conjuntos, paninhos, tudo que um bebê – o meu bebê ômega no caso – pudesse necessitar. Ele tinha trazido os tecidos para eu decidir quais escolher e todos eram muito macios, fofos e delicados. Perfeitos. Agora, só faltava Hoseok acordar.
Apoiando o peso do corpo dele no meu peito, nos viro para que eu possa descansar com as costas sobre o colchão e o pequeno apoiado no meu peitoral. Fazia uma semana que ele já havia retirado o respirador e desmamado do indutor de coma. Parecia que só estava dormindo. Já parecia outro agora. Estava mais corado, e as bochechas estavam mais cheias, refletindo todos os cuidados que vinha recebendo. Tinha ganhado um pouco de peso. Estava ficando ainda mais lindo. O posicionei melhor para que não ficasse desconfortável, e nos cobri.
Adormeci com o som da chuva, da pingueira e do cheiro que eu mais amava no mundo, o do meu ômega.
Acordei, e pelo ar já sabia que estava tarde. Ao ler o ambiente, percebi que Jimin estava ali. E tinha trazido café da manhã. Me remexi, espreguiçando, abri os olhos e comprimento silenciosamente o beta que se ocupava com a minha papelada de ontem, sentado na minha poltrona. Antes que fizesse mais alguma coisa, percebi uma respiração diferente no meu peito.
Surpreso, quando volto meu olhar, percebo que Hoseok estava acordado, se aconchegando no meu corpo, com o rosto afundado no meu pescoço para poder sentir melhor o meu cheiro. Ele se remexia de maneira lenta, das pessoas que estão extremamente confortáveis e contentes. Sentia que seu lobo estava muito satisfeito, até ronronava, mantendo contato com meu lobo. Nos viro de lado, e antes que pudesse apoia-lo com o meu braço, Hobi cai suavemente no colchão, e continua ali, parado. Seus olhos estavam brilhantes, seu rosto mais relaxado. Soltava pequenos arrolhos adoráveis.
Jimin percebeu meu espanto e se aproximou. Assim, que o viu, abriu seu sorriso que contagiava a todos. Já estava suspeitando do que havia acontecido, mas precisava confirmar.
- Hobi? - Os olhos que se mexiam com curiosidade pelo ambiente começaram a tentar procurar de onde vinha a voz que o chamava. Continuei, mesmo que o sorriso bobo quisesse tomar meu rosto.
- Hobi-ah... Hobi... pequenino... – os doces olhos castanhos, depois de intensa procura, finalmente me descobriram e ele soltou uma tentativa de gritinho animado enquanto se agitava mais.
- Onde está o meu pequeno ômega? Onde ele foi? – agora já não me continha mais e brincava soprando pequenos beijos estalados pelo rosto dele, o que o fazia rir baixinho e de maneira doce.
Era oficial. Meu pequeno estava de volta, bem disposto, e tinha acordado em baby space. Já me derretia completamente com a versão dele em little space, fofo e extremamente meigo, agora, com ele assim, Não conseguia resistir. Perdia as estribeiras. Encantador.
Jimin também estava completamente encantado com o ômega. Imediatamente se juntou a nossa pequena brincadeira, e ficamos assim por alguns minutos até eu perceber que Hobi parecia levemente incomodado. Lembrando que agora também tinha as responsabilidades de um caregiver, assumi meu modo responsável.
- Jimin, me dê uma frauda, por favor. – O beta se encaminha para uma gaveta específica e me traz o que preciso.
- Você acha que devo subir algumas coisas de little para o quarto? Ele vai precisar. – Jimin me interroga, e concordo com ele.
- Sim, acho que ele vai ficar mais confortável com uma manta, talvez uma pacifier, e definitivamente ele vai precisar de uma mamadeira para tomar alguma coisa. Mas até tudo chegar de casa vai demorar.
- Já tenho uma bolsa completa preparada no carro. Sabia que quando Hobi melhorasse ele iria precisar. Já a tenho comigo a um tempo. Vou esperar lá fora e dizer para Yoongi subir com as coisas. – Enquanto ainda olhava surpreso para o mesmo, o beta sai do quarto.
Jimin sempre estava preparado. Eu deveria parar de ainda me surpreender com isso. Saio da cama e pego meu bebê no colo, no fundo do quarto onde antes era a parte do acompanhante, havia um trocador bastante eficiente, mesmo que improvisado, mas Hoseok fica mais agitado e antes que começasse a chorar, o posiciono novamente na cama o que o aquieta. A manhã estava um pouco fria, e a bata de hospital que ele usava não era nada quente. Estava mais do que claro que o little não iria se afastar do cobertor aconchegante de boa vontade.
Improvisando, pego o necessário e o troco rapidamente para que não sentisse muito frio. Aprendi muitas coisas sobre ser um cuidador nesse meio tempo. Treinei e estudei como cuidar de um little. Foi um pequeno obstáculo que o hospital tentou inutilmente me deter.
Fiz com que percebessem que comigo não havia negociação. Eliminei quem achava que podia pisar no meu pé, aterrorizei mais alguns outros e consegui obter a autorização para dar banho e outros cuidados básicos como trocar a frauda, fazer a manutenção da cama, etc. Transformei levemente o quarto para que eu pudesse cuidar melhor do meu ômega. E do meu conforto também. Agora tinha conseguido alinhar tudo e o dr. Jaebeom realmente não se importava.
Depois de trocado e limpo, voltei Hobi para debaixo das cobertas. Não iria dar nenhuma chance para ele ficar resfriado ou testar a imunidade delicada dele. Bem a tempo do médico e as duas enfermeiras que sempre cuidaram dele aparecerem para a visita matinal. Mantinha um relacionamento até que cordial com as três figuras. O beta e as duas ômegas sabiam respeitar que eu não iria deixar qualquer um indiscriminadamente tocar de qualquer maneira no meu ômega.
Hoseok é pequeno, frágil e ainda não consegue se defender de nada. Devido a aquele alfa de merda que era o pai dele, não creio que ele tenha completa consciência do abuso que sofreu. O lobo dele sabe, mas o quão profundamente ele entendia a gravidade do que aconteceu? Não muito. Meu pequenino só tinha o conhecimento de uma criança pequena. No que cabia a mim, ele nunca mais ficaria desprotegido. Nem por um segundo. E não me importo se tiver de derrubar um país inteiro para garantir isso.
Os três ficaram surpresos ao verem o mesmo acordado e querendo arduamente se agarrar no meu braço, coisa que com a pouca força de bebê que ele tinha, não conseguia. Mas era incrivelmente fofo ele continuar tentando, para chamar minha atenção de novo. As checagens padrões foram feitas, o médico fez um exame bem completo, visto que por ter acordado, isso representava uma melhora no quadro dele.
Jaebeom me deu um prognostico muito promissor. Logo Hobi poderia começar a fisioterapia, já estava oficialmente “fora” da UTI e numa situação normal seria transferido para um quarto. A previsão era de que entre três semanas a um mês ele teria oficialmente alta, para continuar a recuperação motora e muscular em casa. O peso estava muito bom, e todos os indicadores também. Mais tarde ele viria buscar Hoseok para mais alguns exames.
A última coisa que fez foi retirar sangue. O que deixou meu bebê com lágrimas nos olhos, mas ele não chorou. Ele era desconfiado e não se deixava demonstrar para um estranho, mas me doeu no coração a valentia dele. O beta teve bastante discrição ao não comentar nada sobre o comportamento estranho que percebeu no Hobi. Ele realmente se provava confiável todos os dias.
Assim que o trio se foi, Jimin voltou com uma bela bolsa maternidade – eu sabia reconhecer por que via muitas nos parques onde me colocavam para ficar circulando em busca de um programa, quando tinha 12 anos. Algumas dessas mães foram minhas clientes – branca, com poás de tamanho médio multicoloridos. O olhar curioso do Hobi se fixou na bolsa e não desviou, fascinado.
- Alguém aqui gosta de cores? Hum? Fofinho gosta da bolsa colorida? – tentava chamar a atenção do little com leves cutucadas, porém tudo o que recebi foi um arrulhar adorável e levemente irritado. Jimin ria.
- Deixe o pequeno sossegado um pouco, Seok. Ele deve estar com fome. Daqui a pouco vai começar a arremessar o que estiver ao alcance dele em protesto.
- Ele pode jogar o que quiser, aposto que mesmo com raiva meu Hobi é e sempre será o ser mais adorável da terra.
- Você ainda está encantado com a paternidade. Ser um cuidador é novidade pra você. Quero ver como o grande mafioso Kim Seokjin vai ficar depois de dois meses sem saber o que é dormir uma noite inteira, vivendo de dar mamadeira, trocar frauda e limpar golfo do bebê.
- Vou continuar do mesmo jeito. Meu pequenino é adorável de qualquer maneira. Mesmo que fique cansado vou ser o melhor caregiver do mundo pra ele. Como é que você sabe tanto sobre crianças pequenas?
- Você esqueceu que logo depois dos meus 16 anos, pra ajudar vocês conseguirem comprar armas e um pouco de droga pra revender eu trabalhei em uma creche? E depois em um café que tinha área infantil? Já troquei muita frauda e lidei com muita birra. Torça para que o Hobi não seja um baby que tenha muitas cólicas. Aí você vai conhecer o desespero total. – Fiquei preocupado, enquanto distraia o pequeno com meus dedos, que pareciam muito interessantes para ele.
- Você acha que existe alguma chance de ele ter cólicas? Não quero que fique adoentado.
- Não dá pra saber. Todo bebê em algum momento vai ter cólica. É preciso cuidar direito, dar remédio, massagem e talvez compressas. Mas tem alguns bebês que são mais predispostos a terem esse desconforto. Vou preparar um pouco de leite pra ele enquanto você o troca.
Jimin vai para o fundo da sala, e deixa a bolsa comigo. Logo acho um macacão de outono muito confortável, com pezinhos e marrom claro, com estampa de ursinho, e o troco. É perceptível o quanto mais agitado ele ficou depois que ficou aquecido com a roupa fofa. Hobi tentava me chamar com a mão, a outra na boca, enquanto babava o punho fechado. Definitivamente estava com fome, e ele não estava velho o suficiente para a comida que o hospital iria mandar.
O enrolei na mantinha azul bebê com estrelinhas amarelas e sentei na minha poltrona reclinável e me acomodei com o bebê. Prontamente o posicionei para mamar confortável. Jimin me passa o frasco de vidro, com desenhos de sapinhos fofos, com uma fórmula boa, adequada para a idade que ele regrediu.
Com todo cuidado, verifico a temperatura, e ofereço para Hoseok. Ele tenta agarrar o bico afoito, e é preciso que eu o guie um pouco para aprender a pegar o bico do jeito certo. Um minuto depois, estou completamente arrebatado com o que vejo.
Hobi tinha relaxado, completamente apoiado no meu peito, me olhando com os olhos meigos e cada vez mais sonolentos, sugando com vontade da sua dedeira, com uma mão agarrando minha camisa como se tentasse impedir que eu saísse. Era tão gracioso e amável meu pequenino, ali nos meus braços, se sentindo seguro e protegido. Fiquei estupidamente derretido de amores pelo meu ômega, meu lobo muito satisfeito por estarmos provendo bem nosso companheiro. Devia estar fazendo uma cara completamente idiota, e o riso baixo de Jimin, que nos assistia confirmava isso. Não podia evitar, era a cena mais linda que já tinha presenciado na vida.
Jungkook entra no quarto, ele vinha se despedir e trocar de turno com Taehyung e fica surpreso. Logo em seguida, como se para destacar a surpresa do ômega, Yoongi também entra. E o casal mais que rapidamente vem correndo olhar de perto o little que ainda estava concentrado em terminar sua mamadeira, ficando completamente bestas pela fofura também.
Hoseok os ignora solenemente. Só tinha olhos para mim. Acho que me apaixonei mais ainda depois desse momento mágico.
Em poucos instantes a mamadeira finalmente acabou, e fiquei satisfeito que meu pequenino aguentou tomar tudo. Ainda estava sugando como se quisesse mais, porém era preciso reapresenta-lo as refeições com muito cuidado, o corpo dele foi privado por um tempo excessivamente longo, e ainda estava se habituando a refeições completas.
Depois de fazê-lo arrotar, dei uma vasculhada na bolsa que Jimin tinha trazido, e encontrei uma chupeta de ursinho e um par de luvas sem dedos, com bordas rendadas. Arrumei ele, que felizmente aceitou bem o bico, depois o enrolei completamente na manta, para ficar completamente quentinho e o ninei suavemente. Os outros conversavam entre si baixinho, tentando não nos interromper.
Ergo meu olhar do rosto sonolento, e vejo três rostos cheios de expectativas. Jk se aproxima novamente, o bebê o puxava como um imã. Lentamente ofereço o pequeno pacote para o ômega, que aceita e trocamos de lugar. Hobi percebeu a mudança, porém não se importou. Até começou a reagir as caras e bocas que o outro fazia pra ele.
Acredito que todos tínhamos plena convicção que aquele era o bebê mais adorável do universo.
Alguns minutos depois Jungkook troca de lugar com Jimin. O beta meu pequeno já tinha visto antes, não estava assustado, e como tinha ficado mais ativo desde que estávamos interagindo com ele, o travesso tratou logo de agarrar um belo punhado do cabelo do outro, o que gerou surpresa e muitos risos da expressão dolorida do pobre ruivo. Deu um certo trabalho conseguir convencer o ser adorável a largar a cadeira loira arruivada. E no fim acabou trocando o os fios pelo nariz, e assim foi se divertindo muito e nos divertindo também.
Yoongi tinha estado um pouco mais afastado, rindo e curtindo o momento. Agora foi ele que se aproximou para pegar o little no colo. Um Jimin todo avermelhado devido a certas mãos animadas se aproxima. Assim que Hobi vê o alfa, ele fica mais encolhido e desconfiado. Assim que a tentativa de troca de colo acontece, ele se agita e começa a esboçar sinais de choro. Hoseok não o reconhecia estando em baby space.
Me aproximei rapidamente, e assim que sentiu meu toque ele se acalmou. Ajudei o outro a acomodar o ômega no colo. Meu pequenino estava assustado. Precisava mostrar a ele que o alfa, e os outros eram confiáveis, são sua família. Tentei distrai-lo com palavras doces e parece que foi funcionando. Agradeci o fato de ele não ter se assustado de mais. O meu lobo não reagiria bem e Yoongi acabaria se sentindo mal por minha reação ao tomar o bebê de seus braços.
Mas o que surpreendeu a todos foi o quão carinhoso e habilidoso ele foi. Principalmente quando algum enfermeiro ou membro da equipe médica derrubou alguma coisa que fez um grande estrondo. Hobi se sobressaltou e começou a chorar. Antes que pudesse correr para socorre-lo, Yoongi põe o bebê apoiado no ombro, se levanta e começa a ninar o Hobi, fazendo ruídos reconfortantes e balançando. Precisou de um minuto para o little se acalmar e instintivamente confiar mais no alfa.
Jungkook estava de boca aberta. Todos estávamos. Hobi agora estava lindamente acomodado no ombro dele, e dava claros sinais de sonolência que eram estimulados pelo suave balanço que Yoongi o proporcionava. Meu coração derretia todo com essa fofura demasiada. Pego meu bebê novamente, e ele já está a meio caminho da terra dos sonhos. Lhe dou um beijo na testa e pareceu que isso bastou para ele adormecer.
O acomodei sobre as cobertas quentinhas e o deixei descansar. Quando volto para os outros, esses ainda estavam estupefatos. Pareciam discutir sobre o grande evento que tinha acabado de acontecer. Antes que pudesse elogiar como o alfa era bom com crianças, sou surpreendido pela exclamação de Jungkook.
- Yoongi, eu quero um filhote! – O dito cujo fez uma cara assustada. Mas também parecia contente. Ele abraça e beija apaixonadamente o ômega. Jimin e eu reclamamos por sermos submetidos a essa visão indesejada. Ao se separaram o alfa de fios negros fala:
- Você quer mesmo um filhote? – sua voz profunda era emocionada. – Vamos ser os primeiros da família a ter um filhote?
- Sei que é uma decisão séria. Mas você foi tão lindo com o pequeno Hobi. E Seokjin agora vai deixar todos morrendo de inveja ao desfilar pela casa com o bebê. Seria um momento bom para começarmos uma família...
- Sou feliz com o que meu ômega decidir. Assim que você dizer. – Os dois pombinhos se esqueceram completamente das duas velas perto deles.
- Só por que eu abri o caminho com o meu bebê, agora vão todos me imitar? – tentei brincar e chamar a atenção deles. O que deu certo, Jk odeia comparação e imitação. Ele me olhou furioso, o que era assustadoramente fofo. Agarrou Yoongi e saiu do quarto.
Eu e Jimin caímos na gargalhada. Tae chega e vai direto ver Hoseok. Ele descaradamente adorava o little, e se nomeava o tio favorito. Seu suspiro de surpresa não nos surpreendeu.
- Kookie estava certo? Ele acordou e está pequeno? – o sorriso de caixinha dele é uma coisa de outro mundo. – Pensei que a criatura estivesse me enganando. Respondo.
- Ele não mentiu. Hobi despertou. É adorável. Você perdeu.
- Seokjin! Você deveria ter me avisado. Queria ver ele acordado.
- Estávamos ocupados demais, nos revezando em pegar o bebê no colo para lembrarmos de você. – O provoquei descaradamente, era muito divertido deixar o ômega de pavio curto estressado. As caretas de bravo dele eram muito engraçadas.
Observei petulante as feições do loiro mudarem de surpresa para traição, incredulidade e finalmente irá. Me preparei e assim que Tae deu o bote para me perseguir, desviei com facilidade, o que realmente o deixou ainda mais irritado. Logo uma silenciosa corrida se dava lugar no quarto. O ômega realmente era persistente enquanto esbravejava sussurrando contra meu coração frio e cruel, que o destratava e não o permitia se aproximar do sobrinho. Já não bastava ter se autoproclamado, agora ficava agindo como omma coruja.
No fim, acabei me voltando contra ele, que não teve tempo de desviar e o ataquei com cócegas. Ele podia ser temperamental e ter o sorriso mais fofinho de todos nós, além de ser mandão e dramático, mas era indiscutível como sentíamos o carinho e amor de família desse ômega com coração de mãe por trás dos seus atos.
O ataque acabou rápido visto que Tae acabou rindo alto, o que sobressaltou o adormecido Hoseok. Nós dois corremos para consolar o bebê e fazê-lo dormir de novo.
Minha vida como cuidador estava começando. E estava muito feliz.
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O Mafioso e o bebê
FanficKim Seokjin é um alfa lúpus, a linhagem mais pura ainda viva. É um mafioso frio, impiedoso e cruel. Até que em mais um dia onde pretendia destruir um inimigo, acaba tendo a maior surpresa de todas. História de minha autoria, plágio é crime. Não per...