Quinta-feira
Rodolffo chegou ao aeroporto à hora combinada para embarcar para o estado do Amazonas.
O destino era a cidade de Manaus.
Ao ver a equipe logo pensou:
Não vai dar certo.
Uma das modelos da equipe era a Amanda.
Cumprimentou todos e seguiram para o avião.
Sentou-se no seu lugar e a piranha logo veio ocupar o lugar ao lado.
- Posso sentar aqui?
- Perguntas depois de sentares? Só não quero papo.
- Grosso.
Rodolffo acomodou-se e tentou dormir.
Como não havia comunicação, Amanda trocou de lugar com outro colega mas ainda fez uma foto dos dois sem ele perceber.
A viagem foi longa. Rodolffo acordou e ficou satisfeito por ela ter trocado de lugar.
Chegaram ao hotel e a direcção do evento tinha solicitado quartos duplos. Como a quantidade de homens e mulheres era igual, ficaram quarto de 2 homens e quarto de 2 mulheres.
Rodolffo ficou com o seu companheiro de viagem que por sinal já tinham trabalhado juntos umas três vezes.
A sexta-feira foi totalmente preenchida com fotografias e filmagens. Por vezes era necessário alguma aproximação dos modelos mas Rodolffo era extremamente profissional.
As poses mais sensuais davam a ilusão de um clima romântico entre os pares. Rodolffo teve que fazer fotos com Amanda onde os corpos se tocavam em situações que vistas de fora por leigos poderiam ser mal interpretadas.
À noite reuniram-se todos no bar do hotel para uma bebida. Rodolffo tomou um gin e subiu para o quarto.
Ligou para Juliette e contou da Amanda estar com o grupo.
- Ju. Possivelmente vão surgir fotos tendenciosas e muita fofoca, mas, eu juro que é só trabalho.
- Já não estou gostando. Rodolffo, lembra-te só de uma coisa caso te passe pela cabeça traires. Eu não dou segundas oportunidades.
- Não sejas tola. Nunca vou trair-te. Confia em mim como eu confio em ti.
- Tá bom. Manaus é bonito? A Amazónia é tão linda nas fotos e filmes.
- Não deu para ver ainda grande coisa. Só vamos ter sábado à tarde e domingo de manhã para passear.
Prometo um dia vir contigo aqui.
- Está bem. Descansa. Beijo. Amo-te.
- Eu também te amo. Beijo.
A sessão continuou sábado de manhã com fotos individuais.
Depois de almoço sairam para comprar algumas lembranças.
Estávamos na rua quando Amanda se veio pendurar em mim. Passou os braços pelo meu pescoço e eu na tentativa de a afastar coloquei as mãos na cintura dela. Não percebi mas alguém tirou uma foto.
- Deixa de seres oferecida Amanda.
Eu namoro. Não estou afim de aventuras.
- Mas estamos aqui sózinhos. Quem vai saber o que fazemos ou não?
- Sei eu e isso basta. Deixa-me em paz.
Rodolffo comprou umas lembranças e regressou sózinho ao hotel. Não estava a gostar do rumo das coisas.
Ficou no bar e logo de seguida chegou outro dos modelos, por sinal o seu companheiro de quarto.
- Não gostaste do passeio?
- Não gostei do assédio da Amanda. Eu namoro e gosto da minha namorada. Até já tive um rolo com a Amanda mas passou.
- Pois eu é que não tenho sorte dela se virar para mim.
- Investe nela para ver se me larga.
- Vou ao banheiro. Já volto, diz Rodolffo.
Rodolffo saiu e o outro modelo olhou à volta e não estando ninguém a olhar para ele colocou algo na cerveja dele.
Quando regressou do banheiro, Rodolffo bebeu o resto da cerveja e pediu outra.
- Vou descansar um pouco até ao jantar.
- Eu fico por aqui. O resto do pessoal deve estar a voltar.
Rodolffo saiu e logo chegou o resto do grupo. Amanda olhou para o amigo e este piscou-lhe o olho.
Ela juntou-se a ele e combinaram esperar 10 minutos para que a droga fizesse efeito.
Entregou-lhe a chave do quarto e ela subiu. Abriu a porta com cuidado e não escutou barulho nenhum.
Rodolffo estava deitado, completamente apagado. Estava sem camisa, apenas de short.
Amanda posicionou a câmara do telemóvel, despiu a parte superior da roupa, deitou-se sobre o peito dele e tirou a foto.
Verificou se estava bem nítida e colocando novamente a roupa saiu do quarto.
A droga colocada na cerveja não tinha um efeito muito prolongado. Em duas horas ele acordaria e no máximo sentiria alguma dor de cabeça ligeira.
Eram 19 horas quando Rodolffo acordou todo suado. Tentou levantar-se e sentiu-se um pouco tonto. Deixou-se ficar sentado na cama e aquela tontura foi passando.
Maldita cerveja, pensou.
Foi em direcção ao banheiro e tomou um duche. Escovou os dentes, vestiu uma calça jeans e uma camisa e foi jantar.
O restante do grupo já estava lá. Ficou surpreso de ver o seu parceiro de quarto numa alegre conversa com Amanda. Já pareciam tão íntimos.
No fim do jantar Amanda disse qualquer coisa à sua colega de quarto e saiu com o rapaz.
Ficaram todos à conversa na parte externa do hotel por umas boas duas horas quando viram Amanda e o colega regressar.
Rodolffo deu boa noite e subiu. O restante do grupo fez o mesmo. Cada um seguiu para o seu quarto.
- Afinal a sorte sempre bate à porta, disse Rodolffo ao colega.
- Diz-se que quem não arrisca não petisca. Eu arrisquei e foi mais fácil do que julguei.
- Vocês não vieram aqui para o quarto, não?
- Neste não. No dela.
- Hoje vou dormir cedo. Não estou 100%.
- Com descanso isso passa. Amanhã de manhã já estás melhor.
- Espero que sim. Vou só mandar uma mensagem à minha namorada.
