Hoje era um dia importante para Juliette. O dia de sua formatura.
Já estava no oitavo mês de gestação mas fez questão de comparecer.
A barriga enorme não lhe permitiu usar o vestido que ela sempre idealizou. No entanto o que escolheu para hoje assentava-lhe muito bem.
Rodolffo vestia um terno cinza escuro e usava gravata na cor do vestido dela. Eles sempre tinham um elemento comum nestes eventos.
Quando o nome dela foi anunciado, foram proferidas palavras muito bonitas de preserverança e vontade de triunfar.
O problema de saúde por que ela passou e também a gravidez de gémeos poderiam ter levado a que ela desistisse. No entanto está mulher é uma força da natureza, disse o apresentador.
Toda a sala bateu palmas quando ela subiu ao palco, acompanhada por Rodolffo.
Juliette agradeceu com um sorriso o rosto.
Seguiu-se o baile de formatura. Apesar de se sentir muito pesada, Ju ainda deu um pezinho de dança mas não demorou muito e logo foram embora.
- Que linda estava a festa, não Rodolffo?
- Sim. Os teus colegas e professores foram muito atenciosos.
- Viste a Iza? Já estava lá entretida com o professor de direito criminal.
Também, o homem é um pedaço de mau caminho.
- Não estou gostando. Desde quando a minha mulher olha para os outros homens?
- Oxi!! E eu sou cega? Olho mesmo. Olhar não tira pedaço.
E tu não olhas as outras mulheres?
- Eu só tenho olhos para a minha buchudinha.
- Me engana que eu gosto.
- Ju, vamos marcar o nosso casamento?
- Vamos. Mas eu não quero festa. Faz pouco tempo que o meu pai faleceu. Casamos só no civil por enquanto.
- Está bem por agora. Amanhã já vou tratar disso. Por mim caso antes dos gémeos nascerem mas eu não vou dispensar o religioso.
- Deixamos para celebrar junto com o baptizado dos bébés, pode ser?
- Acho uma óptima ideia. Aí fazemos uma grande festa.
- Outra coisa, Ju. A tua mãe está sózinha. Era boa altura dela vir morar connosco.
- Ela não quer. Diz que por hora está bem assim. Ela frequenta um grupo de senhoras da mesma idade. Reunem-se quase todos os dias e têm diversas actividades. Diz que não está só.
- Quando ela quiser vir, a nossa porta estará aberta.
Vinte dias após a sua formatura os gémeos nasceram.
Primeiro Maria Rita e a seguir João Miguel. Lindo, perfeitos e saudáveis.
Rodolffo dividia as tarefas de cuidar deles com Juliette.
Com a fortuna deixada pelo pai de Ju ela adquiriu um escritório de advocacia e convidou Iza para ser sua sócia. Com duas crianças seria difícil um trabalho a tempo inteiro para outrem.
Com a sua própria firma ela poderia se necessário trabalhar a partir de casa e Iza assumiria mais o escritório. Chamaram ainda um outro colega para a equipe.
Rodolffo não conseguiu data disponível no civil para casar antes dos gémeos nascerem.
Hoje quatro meses depois do nascimento e com o testemunho dos pais de Rodolffo, a mãe de Juliette, Iza e os seus bébés, disseram o sim e assinaram o documento que os declarava legalmente casados.
Não fizeram festa apenas um almoço de família numa sala reservada num restaurante com direito a um bolo.
No final cada um foi para sua casa. Iza e a mãe da Ju foram com eles pois hoje seriam as bábás.
Izabella tinha reservado uma suite num hotel de luxo para os dois passarem a noite.
- Não sei se consigo ir sem eles.
- Ju, é a nossa noite. A minha irmã é a tua mãe vão dar conta.
Despediram-se de todos, muitos beijinhos aos filhotes e lá foram.
O hotel preparou-lhes um jantar na própria suite, além de fruta, chocolates, champanhe e outros mimos.
Havia uma sacola com um cartão da Iza. Dentro dela uma lingeria super sexy para Juliette e um outro embrulho para Rodolffo.
Quando ele abriu soltou a sua gargalhada característica.
- Que foi amor? O que a minha cunhada aprontou?
- Olha. Uma embalagem de 50 camisinhas sabor a morango. Mas olha a nota.
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- Deve ser as que ela usa. Já devia ter-nos dado um sobrinho.
- Amor, vamos tomar um banho antes de jantar? O jantar chegou mas é rápido. Está calor, não esfria.
Juliette conseguiu relaxar na banheira onde fez amor com seu marido após uma espécie de massagem tailandesa.
O jantar caprichado estava uma delícia. No final os dois relaxaram na pequena varanda enquanto observavam a lua.
Fizeram toda a retrospectiva do seu percurso até chegar ali.
- Por alguns momentos fomos dois bestas. Perdemo-nos no caminho, mas, felizmente as estradas que percorremos cruzaram-se lá na frente.
- Se voltasse atrás faria quase tudo igual, Ju. Talvez fosse menos orgulhoso. Perdi alguns momentos bons contigo por causa do orgulho.
- E eu fui muito besta. Quando apareceste de surpresa em Paris eu devia ter interpretado como um sinal. E depois os ciúmes fizerem o estrago que sabemos.
- Não vamos lembrar coisas tristes.
- Temos que lembrar sim, para não voltarmos a fazer.
- Não vai acontecer. Agora temos a nossa família. Vem cá que eu tenho saudades de ti.
- Oxi!! Tens-me todos os dias.
- Disponível assim não. Aqueles dois piolhinhos roubaram a minha esposa. Vivemos de rapidinhas.
- Exagerado. Não são tão rapidinhas assim. Eles dormem a noite inteira.
Eu às vezes é que estou um pouco cansada.
- Vamos aproveitar muito hoje. Tirar o atraso.
- Será que o presente da Iza chega?
- Eu trouxe reserva. Mais cinquenta de sabor amora.
- Dois depravados.
- Que tu amas.
- Amo e muito. Vamos para a cama.
- Veste a lingerie nova. Adoro cinto liga. Não imaginas o tesão que dá rasgá-la.
- Amor, não rasgues. É presente. Tira com jeito.
Depois de fazerem amor durante boa parte da noite os dois completamente exaustos foram dormir.
Acordaram pelas 10 horas da manhã, tomaram um café da manhã bem reforçado e regressaram a casa com os mimos do hotel. Inclusivé dois ursos enormes para os gémeos.
- Chegámos! Cada os nossos bébés?
Os dois àquela hora estavam com Iza na àrea externa da casa enquanto a mãe da Ju preparava as mamadeiras com o leite que Juliette congelava.
Depois de agradeceram às duas, despediram-se pois elas já tinham compromissos.
- Amor, escapadinhas é muito bom, mas, estes dois deixam muita saudade.
- É verdade. Também senti.
- Vocês são a minha vida, disse Rodolffo.
Sentaram-se juntos, cada um com um bébé ao colo, uniram as cabeças e agradeceram a Deus tamanha felicidade.
Que assim seja eternamente.
Fim
