Capítulo 1: sonho, gatos e música

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   Era tarde da noite. Chifuyu foi o primeiro a adormecer, pois tinha a rotina de sono de um bebê. E Kazutora, permanecia bem acordado, pois o mesmo dependia de medicação prescrita apenas para conseguir fechar os olhos por algumas horas. Mas nessa noite, quis ficar acordado por mais tempo.

   Enquanto ele rolava pelo Instagram, começou a ouvir murmúrios vindos do loiro deitado ao seu lado. Parecia ser um sonho bom.

     —Ah... Eu te amo tanto...—Chifuyu sussurrou enquanto dormia e apertava levemente o cobertor. Kazutora sorriu

     — Eu também te amo —Respondeu de brincadeira, sabendo que Chifuyu não poderia ouvir agora. Mas seu sorriso rapidamente sumiu quando ouviu o loiro continuar

     — Eu te amo tanto, Baji...—Kazutora sentiu um leve aperto no peito

   O bicolor sabia muito bem que Chifuyu só aceitou estar naquele relacionamento, pois seus longos cabelos lembravam do falecido adolescente, que Chifuyu tanto amava. Kazutora sabia que era apenas uma forma de preencher o vazio que Baji deixou em Matsuno após partir. E ele sabia mais do que ninguém o quanto doía não ser amado de verdade.

     — Eu não deveria me importar... —Ele desliga o telefone, toma seu remédio, e fecha os olhos. Esperando esquecer temporariamente daquilo.

   Na manhã seguinte, Chifuyu é o primeiro a acordar. Com seu sorriso alegre, e quase tão radiante quanto os fracos raios que sol que entravam pela fresta da janela

     — Bom dia! —Matsuno diz, enquanto sacudia o namorado para fazê-lo acordar. Quase ao ponto de empurra-lo para fora da cama

     — Caralho, Chifuyu... São o que? Seis da manhã...? —Kazutora pergunta, enquanto esfregava os olhos, na tentativa de afastar o sono

    — São nove da manhã! Acorda, a gente tem que ir trabalhar!

    — Você que abre a loja... Eu sou vendedor, posso ir mais tarde... —O bicolor diz, ainda praticamente adormecido

    — Nada disso. Funcionário meu não pode ter preguiça —Chifuyu se inclina e dá um beijo na tentativa de despertar o namorado

   E funcionou. Sempre funcionava.

   Kazutora havia se tornando uma pessoa tão carente de afeto, que qualquer mínima distração de carinho de seu namorado o fazia seu dia mais feliz

     — Dá tempo de comer alguma coisa...? —Hanemiya pergunta

     — Vamos comer na loja mesmo

     — E comer o que? Ração de gato? — Kazutora disse em tom sarcástico, enquanto ria da própria piada

     — Se você de comportar, eu te dou sachê de carne —Chifuyu disse, entrando na brincadeira

    — Idiota —Ele diz, dando um sorriso relaxado e genuinamente feliz após aquela pequena interação

   Ambos começam a se arrumar e vão para a loja, passando na padaria antes para comprar algumas besteiras para comerem ao longo do dia. Fazer seu próprio horário de trabalho era bom. Mas trabalhar sozinho com seu namorado era melhor ainda

   Eles trabalhavam em um pequeno espaço que alugaram. Não era tão grande, mas tinha espaço suficiente para ser um pet shop, e ao mesmo tempo uma loja de instrumentos musicais. Um pet shop comandado principalmente por Chifuyu, e a loja de música comandada principalmente por Kazutora. Por as duas lojas serem no mesmo espaço, ambos sempre ajudavam um ao outro aqui e alí... Ao ponto de que aos poucos as duas lojas se tornaram uma só. Sendo a primeira "Pet Shop e Loja de
Música" do bairro. E a única também

     — Porra, Kazu... Tem que repor o estoque de cordas de nylon pra violão pequeno...

     — Eu já disse que não é "violão pequeno." É "ukulele" —Kazutora diz, como se fosse a vigésima vez que repetisse. E realmente era

     — Mesma merda... De qualquer forma, tem que repor o estoque de quase tudo...

     — Amanhã eu vejo isso. Por quanto, nós temos ainda muito trabalho a fazer... Eu vou varrer a loja enquanto você abre o portão e coloca as placas do lado de fora

     — Ok...! Já vou indo

   E então, eles seguem a mesma rotina de sempre. Cerca de uma hora após a loja ser aberta, os primeiros clientes começam a chegar. E foi o de sempre: Alguns clientes tranquilos, indecisos, estressantes, e os estressantes que seriam motivo de risadas mais tarde

    Por volta de 22:30 da noite, ambos chegam em casa exaustos. Chifuyu se atirou no sofá, enquanto Kazutora se preparava para tomar seus remédios e apagar na cama depois. Mas então, alguém bate na porta

Kazutora deixa o comprimido e o copo d'água em cima da mesa, e vai atender, reclamando

     — Quem caralhos bate da porta a essa hora? —Ele diz, irritado. Enquanto Chifuyu ria da irritação do namorado

     Kazutora abre a porta e vê...

     — Takemichi?

Eu sou apenas eu! (Kazufuyu?)Onde histórias criam vida. Descubra agora