Algo tão simples

210 20 118
                                    

Quando o show acabou, estava muito tarde, então preferiram ir para casa de Caetano.

- Entra. - Caetano sorriu simpático. - Não repara a bagunça, eu geralmente não trago muita gente aqui... - Caetano voltou os olhos para Chico, tocando seu ombro. - Mas sabe que é especial pra mim, Chico.

Chico apenas sorriu, sentindo o rubor em sua face. O que Caetano provocava nele que o desconcertava tanto?

- Eu não sei se deveria... não quero incomodar, Caetano. - Chico entrou, ainda meio tímido, enquanto Caetano fechava a porta.

- Chico, você não incomoda. - Caetano atravessou a sala em busca de algo. - Por que não senta um pouco? Vou pegar algo pra gente beber.

- E eu posso saber qual a comemoração? - Chico perguntou, se sentando no sofá.

- Ora, mais um show finalizado. Não é motivo suficiente para comemorar? - Caetano entregou um copo de uísque para Chico e sentou ao lado dele.

- Hmm... obrigado. - Chico pegou o copo. - Dedé não está?

- Ela preferiu ficar no Rio dessa vez. - Caetano olhou Chico tomar o uísque.

- Como você sabia que eu gostava desse uísque?

Caetano deu de ombros e sorriu.

- Intuição... - Não diria que ainda se lembrava da última vez que esteve na casa de Chico. Então sentou-se do lado dele. Caetano apenas observou, meio hipnotizado, enquanto Chico tomou um gole do uísque, sua camisa meio desabotoada deixava seu peito amostra. Caetano suspirou.

- É mais fácil me apresentar com você do lado. - Chico virou-se para olhar para Caetano. - A gente devia fazer mais shows juntos.

Caetano piscou, tentando se localizar de novo na conversa.

- Ah sim, o show... não é tão difícil. Eu disse que não tinha com o que se preocupar.

- Eu realmente estaria perdido sem você hoje.

Era sobre o show, parecia bobagem, mas o coração de Caetano saltou com a declaração.

- Não exagera. - Caetano riu, apoiando uma mão na perna de Chico.

- Mas é verdade.

Houve alguns segundos de silêncio. Os dois homens constrangidos demais para continuar.

- Você estava particularmente bonito hoje. - Caetano tomou coragem para dizer.

Chico corou. Por que Caetano tinha sempre que dizer essas coisas para desconcerta-lo? Chico olhou para baixo, tímido, e percebeu que Caetano ainda tinha a mão sobre a coxa dele.

- Desculpe. - Caetano soltou.

- Tudo bem. - Chico olhou para frente e virou o resto do uísque em seu copo. Suas bochechas ardiam, Caetano sempre parecia ter esse efeito sobre ele. 

De repente a sala parecia tão quente, Chico abriu mais um botão da camisa. Ele se perguntou o que era aquilo que Caetano sempre causava nele.

- Você parece tenso. - Caetano pegou a garrafa, derramando mais uísque em seu copo e no de Chico.

- Eu não sei se eu deveria, Caetano. Não aqui... - Chico olhou o copo cheio de novo. Não percebeu Caetano levantar e dar a volta no sofá para tocar seus ombros por trás. Surpreso, o corpo de Chico reagiu imediatamente ao toque de Caetano, mas depois relaxou sob suas mãos.

- Besteira, você bebia muito mais quando saíamos com Toquinho. Lembra? - Caetano massageou os ombros dele.

Chico olhou pra cima encontrando os olhos castanhos de Caetano.

Cê gosta mim?Onde histórias criam vida. Descubra agora