✦ 59 ✦ Sirius no Castelo

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𝑅𝑜𝑛𝑦

Eu me sentia radiante depois do passeio em Hogsmead. Além de ter me divertido muito com meus amigos e conhecido a tal Zonkos de que Fred e George tanto falavam, tive a oportunidade de comer todo tipo de guloseima que eu conseguisse imaginar.

Foi o suficiente para eu esquecer o sentimento estranho que eu andava nutrindo por Harry desde o dia em que vi ele e Madeleine juntos. Eu sabia que ele era meu melhor amigo e de forma alguma pretendia parar de falar com ele. Ainda assim, me incomodava o fato de que, no fim das contas, todos preferiam ele a mim.

— Devia ter visto, Harry... - falei animado sobre Hogsmead. - Foi muito engraçado... Seamus comeu tantos doces que vomitou no meio da Dedos de Mel...

— A funcionária de lá ficou com tanto nojo que também vomitou! - Dean quase se engasgou.

— Ah, calem a boca... - disse Seamus, cruzando os braços.

— SIM! - continuei. - E o Dedos de Mel virou um mar de vômito, porque todo mundo começou a vomitar também, foi hilário!

— Devo te lembrar do feijão com gosto de peido? - perguntou Neville a mim.

— Gente, já chega, ok? - Hermione falou. - Harry vai ficar chateado...

— Não se preocupem comigo. - disse Harry, parecendo bem menos triste do que antes. - Eu estou bem, sério...

Tínhamos voltado de Hogsmead a tempo para a festa do dia das bruxas. Assim, entramos no Salão Principal. Este fora decorado com centenas de abóboras iluminadas por dentro com velas, uma nuvem de morcegos, muitas serpentinas laranja-vivo que esvoaçavam lentamente pelo teto tempestuoso como parecendo luzidias cobras de água.

A comida estava deliciosa. Até eu, que estava enjoado por conta dos doces da Dedos de Mel, arranjei lugar para repetir.

A festa terminou com um espetáculo apresentado pelos fantasmas de Hogwarts. Eles saltavam de repente das paredes e dos tampos das mesas e voavam em formação. Nick Quase Sem Cabeça, o fantasma da Gryffindor, fez grande sucesso com uma encenação de sua própria decapitação incompleta.

Foi uma noite tão agradável que o bom humor de Harry sequer foi afetado quando Malfoy gritou no meio dos colegas, quando deixavam o salão:

— Os dementadores mandaram lembranças, Potter!

Eu procurava andar bem longe dele desde o ocorrido no café da manhã, para evitar problemas. Por sorte, ele sequer pareceu reparar na minha presença, o que foi um grande alívio. 

Depois, fomos pelo caminho habitual para a Torre de Gryffindor, mas quando chegamos ao corredor que terminava no retrato da Mulher Gorda, nós o encontramos engarrafado pelos alunos.

— Por que ninguém está entrando? — perguntei, curioso.

Espiei por cima das cabeças à nossa frente. Aparentemente o retrato estava fechado.

— Me deixem passar... — ouviu-se a voz de Percy, que passou cheio de importância e eficiência pelo ajuntamento — Qual é o motivo da retenção aqui? Não é possível que todos tenham esquecido a senha, com licença, sou o monitor-chefe...

E então foi baixando um silêncio sobre os alunos a começar pelos que estavam na frente, dando a impressão de que uma friagem se espalhava pelo corredor. Ouvimos Percy dizer, numa voz repentinamente alta e esganiçada:

— Alguém vai chamar o Professor Dumbledore. Depressa!

As cabeças dos alunos se viraram; os que estavam atrás se esticaram nas pontas dos pés. Instantes depois, o Professor Dumbledore chegou deslizando, imponente, em direção ao retrato; os alunos da Gryffindor se comprimiram para deixá-lo passar.

ᴇɴᴇᴍɪᴇs ✦ 𝑅𝑜𝑛𝑦 𝒲𝑒𝑎𝑠𝑙𝑒𝑦 (REBUILDED)Onde histórias criam vida. Descubra agora