✦ 32 ✦ O Plano

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𝑀𝑎𝑑𝑑𝑖𝑒

Mais tarde, fiquei sabendo pelos alunos de slytherin que Harry tinha sido pego em flagrante. Houve um ataque duplo, e Justin e Nick Quase Sem Cabeça foram petrificados. Isso transformou o que até ali fora nervosismo em verdadeiro pânico. Houve quase uma corrida para reservar lugares no Expresso de Hogwarts que iria levar os alunos para casa no Natal.

— Papai realmente quer que continuemos em Hogwarts esse ano? - perguntei a Draco.

— Sim. Isso é bom! - ele disse. - Crabbe e Goyle também ficarão aqui para o natal.

— Puxa, que ótima notícia! - falei, irônica.

— Ah, qual é, Maddie? Por que essa cara? É natal!

— E o que tem de bom nisso?!

— Os presentes, é claro! Papai e mamãe disseram que capricharam esse ano! Mal posso esperar para saber o que ganhei! 

— Por mim tanto faz... Eu só quero ter um pouco de paz durante o feriado. Tente não aprontar nada, por favor!

— Que seja... Enfim, vou encontrar meus amigos! Até mais, maninha!

Crabbe e Goyle, que sempre acompanhavam o que Draco fazia, tinham se inscrito para permanecer na escola durante as férias também. Eu não estava nada feliz. Isso significava que não teríamos paz nem durante as férias. Mas Harry ficou contente de que a maioria das pessoas estivesse partindo. Estava cansado de ser evitado nos corredores.

Fred e George, os gêmeos irmãos de Ronald, porém, achavam muita graça em tudo. Saíam do caminho para andar à frente de Harry nos corredores.

— Abram caminho para o herdeiro de Slytherin, um bruxo realmente maligno vai passar...

Percy, um dos irmãos mais velhos do ruivo, desaprovava inteiramente esse comportamento.

— Não é motivo para graças! – disse ele, friamente.

— Ah, sai do caminho, Percy. Harry está com pressa.

— É, ele está indo para a Câmara Secreta tomar uma xícara de chá com seu criado de caninos afiados... – disse George, dando uma risadinha debochada.

Mas Ginny, a caçula da família, também não achava graça nenhuma. Estava sempre disposta a defender Harry de qualquer um que tentasse importuná-lo, mesmo que fossem seus irmãos.

— Ah, não façam isso!

Ela choramingava todas as vezes que Fred perguntava a Harry em voz alta quem ele pretendia atacar a seguir, ou quando George, ao encontrar Harry, fingia afugentá-lo com um grande dente de alho. 

Eu achava tudo isso muito engraçado, mas Harry não se importava. Sentia-se melhor que ao menos eles achassem a ideia de ele ser herdeiro de Slytherin muito ridícula. Mas as brincadeiras dos gêmeos pareciam estar irritando Draco, que amarrava cada vez mais a cara sempre que os via aprontando.

— Draco gosta mesmo de fazer papel de idiota... - eu exclamo. - Como é que podemos ser irmãos gêmeos?!

— É porque está morrendo de vontade de dizer que o herdeiro é ele... – disse Rony, tentando me provocar, como sempre. – Vocês sabem que Draco detesta quando alguém o supera em alguma coisa, e você está recebendo todo o crédito pelo trabalho sujo que ele fez.

— Não seja bobo! - disse Hermione. - Aliás, a Poção Polissuco está quase pronta.

— Logo vocês vão perceber que estão fazendo papel de idiotas! - eu comentei, achando graça.

Enfim o período letivo terminou, e um silêncio profundo como a neve desceu sobre o castelo. Acordei bem cedo para poder ajudá-los a terminar a poção. Porém, quando cheguei ao banheiro da Murta, percebi que só havia Hermione no local. Os outros dois ainda não haviam chegado.

— Onde estão os meninos? - perguntei a Hermione, assim que cheguei.

— Estão dormindo. - ela respondeu, secamente. - Mas logo estarão aqui. Você ainda vai os ajudar a entrar na comunal, não é?

— Claro que vou! Eu me comprometi com isso, não é?

— Pensei que pudesse ter pensado duas vezes. - ela respondeu de forma grosseira.

— Me fala, Granger... Qual é o seu problema comigo, afinal? - eu perguntei, já de saco cheio. - Por que você me trata desse jeito?

— De que jeito?!

— Desse aí! - eu falei. - Você deixa bem claro que me odeia, e o quanto não suporta ficar perto de mim. Mas eu quero saber o motivo!

— Eu não sei do que você está falando...

— É por causa do meu irmão? - eu insisti. 

— Claro que não! - ela negou imediatamente.

— Então me diz... Por quê?!

Ela me encarou por alguns segundos, sem dizer uma palavra.

— Eu peço desculpas, se é isso que você quer.

— Não é isso que eu quero! E você sabe disso...

— EU NÃO SEI! - ela disse. - Não sei por quê!

Definitivamente eu não estava satisfeita. Hermione jamais admitiria que estava errada ou me contaria o motivo secreto pelo qual tanto me odiava. Eu teria que descobrir isso sozinha.

— Vamos focar na poção, que tal? - ela bufou irritada.

E então, os meninos entraram alguns minutos depois, e Harry pareceu feliz em me ver. Ronald estava com os olhos inchados e bocejava alto, com os cabelos de fogo parcialmente bagunçados e as bochechas avermelhadas. Achei graça.

— Feliz Natal para vocês! – disse Hermione. – Estou de pé há quase uma hora, acrescentando hemeróbios à poção. Está pronta.

Harry e Rony se reuniram ao meu redor, parecendo muito interessados. 

— Tem certeza? - Harry perguntou.

— Sim! - ela respondeu. – Se vamos usá-la, eu diria que deve ser hoje à noite.

— Obrigado por estar nos ajudando, Madeleine! - Harry disse, sorrindo para mim. - De verdade. Mesmo que seja só para provar o seu ponto.

— Não há de que... - falei, dando de ombros. - Mas precisamos ser muito cuidadosos. Não gostaria nem um pouco de me encrencar!

— Eu entendo, e não vou te decepcionar! Eu prometo!

— Então vamos discutir os detalhes do plano? - perguntei a eles.

— Bom... Hoje a noite, esperaremos até que Draco se separe dos outros dois. - disse Hermione, pausadamente. - Então, quando Crabbe e Goyle não estiverem vendo, vocês dois entram em ação.

— Tudo bem! - Harry e Rony disseram juntos.

— Precisam fazer com que os dois durmam, para ficarem fora do nosso caminho durante toda a execução do plano! - ela continuou.

— Mas como?! - disse Rony.

— Usando esses dois bolinhos! - ela mostrou-os para nós três. - Coloquei neles poção para dormir, e tapados do jeito que são, nem vão perceber!

— Brilhante! - exclamou Harry.

— Depois, basta que tomemos as poções e nos transformemos em alunos de Slytherin. - ela disse. - Para isso, cada um precisa ter fios de cabelos da pessoa em que vão se transformar. Aqui estão os meus! - ela mostrou um frasco que carregava consigo. - É de Millicent Bulstrode. 

— Então eu entro em ação! - completei o que ela disse. - Vou encontrar com vocês bem aqui, no banheiro da Murta. E em seguida, vou levá-los para a comunal, onde encontraremos Draco!

— Perfeito! - disse Harry. - Então todos estamos de acordo?

— Sim! - todos exclamamos juntos.

— Então vamos agir!

ᴇɴᴇᴍɪᴇs ✦ 𝑅𝑜𝑛𝑦 𝒲𝑒𝑎𝑠𝑙𝑒𝑦 (REBUILDED)Onde histórias criam vida. Descubra agora