𝟬𝟬𝟭| 𝙈𝙤𝙨𝙩𝙧𝙤 à𝙨 𝙗𝙚𝙣𝙚𝙫𝙤𝙡𝙚𝙣𝙩𝙚 𝙤 𝙚𝙨𝙩𝙞𝙡𝙤 𝙙𝙤 𝘽𝙧𝙤𝙣𝙭

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Bronx, Nova York| 10:00 a.m | 2018

Olhe só, eu não queria ser um meio-sangue

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Olhe só, eu não queria ser um meio-sangue.

Ser um meio-sangue é perigoso. É assustador e, na maioria das vezes, acaba com a gente de um jeito penoso e detestável.

Se você é igual a mim, fique sabendo, é só questão de tempo até eles saberem e venham atrás de você.

E depois não vem dizer que eu não avisei.

Tenho alguma experiência própria em correr longe de monstros que parecem me atormentar.

Bom, acho que estou fazendo as coisas ao contrário, e talvez você fique confuso.

Sou Ariadne. Eu diria que sou uma criança problemática?
Talvez, mas na verdade é bem possível.

Acho a palavra "problemática" um pouco ofensiva, então prefiro me auto-intitular como "complicada e difícil de lidar", mas para ser sincera, não é culpa minha.

Tipo quando no quinto ano, em uma excursão da turma, eu acidentalmente joguei um dos valentões por cima da grade e ele acabou parando na jaula dos gorilas. Mas para minha defesa em um minuto ele estava na minha frente e no outro simplesmente dentro da jaula.

O psicopedágogo, um homem velho que diz as crianças oque fazer e o que devem dizer. Me disse, ironicamente, para não me preocupar com esses lapsos de memória, eram apenas frutos da minha imaginação decorrentes da minha dislexia e TDAH.

Tudo mudou nesse ano, não fui expulsa da escola, oque era uma vitória já que o orfanato não aguentava mais ter que caçar escolas no Bronx para me matricular. Além disso oque mudou é que conheci Blue Linn. Sim, o nome é esquisito. Blue Linn é uma menina de cabelo azuis, a ironia denovo, uma das meninas mais altas do orfanato com 1,67 e grandes olhos azuis, tem seus 10 anos, mas parece ter 7 como eu.

Não sei como ainda não foi adotada, ela tem exatamente o perfil que os pais adotivos amam. Quieta, comportada, educada e alegre. Mas principalmente, não era uma baderneira. Não era como eu. E não é como se eu fizesse de propósito.

Sempre que alguns adultos vinham visitar o orfanato, aqueles que não queriam crianças muito novas sempre se interessavam por Blue, mas nos próximos minutos pareciam ter sido manipulados para se quer trocar uma outra palavra com a garota. O que era particularmente esquisito, mas não costumava confiar muito nas minhas impressões.

— Vai, tenta denovo. —Falou Blue estendendo a carta do jogo "Mitomagia" tampando exatamente o nome do personagem.

— É o Minotauro, do conto de Prometeu.
—respondo animada e Blue suspira pacientemente, um suspiro reservado só para mim.

Undetermined, Percy JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora