Bad Blood pjm x jjk

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Após um dia repleto de confusão, Jungkook voltou para casa, para enfim poder tomar um banho e relaxar . Era bom poder sentir que de alguma forma estava se dando bem com o pirralho. Sabia que mesmo não sendo um cara afeiçoado à aproximação de muitas pessoas, e ainda por cima, bastante fechado, Jimin lhe arrancava coisas boas e isso era mais um fato interessante. Depois de se deitar, tentando descansar o corpo, notou que  algo ainda rodeava sua mente, e o motivo disso era a frase que foi dita por aquele rapaz detestável, e de alguma forma o que ele dissera pairava entre a consciência e os devaneios.

"Tudo tem uma primeira vez Jimin!"

Ficou imaginando em como foi invasivo, e não poderia ter feito o ato de beijá-lo tão descaradamente, porém, não se arrependia completamente, arriscaria dizer que precisava de mais, muito mais de Park Jimin. Toda vez que pensava nisso, as lembranças de como conheceu Jeremy, vinham em sua memória. O fato de ser um cara que era muito cobiçado pelas mulheres solteiras e casadas do vilarejo onde moravam mas, que não sentia atração nenhuma por elas, ou de quando ficou curioso para saber como era um circo por dentro, se atrevendo a passar pelas ordens do pai, entrando ali para ver como as pessoas se transformavam em personagens malucos, com pinturas e roupas estranhas.

O espaço era meio bagunçado, as pessoas sorriam sem parar e os bichos também eram usados como parte do espetáculo mas, em meio a tudo, seu olhar caiu em alguém que fez seu coração bater rápido pela primeira vez e por um momento, achou estranho não ser uma mulher e sim um homem. Certamente sua mente estava lhe pregando uma peça, no entanto, o rapaz era muito lindo para não chamar sua atenção.

Na casa ao lado, Jimin pegou seus lençóis e travesseiros, os colocando abaixo do braço. Andou para fora do quarto conferindo com um cuidado exagerado as portas e janelas. Suspirou profundamente ao chegar na sala de estar e constatar que mais uma vez durante aquela semana iria incomodar o vizinho. Não que ele não gostasse da companhia, ou do fato de não precisar dormir sozinho, ou simplesmente de todas as conversas animadas que tiveram, e por consequência ajudaram Jimin a conhecer o verdadeiro Jungkook. Se deu conta de não temer os toques do moreno, mesmo que fossem mais firmes por algumas vezes, e se arriscava a pensar que não temia seguir adiante, se o outro assim quisesse. Jungkook o deixava seguro e confortável.

-Você não pensava assim a um tempo atrás - Franziu as sobrancelhas lembrando do quanto tinha se irritado com o moreno na época da sua mudança.

De repente alguns poucos meses lhe pareceram anos atrás. Odiar Jungkook parecia coisa de um passado muito longínquo, e mais um sorriso de canto despontou em seu rosto enquanto caminhava pelo corredor. Andou olhando por toda a sala de estar procurando as pantufas, mas acabou dando de cara com um buquê de rosas carmim sobre o sofá. Imediatamente seu corpo estremeceu, sabendo inconscientemente quem havia enviado a ele o buquê. O menor se ajoelhou no chão e observou por longos minutos as flores esparramadas no estofado. Às vezes avisos silenciosos eram piores do que gritos, e naquele momento Jimin só conseguia desejar de maneira ardente dentro de si que Eun-woo viesse logo ao seu encontro. Sentia-se como um rato preso em uma ratoeira arquejando em seus minutos finais de vida.

Depois de longos minutos suspirando e tentando se recompor, Jimin se levantou pegando as rosas com certo cuidado, jogando-as no lixo da  cozinha. Retornou ao carpete para reunir todos os seus lençóis e travesseiros, e saiu da sua casa por volta das dez da noite. Trancou a porta principal e seguiu descalço pela grama, quase escondido atrás da montanha de tecido, atravessando na ponta dos pés  para a porta do moreno.