Cap.2

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- JUNGKOOK, LEVANTA SEU MOLEQUE – escuto a voz no fundo do meu pai me gritando

- É melhor você levantar, nosso pai não está de bom humor – meu irmão caçula me avisa

Meus olhos ardem devido a claridade do meu quarto, devia estar tão bêbado que nem fechei as cortinas.

- O que será que o velhote quer dessa vez? – me levanto colocando minha cueca box, detesto dormir de roupa, então mesmo bêbado eu consigo tirar a roupa para dormir o mais confortável possível.

- Provavelmente são suas notas de novo e suas saídas a noite?  – Meu irmão fala com desdém

- Que saco, vou tomar um banho e avisa a ele que já estou subindo. – Meu irmão acena com a cabeça e sobe as escadas.

Eu moro numa casa grande de 3 andares. Eu fico no primeiro andar que é como se fosse um porão, sendo que meu porão tem apenas mil m², é como um pequeno apartamento na minha própria casa. Tenho uma saída direto para garagem dos nossos carros e a minha bebe que é a minha moto.

O 2 andar é a entrada da nossa casa, com salas, cozinha, banheiros e escritório do meu pai. O 3 andar são os quartos do meu pai, do meu irmão  e para alguns hóspedes.

Termino meu banho, coloco um jeans escuro, uma camisa preta e minha jaqueta de couro. Subo as escadas e já entro na cozinha vendo meu pai e meu irmão a mesa tomando o café.

- Finalmente a bela adormecida resolveu acordar – meu pai fala sarcasticamente

- Bom dia pra você também velhote – falo colocando um pedaço de pão na boca

- Mais respeito comigo seu moleque. Eu não aguento mais  Jungkook, você mata as aulas da faculdade, você só sai pra beber e sabe lá que horas você chega. Você precisa criar responsabilidades meu filho. – reviro os olhos de novo com esse papo do meu pai e sinto um tapa na minha cabeça.

- Presta atenção do que seu pai está falando meu menino – olho pra Maria que vem servir meu café. Ela é uma senhora de 60 anos que cuida de mim e do Jiyoung desde que nascemos. E depois da morte da minha mãe, ela tem sido essa figura feminina na nossa família. Além da minha mãe, essa é a única mulher que posso dizer que a amo com todo o meu coração.

- Deixa ele Maria ele não tem mais jeito – meu irmão ri

- Ah mais tem sim, porque eu não vou ficar sustentando um vagabundo na minha casa. A partir de hoje seus cartões estão bloqueados. E se você quiser sair vai ter que trabalhar para te sustentar.

- Você não pode fazer isso! – falo exasperado

- Não só posso como já fiz. Primeiro você vai voltar pra sua faculdade de Administração, além de frequentar as aulas, quero saber das suas notas e você começa a fazer estágio na empresa hoje. A sua farra acabou e agora você vai criar juízo e responsabilidade. – Meu pai finalizou e saiu da mesa rumo ao trabalhar

- Se deu mal, agora querendo ou não você vai ter que criar juízo meu irmão.

- Falou o certinho da família

- Eu não sou certinho, eu simplesmente cresci e sei das minhas responsabilidades nessa família. Não é porque a mamãe morreu que eu vou ficar igual a você. – Ele se levanta e pega sua mochila pra ir a escola.

- Meu menino já conversei tanto com você. Se você bater de frente com seu pai você não vai conseguir as coisas que você quer.

- Eu sei Maria, mas ele não entende. – fico mexendo no café cabisbaixo

- Meu menino eu sei que o luto cada um entende de uma forma e você era muito grudado com a sua mãe e a dor que você está sentindo é diferente de cada um, só não é maior que o seu pai que viveu ao lado dela e viu todo o sofrimento que ela passou nos último dias, também não diminui a dor do seu irmão por saber que não tem mais a mãe aqui. Eu sempre vou estar com vocês, mas você precisa superar essa perda, imagine o que Dona Lucia falaria pra você se soubesse como você está vivendo hoje?

- Com certeza além de puxar minha orelhas, me daria umas boas palmadas, conversaria comigo e daria o melhor abraço de todos dizendo que tudo daria certo.

- Então o que você acha de tentar mudar um pouquinho por ela e por você? – Maria faz um carinho em meus cabelos

- Vou tentar, obrigado Maria, não sei o que seria de mim sem você.  – abracei a senhora ao meu lado e depois de tomar meu café, fui até a faculdade.
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- Olha se não é a margarida  que resolveu aparecer

- Não ferra Jimjn

- Ui, nem parece que fedeu a noite toda com a Lilly lá na boate

- Ela até que é gostosinha, mais não foi isso

- Então conta pra gente então – meus amigos estavam no refeitório da faculdade, sempre estamos juntos eu, jimin e Tae.

- Dessa vez foi meu pai – falei passando as mãos nos cabelos

- O que você aprontou pro velhote que te fez vir pra faculdade com cara de cu – Tae diz rindo

- Ele descobriu sobre as aulas que fico matando, fora que já me pegou algumas vezes chegando em casa bêbado.  Agora além de cortar os meus cartões, vou ter que trabalhar na empresa pra poder sair.

- Que merda hein cara, agora o que você vai fazer? – Jimin me pergunta

- O meu pai é um excelente pai, sempre cuidou muito bem de mim e do meu irmão e depois da morte da nossa mãe ele vem trabalhando mais ainda e eu só venho ferrando com tudo.

- Não fala assim cara, a gente sabe que o seu luto é diferente do seu pai. – foi a vez de Taehyung dizer

- Eu sei, ninguém sabe como eu me sinto, mas a Maria abriu meus olhos. Meu pai não sabe como eu me sinto, mas eu também não dei atenção a dor dele, ou a dor do meu irmão. Pra mim a minha dor era maior do que a deles, entende? – falei frustrado

- Sabemos disso e por um lado a Maria está certa, o que você decidir nós vamos te apoiar, somos uma família.  – Jimin completa

- Obrigado, não sei o que seria de mim sem vocês. – recebi abraço dos meninos e depois fomos para a aula.

Uma coisa eu ia fazer, ia mostrar para meu pai que eu sou responsável, mas que também posso me divertir as vezes, nada como ter uma fofa casual para desestressar.

Por Trás De Cada Máscara Onde histórias criam vida. Descubra agora