⚠️Cap. 9 ⚠️

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(ATENÇÃO:  TÓPICO SENSÍVEL, ABORDA ESTUPRO, AGRESSÃO, FALAS INAPROPRIADAS. SE VOCÊ É SENSÍVEL A ESSES ASSUNTOS, NÃO LEIA ESSE CAPÍTULO )


As semanas foram passando e fiquei mais próxima do Jungkook. Ele tinha um lado que nunca imaginei que poderia descobrir. Ele é um menino carinhoso, tímido quando quer e bastante atencioso com as pessoas que ama.

Nosso primeiro mês de trabalho juntos, foi bem estressante. Não só pelo fato de ter várias meninas interrompendo nosso estudo na biblioteca, como de 5 em 5 min ele recebia alguma mensagem naquela droga de celular.

Sério, eu já estava a ponto de explodir. Quem consegue estudar com barulhinhos irritantes de toques de chamadas de 5 em 5 min?

Jungkook percebendo minha irritabilidade e até um pouco a falta de atenção nos estudos que estávamos fazendo, propôs de estudarmos na sua casa depois das aulas.

Eu prefiro estudar na biblioteca, assim consigo pesquisar as coisas mais rápido. Mas aquele entre sai de meninas estava me dando nos nervos.

Então concordei, desde que durante o nosso estudo seu celular ficasse no modo silencioso. O que também foi acordado por ele.

Tinha um bom tempo que não visitava a casa do Jungkook. Jiyoung me cobrava alguns dias para visitá-lo,  e nessas últimas semanas eu pude me divertir muito com ele. Claro, depois que terminava de estudar com Jungkook.

Dona Maria sempre um amor, preparando lanches para a gente. Preocupada se estava tudo bem, ou se queríamos mais alguma coisa. Uma verdadeira vózinha que gosta de mimar seus netinhos.

- Aqui Dona Maria – lhe entreguei a bandeja que ela havia entregado mais cedo.

- Oh minha menina, não precisava ter trago até aqui. Eu ia lá e buscava – falou tomando a bandeja da minha mão

- Não tem problemas, você já faz muito por mim aqui. – dei um sorriso pra ela e ela pegou nas minhas mãos retribuindo o sorriso

- Eu quero te agradecer, minha menina – ela me olhava com carinho e amor

- Porque?

- Porque você trouxe alegria novamente para essa casa. – Sorri com seu comentário e pedi que continuasse – Meu menino estava muito revoltado por conta da morte da mãe, sempre discutia com o pai, vivia saindo e chegava tarde bêbado, sem contar que nem conversava mais com o irmão.

- Sério? – lhe encarei espantada

- Depois que você passou a frequentar essa casa, além do Jungkook estar mais focado nos estudos, ele parou de sair todo dia, tem dormido cedo, não responde mais ao pai, tem dado atenção ao irmão. Ele tem se tornado uma pessoa mais calma, brinca mais e está sempre sorrindo alegre. Sem contar no meu caçula que agora diz que ganhou uma nova irmã. Você trouxe vida e felicidade para essa casa. Você é uma luz que iluminou a todos.

- Assim eu fico sem graça Dona Maria. Eu só tratei eles da forma que gostaria de ser tratada, com amor, carinho e principalmente respeito.
Dona Maria me deu um abraço gostoso, que foi retribuído por mim.

- Assim eu vou ficar com ciúmes
Ouvimos a voz do Jungkook parado logo atrás da bancada com uma cara de chateado, mas sabemos que é só manha...kkk

- Ciúmes de quem? De mim ou dessa moça bonita? – Maria vira para ele

- Pode ser das duas? – ela dá uma gargalhada e eu fico vermelha sem graça

Como ele consegue me deixar sempre com vergonha quando diz essas coisas?

- Para de graça Jungkook,  vamos voltar a estudar. – puxei ele pra descemos as escadas e Maria da uma piscadinha pra ele

- Ah pequena não da pra gente ter uns minutinhos de descanso não? Já estamos estudando a horas? – a forma que ele me chamou por uma apelido sem o adjetivo de encrequeira fez meu coração acelerar, me deixou feliz, mostra que eu estava me tornando alguém importante pra ele também, sem contar nesse bico fofo

- Pequena? – olhei pra ele sorrindo zombando do rosto dele de assustado, como se tivesse sido pego no flagra

- É...é .... é – Ele coçou a cabeça envergonhado

- Está tudo bem kookie, posso te chamar assim?

- Po.....pode – ele abriu um sorriso largo e muito fofo, coçando os cabelos atrás da nuca

- Já que somos amigos, acredito eu, não vejo problema em me chamar de pequena, pode me chamar assim se você quiser – o tranquilizei

- Então....pequena – falou meio receoso e incentivei a falar – tem algo que está me incomodando que eu gostaria de te perguntar, mas não quero que se sinta pressionada a responder

- Tudo bem, pode perguntar me virei de frente para ele e encarei seus olhos

- No dia do churrasco do Tae, quando aconteceu aquilo, que você pediu para o Renato parar, eu vi nos seus olhos medo e um pedido de socorro. Aconteceu alguma coisa com você antes disso?

Respirei fundo, pois esse era o tipo de história que me trazia muitos traumas dos quais eu luto diariamente. Mas assim como ele teve seu momento de franqueza quando contou sobre a morte da mãe dele, como ele se sentiu, eu vi um Jungkook vulnerável e ele confiou em mim naquele momento. Então acho que posso confiar nele nesse momento.

- Sim – falei num suspiro – quando eu estava no meu último ano letivo houve um menino novo que entrou na minha sala. Ele era muito simpático, divertido, amável com as pessoas, que nem parecia que ele teria feito o que fez comigo.

Tivemos um pequeno namoro de adolescentes, alguns beijos, abraços, mas nada mais que isso. Não me sentia bem quando ele queria avançar o sinal, tentar tocar algumas parte do meu corpo e sempre que eu falava não ele parava.

Depois que nos formamos, minha melhor amiga se casou, e eu fui madrinha dela junto com seu irmão. O casamento foi super bonito, mas durante a festa o Bruno estava bebendo demais e aquilo estava me preocupando que algo de ruim poderia acontecer com ele.

Quando fui falar com ele, começou os xingamentos, dizendo que eu era uma puta que deixava qualquer um passar a mão em mim. Embora a ofensa tenha me magoado eu não deixaria que ele continuasse a beber daquele jeito.

Eu queria que ele parasse e depois iria conversar com ele. Não queria estragar o casamento da minha melhor amiga. Então resolvi levá-lo para casa. Pedi um Uber e fomos para a casa dele. No carro ele me contou que me traiu muitas vezes, com meninas que não gostavam de mim naquela época, que tinha prazer naquilo, continuou a me chamar de puta, piranha, que me fazia de santinha pra ele, mas que para os outros eu dava que era uma beleza.
Minha melhor amiga me mandava mensagem direto preocupada comigo, então passei a minha localização em tempo real para que ela visse meus passos. Quando chegamos na casa dele, estranhei que os pais dele não estavam em casa, de qualquer forma eu o ajudei a ir até o seu quarto.

Por Trás De Cada Máscara Onde histórias criam vida. Descubra agora