𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐔𝐄

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𝐎 𝐀𝐍𝐎 𝐄𝐑𝐀 1793 𝐐𝐔𝐀𝐍𝐃𝐎 o povo francês gritava eufórico em uma manhã nublada suja pelos tomates apodrecidos jogados contra a figura exausta e desleixada de uma mulher que mantinha sua cabeça erguida em meio ao fracasso eminente , Maria Antonieta ainda conseguia ser a personificação irritante do luxo mesmo estivesse a cada passo mais próximo de sua própria morte planejada como símbolo de uma nova era de revoluções contra a monarquia tirana que já estava falindo o país bem antes da França estar nas mãos da ex rainha consorte austríaca , a lâmina erguida da guilhotina reluzia terrivelmente contra as opacas íris escuras que pertenciam à um gentil olhar de corça delicadamente arredondado facilitando que as lágrimas se acumulassem até transbordar sobre a pele de seu rosto com traços joviais .

- Eu sinto muito por isso mademoiselle , mas não tive outra escolha ! - Uma voz sussurrante e pesadamente arrastada alcança seus ouvidos junto com o hálito quente de um general de olhos ríspido com íris glaciais , a mão do comandante bem trajado em seu uniforme azul se disponhe sobre um dos ombros magros daquela jovem mulher de selvagens cachos tingidos com um castanho tão claro que passava próximo de um mel se ele tivesse sido queimado pelo sol .

- Eu fui tão tola de acreditar em você !

- Marrie ...

- Você podia ter feito diferente , podia ter lhe ajudado à ir como pedi , por quê tinha que ser assim ? - A jovem dama sussurra com sua voz trêmula devido ao choro incansável de estar perdendo uma ente tão querida para ela , uma segunda mãe que estava partindo assim como a primeira porém com vários anos de diferença .

  - A França precisava disso .

- Eles não sabe o quão patéticos estão sendo !

  A duquesa de cabelos cacheados não teve mais tempo de pensar em argumentos quando sua linha de raciocínio foi interrompida pela cena mais horrenda que seus belos olhos podiam testemunhar , ela viu a cabeça de sua tia rolar pela madeira barata como um globo até parar e ser puxada pelos cabelos loiros despenteados para multidão que começou a jogar aquele crânio como um brinquedo entre si deixando para trás o corpo jazido da antiga majestade sangrando como um chafariz , seus joelhos fraquejaram instantaneamente a fazendo ser segurada à força pelos braços do general para evitar que desabasse sobre o chão enquanto um agonizante grito agudo saia de seus lábios bem desenhados .

- Eu te odeio Napoleão , te odeio !

- Sinto muito . - O francês suspirou baixo para si mesmo notando enfim que talvez aquela não tenha sido a sua melhor decisão .













































































𝓐mou et 𝓖uerre .Onde histórias criam vida. Descubra agora