Capítulo 3 - Bem vindo à sede dos sangue de luz

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- Aqui a gente segue um cronograma rigoroso. O treinamento nunca deve ser atrasado ou negligenciado. - Dizia Eliakim, precedendo Patrício pela borda da piscina enquanto vários guarda costas pulavam para a água ao som do apito.

Eliakim e Caju, que ainda se recuperava dos traumas do nosso primeiro encontro, me guiaram até um lugar que, de alguma forma me fez sentir seguro. Havia alguns homens com silenciadores em seus ouvidos e vários números a distância, 20, 15, 10 metros.

O estalo foi como espocar algo dentro do meu ouvido, mas nem mesmo me tremi quanto a isso. Estava muito bem habituado a sons de tiros, e saber que posso aprimorar disparos é um treinamento muito bem-vindo.

Eliakim sempre se virava para me encarar nos olhos quando falava comigo, ao contrário do líder, que até aquele momento não sabia qual era dele. Sempre misterioso, sempre desconfiado, mas algo que apenas eu notava que ele escondia por toda aquela seriedade e escárnio.

- Como você pode bem ver, esse é o estande da família.

- Meu lugar preferido. – Caju diz dando uma arqueada travessa nas sobrancelhas. Ignoro facilmente.

- Para um guarda costas, o mínimo é saber ter uma boa mira. – Eliakim volta a falar, cortando a fala desnecessária do amigo.

Pow

Nem piscamos.

E para completar, uma academia muito bem instalada de equipamentos, Caju para na minha frente, me surpreendendo pela postura ao dar seus esclarecimentos.

- Você também precisa sempre estar a par a sua forma e condicionamento físico. – então não resiste em curvar aqueles lábios malditos. – ou nunca vai escapar da minha vingança.

Desvio para olhar ao redor, como se não desse importância.

- Espero que durma de olhos abertos. – o doido continua mirando em minha direção e então solto um riso pela língua. Eliakim só faz se virar e continuar a andar, dando a deixa para seguirmos ele. Então acelero um pouco os passos para andar do seu lado, esbarrando nos ombros de Caju.

- Eu bem que gostaria de repetir as pauladas.

Caju gargalha como um maluco.

O elevador, era como um vidro de uísque. Me sentia dentro de estrelas cujas cores se limitavam ao dourado. Lembrava muito bares ricos.

Os tiros poderiam não me surpreender, mas não poderia deixar de me deslumbrar por aquele brilho.

- A gente tem uma regra. Não podemos ficar fora por muito tempo, uma vez que entra para a família, é como ter pais novos pra quem deve sempre dar permissão.

Fecho os olhos nesse momento, respirando fundo.

Esse comentário foi totalmente desnecessário, mas eles não se importavam com meu incomodo.

Viro a cara para trás, direto para Eliakim.

- E se eu quiser espairecer de tanto ver a cara do Caju?

As paredes e teto eram um verdadeiro jogo de vidros, alternando entre o dourado, marrom avermelhado e azul turquesa esverdeado, entrando em uma sala onde se encontravam outros sangues de luz.

O reflexo dessas luzem batiam em seus rostos como pinceladas de tinta.

No centro da sala havia uma estátua totalmente negra de uma ave enorme. Erguia uma das asas como se quisesse rasgar a cara de alguém e sua boca estava aberta como se quisesse rugir ferozmente.

- Devemos sempre respeitar o símbolo, o símbolo da garra e da autoridade.

Deixo bem evidente meu suspiro exasperado, arrancando vários olhares em minha direção.

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⏰ Última atualização: Jan 02 ⏰

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