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Ouvimos uma movimentação no saguão, corremos para lá e vemos o senhor Román deitado em uma maca.

-Quem atirou dessa vez? - Pergunto descendo as escadas.

-A policia. - Denver responde.

-Como? - Berlim os encara.

-Meu pai precisava tomar um ar fresco, então subimos 'pro telhado. - Denver diz olhando para o pai. - Agora ele 'tá melhor.

-Onde foi atingido? - Me aproximo de Arturo, observando sua feiçao de dor.

-Peito, perto do pulmão, senhorita... - O homem responde com dificuldade.

-Não tem como você operar? - Pergunta o comandante.

-Não, sei o basico de medicina, um pouco de cirurgia mas nao tao grave assim. - Respondo analisando. - Vai avisar o Professor, eu fico de olho nele. Denver, vá com ele. - Ordeno.

Enquanto Berlim e Denver vão falar com o Professor, faço algumas perguntas para Arturo.

-Senhor Román, segure minha mão e aperte o quanto consegue. - Ele me olha confuso, mas faz o que digo. - Ah, não consigo mais. - O homem diz.

-Tudo bem. Sente algo além da dor? - Falo abrindo bem as palpebras do mesmo para observar suas pupilas.

-Um formigamento no braço esquerdo. - Ele diz.

-Talvez tenha atingido uma veia, e o sangue não 'tá chegando no braço.

Denver e Berlim voltam, anunciando que dentro de 5 minutos, os médicos estariam na porta.

flashback on

-Eles vão se infiltrar, vão arrumar uma maneira de entrar. Seja por uma cirurgia de emergencia, um momento que precisaremos de algo. Eles vão tentar descobrir algo que acontece la dentro, então tomem cuidado. - O Professor explica.

flashback off

-Arturo, qual é o nome da sua mulher? - Berlim pergunta.

-Laura. - O homem responde.

-Que bonito! Vai poder falar com a Laura. - Berlim diz, encarando Arturo. - As esposas servem bem para essas horas, é reconfortante. Ninguém pensa na esposa quando está na porta de uma boate bêbado feito um gambá. Mas se acontece algum problema, um acidente, ou por medo mesmo. A coisa muda de figura. - Berlim se senta em um banquinho ao lado da mesa que Arturo estava. - Não está pensando na sua secretária agora, está? - Ele ri - Não. - Andrés sussurra. - Mas também, quem lembra da amante nessa hora, o filho que poderia virar um aborto... Ou simplesmente um vazio.

-Me poupe o discurso. - Arturo fala. Berlim saca uma arma, e a pressiona no ombro machucado do homem.

-Se disser alguma coisa estranha, eu atiro em você, e a sua esposa vai escutar ao vivo. - Berlim ameaça.

Andrés coloca o celular no ouvido de Arturo - Alô, querida. - O homem fala. - Bem, eu estou bem. O tiro foi limpo. Eles disseram que vão deixar os cirurgiões entrarem agora. - A esposa de Arturo fala mais alguma coisa do outro lado da linha. - Não pense nisso, querida. Agora não. Até porque a culpa foi minha. Eu sei que não estamos bem, que faz tempos que estamos assim. Que eu me descuidei de você e das crianças, eu fui um egoísta. Mas eu prometo que tudo vai mudar. Está me ouvindo? Eu prometo que vai mudar. - Reviro os olhos com a falta de verdades na fala de Arturo. Tenho pena da esposa dele, e também da Mónica por achar que um dia ele irá ficar com ela. - Há dez anos que você fala que quer visitar a sua irmã, lá na Austrália. E aproveitar para as crianças aprenderem inglês e verem os cangurus. Vai ser a primeira coisa que vamos fazer, quando a gente sair daqui. Eu te devo isso. Eu vou fazer por você. Pelo tanto que eu te amo. Todos esses anos desperdiçados... E eu me pergunto o que foi que você viu em mim, Monica... Laura. - Berlim abre um sorriso com o erro do homem. Logo depois ele pega o celular da mão do refém, desligando a chamada.

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⏰ Última atualização: Jan 08 ⏰

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Ele sabia que levaria meu coração - La Casa de PapelOnde histórias criam vida. Descubra agora