Ao abrir os olhos na manhã de domingo, Ana confrontou a dualidade entre a realidade e o resquício de um pesadelo. As dores nas costas eram testemunhas físicas da queda, enquanto a luz dourada do quarto tentava acalmá-la. O lençol, familiar e acolhedor, oferecia um contraponto à imagem persistente da figura demoníaca.
A natureza lá fora sussurrava sua melodia matinal, Ana se convenceu de que o sótão sinistro era apenas uma fantasia noturna. No entanto, a inquietação persistia, pois o terror da noite anterior se entrelaçava com a clareza da manhã de domingo.
Ana desceu as escadas guiada pelo aroma delicioso que impregnava a casa. Ao chegar à cozinha, deparou-se com uma cena peculiar: seus pais, estavam em pleno movimento, preparando uma verdadeira festa matinal.
A mesa exibia um banquete de pães frescos, geleias caseiras, torradas douradas e uma variedade de sucos coloridos. O olhar perplexo de Ana buscava entender a origem daquela súbita inspiração culinária.- Nossa, desde quando vocês cozinham? E que cheiro bom é esse? - perguntou Ana, expressando sua surpresa.
- Não sei, de manhã cedo me bateu uma vontade de cozinhar, e estou assando um bolo - respondeu Helen, sua mãe.
- Estranho né? Sua mãe mal faz um suco- disse seu pai, verificando se o bolo no forno estava bom.
O cheiro delicioso se intensificava, e a barriga de Ana roncou. Ela comeu um pouco de tudo que estava à mesa, mas antes que pudesse devorar tudo, Helen interveio.
- Não coma tudo, nós temos uma visita para desfrutar do café com a gente. disse Helen.
Antes que Ana pudesse perguntar quem era, a campainha tocou, e uma voz familiar alcançou seus ouvidos, aguçando ainda mais sua expectativa pela visita inesperada. A senhora Hostis reapareceu, vestindo a mesma roupa dos dois dias anteriores, conferindo à sua presença um toque peculiar.
- Querida, esta é a senhora Hostis. Ela afirmou ter vindo aqui antes, mas parece que não encontrou ninguém em casa. explicou a mãe de Ana.-Na verdade, sua filha me recebeu. Até entreguei a uma torta de limão", comentou Hostis, dirigindo seu olhar estranho para Ana. Ana olhou para seus olhos e viu que estavam os dois castanhos, ela não era cega? Ana se perguntava.
- Não me lembro de ter visto nenhuma torta. disse Helen, a mãe de Ana, com um ar de perplexidade.
Ana, inventando uma desculpa, pensou em dizer que passou mal e jogou a torta fora, mas decidiu mentir:
- desculpa mãe, comi tudo, estava muito deliciosa, senhora Hostis.-Ah, querida, deveria ter guardado um pedaço para seus pais", observando Ana com olhos parados. Como se ela não piscasse.
Dona Hostis não parecia ali apenas para café; seus olhos exploravam cada detalhe da casa. Quando questionou sobre o banheiro, Helen disse que ficava no andar de cima, e Ana, intrigada, seguiu dona Hostis, com a desculpa que ia até seu quarto. Dona Hostis naquela manhã estava agindo estranhamente, focada em algo além da família à mesa. Subindo as escadas, Ana percebeu a porta do banheiro aberta, mas dona Hostis não entrou. Ao se aproximar, ouviu murmúrios vindos do quarto dela.
Curiosa, Ana espiou pela brecha da porta e ficou chocada. Dona Hostis, de pé numa cadeira, mantinha uma conversa peculiar com o mofo
-Não pode ser tão descuidado assim falava com o mofo da parede.
Ana viu uma cena inesperada, a senhora hostis estava... lambendo o mofo incessantemente, e de uma forma desesperadoraCada lambida fazia o mofo recuar suavemente. Aquela cena era grotesca. Ana, ao pisar em falso, atraiu a atenção de dona Hostis, que olhou para trás rapidamente. Ana recuou rapidamente, perplexa. Os olhos de dona Hostis pareciam totalmente brancos. Sua pele cinza e enrugada como se tivesse envelhecido alguns milhares de anos, Ana saiu de frente da porta com o coração disparado. Foi descer as escadas apressadamente, perturbada pelo que testemunhara.
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Terror Na Terra Esquecida
HorrorAna é uma adolescente de 17 anos que vê sua vida virar de cabeça para baixo quando seus pais decidem se mudar para uma cidadezinha no interior do Mato Grosso. Permeada por uma atmosfera enigmática a cidade, seus habitantes e a floresta guardam segre...