capítulo único

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Já fazia alguns meses desde que Jeff finalmente cedeu e aceitou se envolver em um relacionamento com Barcode, não que ele não quisesse isso, por mais que tivesse parecido que esteve o enrolando por meses até que enfim definissem sua relação, mas isso aconteceu porque ele precisava ter certeza, precisava organizar seus sentimentos e pensamentos, não podia simplesmente agir por impulso, sabia que o outro entraria de cabeça naquilo e queria retribuí-lo.

Por isso, Barcode deu um tempo a ele, disse que lhe daria espaço para que pudesse pensar até que o que sentia lhe parecesse claro. E assim foi feito, o mais novo lhe concedeu espaço e aquele tempo em que esteve afastado pareceu como viver um inferno na terra para Jeff. O via todos os dias através das redes sociais, sem coragem de sequer emitir qualquer comentário, sentia tanto a sua falta que seu peito doía, seus batimentos cardíacos eram tão intensos e dolorosos quanto vê-lo sem conseguir tocá-lo, sem poder ficar ao seu lado.

Se perguntou se era normal se sentir daquela forma, queria estar certo de que não era só a saudade de um amigo. Já haviam se beijado antes e passado muito tempo juntos como um verdadeiro casal e ele realmente apreciava esses momentos, gostava tanto que não queria que o que tinham fosse reduzido a um simples tratamento amigável. Foi quando pensou nisso que pareceu ficar claro, ele não só estava apaixonado como percebeu que amava Barcode e mal podia esperar para contar isso a ele.

Depois de sua realização, tudo parecia perfeito, tinham finalmente começado a namorar, ambos bastante satisfeitos com a decisão, nem mesmo se preocupavam com o que as pessoas achavam, não que a reação tenha sido ruim, sempre ouviam comentários brincalhões de suas famílias e amigos que afirmavam serem eles um casal meloso, não tinham culpa de serem tão apegados, não é?

Foi então que o mais novo ingressou na faculdade, de início todos estavam animados, principalmente Jeff, que o chamou para que pudessem comemorar juntos do jeito que gostavam, apenas curtindo a companhia um do outro. Mas quando Barcode começou a se adaptar, alguma coisa tinha mudado, ele já não tinha tanto tempo para o namorado quanto antes e por mais que odiasse admitir, Satur se sentiu em segundo plano e isso o incomodava mais do que demonstrava. O via sempre com seus amigos novos, rodeado de universitários e pessoas de sua idade, e mesmo que Jeff tenha tentado reverter a situação, ele mesmo também esteve ocupado com o trabalho e isso de certa forma o chateava, não queria sentir que estavam se afastando. Mas sabia que não era sua culpa, via como ele tentava lhe dar a devida atenção sempre que podia e estava feliz por ele.

Jeff Satur tinha tudo o que queria, podia ter qualquer um na palma de sua mão se quisesse, mas isso não se aplicava a Barcode, era ele quem tinha controle do mais velho, sempre o tendo completamente à sua mercê. Foi em o que pareceu ser um fim de semana qualquer que o mais velho foi surpreendido por uma mensagem do namorado, que o dizia para ir até a sua casa, levando roupas e o necessário para ficar lá. Não podia negar que o convite o animou, arrumou algumas coisas em uma mochila e se apressou em ir até lá.

Assim que chegou, avistou a sogra na sala de estar, carregava consigo uma pequena bolsa que imaginou conter o que precisava para a tal viagem.

— Jeff! Quanto tempo não te vejo — A senhora Isarapongporn se aproximou para lhe dar um abraço rápido, indicando o caminho para o quarto do filho. — A gente vai dar uma saída, voltamos em dois dias. Eu até perguntei pro Code se ele queria ir, mas ele preferiu ficar em casa, sabe-se lá o porquê. Cuide dele, querido — Mandou um beijo no ar, recebendo um sorriso do outro.

Então aquilo significava que eles ficariam sozinhos por dois dias. Agora Jeff entendia porque Barcode queria tanto que ficasse ali.

Deu duas batidas na porta antes de entrar assim que lhe foi concedida a permissão. Deixou a mochila em algum canto, se perguntando porque o quarto parecia tão quieto e como Barcode ainda não tinha percebido sua presença ali de onde estava, até que chegou mais perto para notar o quanto estava concentrado em seu video game.

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