Capítulo 12: Controle-se

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"I was never really free
You were watching over me (watching over me)

With the will to look to away
When I was falling down
Crawling in the dirt
Is it fair enough to say
That I needed you through the crazy pain
Of living here with all this hurt"

Watching over Me - Radio Company

- Esse é plano? - A garota loira pergunta, sentada ao lado de Edmundo. Ela estava focada na explicação de Caspian com o plano de proposta para Miraz.

- Ao que tudo indica, sim. - Afirma Pedro.

- Tudo bem, eu topo. - Edmundo diz com um aceno de cabeça.

- Eu vou também. - Assim que as palavras saem da boca de Sophie, ela sente todos os olhares dos que estavam na sala fitarem-na, apesar do dela estar focado em Pedro. Caspian olha para o loiro confuso e Edmundo arregala os olhos.

- Não acho que deveria. - Diz Pedro calmamente. Ele sabia o motivo do repentino interesse dela, todos sabiam, na verdade. Ela queria vingar a morte de Tobey.

- Não perguntei se posso ir, Pedro. Eu disse que vou. - Ela afirma. A garota sente o toque suave dos dedos de Edmundo no ombro dela e ela rapidamente se levanta. - Eu vou esperar lá fora.

Sem mais nenhum comentário, Sophie se retira. Os olhares de todos a acompanhando enquanto ela sai. Edmundo se levanta com um suspiro e caminha até Caspian e Pedro.

- Acham que ela vai fazer alguma besteira? - Caspian pergunta, encarando Edmundo.

- Não importa, não é como se eu pudesse impedi-la. - Edmundo coça a nuca e sorri pequeno. - É impossível mudar o que aconteceu no castelo. Ela não vai superar ele tão facilmente. E Miraz irá pagar o preço.

- Só não deixe com que o plano seja arruínado, Ed. É a nossa chance. - Pede Pedro, encarando a porta por onde a loira havia saído.

- Pode deixar. - O mais novo sorri para o irmão e se afasta, saindo da fortaleza para encontrar Sophie.

A garota estava parada em pé, encarando as árvores fixamente, o olhar perdido. Edmundo se aproxima, parando ao lado dela, ombro com ombro. Ele olha para o rosto dela por alguns segundos e depois encara as árvores.

- Você está bem? - Ele pergunta, a voz suave como um sorvete de baunilha.

- Eu pareço não estar? - A garota retruca sem olhar para ele.

- Você parece irritada. - Ele diz da maneira mais suave possível.

- Temos uma missão para fazer, não? - Ela aponta, evitando a conversa com ele.

- Certo. Elleya pediu para carregarmos flores para os telmarinos para que nossa imagem seja mais...

- Não vou entregar isso a eles. - Ela o corta, encarando as flores com desgosto.

- Tudo bem, eu carrego a sua.

Antes de terminar a frase, Sophie já havia começado a caminhar na direção do acampamento dos telmarinos. Edmundo suspirou e a seguiu, ficando ao lado dela enquanto um centauro e um gigante os acopanhavam, andando um pouco atrás.

- Eu assumo daqui, pode ser? - Edmundo estabelece quando eles chegam ao acampamento. A garota permanece em silêncio e ela mexe a cabeça em concordância.

O centauro e o gigante ficam ao lado de fora do acampamento, aguardando os dois. Edmundo e Sophie adentram o acampamento e caminham até o encontro de Miraz, que estava sentado em uma longa mesa, acompanhado de vários outros homens. Os dois param a alguns centímetros da mesa. Edmundo faz uma breve reverência, mas Sophie não se mexe. Ela parecia uma estátua assustadora, o olhar dela estava fixo no rosto irritante de Miraz, sua mandíbula doía pelo fato de que ela pressionava os dentes com força, numa tentativa de se permanecer controlada.

- Temos um recado ao senhor. - Diz Edmundo, cortando o silêncio e o clima estranho. Ele puxa o pergaminho escrito por Pedro e o abre, começando a lê-lo. -"Eu, Pedro, pela graça de Aslam, por eleição e por conquista Rei de Nárnia, de Cair Paravel e Imperador das Ilhas Solitárias, visando evitar o abominável derramamento de sangue desafio o usurpador Miraz a um combate no campo de batalha. A luta será até a morte. O prêmio, a rendição total."

- Diga-me, príncipe Edmundo. - Começa Miraz.

- Rei. - Ele o corta, enrolando o pergaminho novamente. Sophie segura uma risada e abaixa a cabeça.

- O que disse? - Miraz questiona, confuso.

- Na verdade, é "Rei Edmundo". - Ele o corrige. - Só rei. Pedro é o Grande Rei. Eu sei, é confuso.

- E vai me dizer que a garota é rainha? - Miraz pergunta, com uma risada irônica. Sophie ergue a cabça e o encara, voltando a ficar séria.

- A garota, Sophie, é rainha. Algum problema? - Edmundo ergue uma sobrancelha, tentando ser o mais respeitável possível.

- Sophie? Eu me recordo desse nome. - Miraz diz, forçando uma expressão confusa por alguns segundos e depois sorrindo. - Ah, me recordo sim. Foi o que o centauro disse antes que eu o matasse.

Assim que as palavras saíram da boca de Miraz, Edmundo olha para Sophie, que havia dado um passo para frente, se aproximando mais da mesa e de Miraz. Ele sente o coração errar uma batida.

- O que disse? - A garota praticamente rosna, cerrando os dentes e os punhos.

- Depois que o plano bobo de vocês deu errado, o centauro e todos os outros morreram, já que... - Ele não completou a frase. Não porque não teve vontade, ele foi impedido.

A cena foi rápida. Mas todos em volta arregalaram os olhos ao observá-la. Os guardas de Miraz fizeram menção de avançar, porém foram impedidos por Edmundo, que empunhou a espada com uma mão e puxou a loira para trás com a outra, seguranho o punho dela após ela acertar um soco no rosto de Miraz, que grunhiu furioso.

- Controle sua namoradinha, reizinho. - Miraz ameaçou, tentando limpar o sangue que escorria de seu nariz. Edmundo o ignorou. Ele segura o ombro dela com força, fazendo-a olhar para ele.

- Eu sei que é difícil, mas controle-se. Temos apenas um objetivo aqui. - Ele murmura para ela, a voz séria. Ele não queria soar rude, só precisava que ela se focasse no real objetivo deles estarem no acampamento dos telmarinos. - Eu assumo daqui.

Ela não diz nada, apenas se afasta dele de maneira bruta e caminha para esperá-lo junto do centauro e do gigante que os acompanhara.

Ela sabia que estava errada por ter socado o rosto de Miraz. Mas nunca o admitiria. Pareceu certo, no momento. Ele a deixava enojada, irritada e frustada. Como ele teve coragem de provocá-la daquela maneira? Como ele teve coragem de ter feito Tobey e os narnianos sofrerem da maneira que fez? Miraz era horrível, todos sabiam disso. Mas o que fez os olhos dela lacrimejarem foi o fato de que Tobey não apoiaria a ação dela. Ela se sentia péssima por ter desapontado ele. Por não ter conseguido salvá-lo. Mas ela tinha certeza de que ele estava em paz. De que ele estava cuidando dela.

Olhando por ela.

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Voltei e fingi que nada conteceu. Espero que gostem!

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⏰ Última atualização: Jan 12 ⏰

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