Descendentes Da Yakuza. - 𝟙 𝕋𝕖𝕞𝕡𝕠𝕣𝕒𝕕𝕒.

52: Passado obscuro.

Jimin narration

Leito de morte é algo que poucas pessoas vêem de perto, Nunca fez tanto sentido a frase " de cara com a morte" .

Nunca na minha vida imaginei que veria ela, Não só uma, como duas vezes.

Doía tanto tudo aquilo que a única vontade que eu tinha era de chorar, Chorar nos braços dele, Nos braços de meu pai, Do Homem que sinto falta todos os dias.

Sei que ele iria rir da minha situação hoje e que jamais iria deixar eu me envolver com alguém, Mas.. Querendo ou não, Ele não está aqui.

Sentir que alguém que você queria que estivesse torcendo por você e conquistando suas coisas com você, Está morto, É algo tão.. Ruim.

Escutar as pessoas chorando a sua volta deve ser horrível, Tão horrível pois você não consegue levantar e dizer "eu estou vivo!".

Pois você sabe que não está, Mas você escuta, Pois querendo ou não, Todos que deitam no berço esplêndido, Pagaram seus pecados, E o choro dos parentes, É um deles.

Escutar as palavras de Obrigado ou até mesmo de descanse em paz, São dolorosas, Pois você não gostaria de escutar isso, E sim de estar sorrindo e vendo eles sorrirem com você, e não chorarem por você.

Sentimento de culpa e medo é o que transforma um ser humano, Não é coragem e nem determinação, E sim medo.

O ser humano tem medo de morrer e deixar todos a sua volta sem rumo e sem nada, Então antes morrerem fazem de tudo pra colocar em um papel, O que gostaria de deixar e falar pra quem ficou.

E foi isso que meu pai fez, Deu a mim o que poderia mostrar quem o matou, Deu a coragem para que eu seguisse em frente sem ele.

E é isso que eu vou fazer, Não posso morrer sem descobrir quem o matou, Não posso deixar uma máfia sem chefe, Uma mãe sem um filho, Uma sobrinha sem um tio, e nem um filho sem um pai.

Eu tenho que sobreviver, Por que não é agora que vou deixar tudo de lado, Não é agora que vou fechar os olhos, Eu vou sobreviver, com alma gêmea ou não, Vou sobreviver.

E tá na hora de abrir os olhos, E foi isso que eu fiz, Aquele quarto branco era a única coisa visível ali, Olhei pros lados devagar, Não havia ninguém, Estava sozinho.

Senti minha loba despertar, Mexi meus dedos e levantei minha mão até a frente do meus rosto, A pulseira hospitalar mostrava que eu estava bem, Me levantei um pouco e estralei os dedos da mão, Me levantei da cama me sentindo disposto.

Peguei o carrinho de soro e andei até a janela, Estava de dia, Tava até que um dia bonito, Escutei a porta ser aberta e logo fechada.

Olhei pra mesma e vi um cabelo preto, Assim que ela virou o rosto e me viu em pé, Vi ela derramar a caneca no chão, Seus olhos arregalaram.

- Porra, Você tá vivo? - Jennie falou alto.

- Tô? - Até eu fiquei em dúvida, Tô vivo ou não?.

Ela coçou os olhos e arregalou eles mais ainda quando viu que eu estáva em pé na frente dela, Suas mãos foram parar na bochecha e se beliscou, mas mesmo assim eu tava ai em pé.

- Tá, Irmão, Você tá vivo. - Jennie correu até mim e me abraçou forte, Tão forte que juro que senti que iria morrer.

- Claro que eu tô, Eu só tive uma briga ontem. - Falei, Eu lembrava nitidamente de tudo.

- Ontem? Jimin, Você não sabe que dia é hoje? - Jennie se afastou de mim, E apontou pro seu cabelo, Ela tinha franja, Ela não tinha antes. - Minha franja até cresceu!!