~𝑃𝑟ó𝑙𝑜𝑔𝑜~

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"Vovô?"

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"Vovô?"

Pergunta a jovem garota, enquanto empurrava a pesada porta de carvalho daquela velha casa. Seus olhos amendoados se atentam para o interior da melancólica construção, a mesma estava escura e quieta, apenas o leve cheiro de camomila seca vinha recebê-la.

Após o absoluto silêncio ecoar de seu interior, ela finalmente toma iniciativa para entrar. O piso desgastado de tábuas range ao leve toque de seus pés, o que dá um leve susto na pequena intrusa.

Logo, ela recobra sua atenção, olhando para todos os lados procurando rastros de seu avô que parecia não estar. A brisa invadia a casa e se esgueirava por entre os pés da garota, levando consigo algumas folhas secas para dentro e brincando com alguns feixes de ervas amarradas na parede para secar, seu curto cabelo avermelhado também era bagunçado pela brisa, porém, ela não parecia se importar com os fios que escondiam seu rosto. A canção da brisa em contraste com o solitário silêncio da casa encantava a menina, tanto que ela se encontrava hipnotizada por sua delicada e silenciosa canção.

Até que o silêncio melódico é interrompido por abafados ruídos de tábuas rangendo e em seguida algo se debatendo em panos, o som vinha do quarto do vovô, que se encontrava no andar de cima. Esperançosa, a garota pergunta novamente...

-Vovô? O senhor está ai encima?

Nenhuma resposta é ouvida, e os barulhos de repente cessam, condenando o ambiente ao completo silêncio novamente. A ansiedade da garota começa a gritar em seu peito, fazendo seu coração se agitar, havia algo errado. Em hesitação ela dá alguns passos para trás, alerta a qualquer ruído...

-Mallory?... Você chegou muito cedo, não me deu tempo de preparar nada. Você consegue ser bem incômoda quando vêm de surpresa...

A menina que estava em frente à porta dá um pulo de susto com a fala repentina. Porém, logo ela reconheceu aquela voz. Era o vovô, o mais rabugento que ela podia se lembrar. Mas algo naquele lugar estranhamente ainda a incomodava.

-AH!... O senhor me assustou... Pensei que não estivesse em casa.

...

-Como não? Eu estou preso nessa casa como um pássaro na arapuca, é isso que vêm me deixando tão doente ultimamente...

Tosses roucas são ouvidas do andar de cima. Embora aquilo parecesse estranho aos sentidos da garota, ela apenas decidiu ignorá-los, pois se lembrou que estava lá para cuidar de seu avô doente.

"Talvez eu só esteja imaginando coisas, acordei muito cedo esta manhã. É... Talvez seja isso mesmo."

Pensou enquanto suspirava pesadamente tentando se acalmar.
Então ela repousa sobre a mesa de mogno, uma pequena cestinha que trazia consigo.

-Eu trouxe frutas, um pouco de sopa e um xarope para o senhor.

Diz a menina enquanto separava as coisas sobre a mesa.

-Ah...Não precisava se incomodar, eu posso estar velho mas ainda posso cuidar de mim mesmo.

Ele diz em tom de sarcasmo.

Ela o ignora, e coloca cuidadosamente algumas gotas do xarope no caldo da sopa ainda quente, em seguida corta uma maçã em fatias, e serve a comida sobre uma bandeja, levando-os às escadas acima. Conforme ela ia subindo um cheiro de o que parecia ser sangue e terra úmida se intensificava, até que ela chega ao quarto do vovô, onde o cheiro era ainda mais forte. A cama do vovô era coberta por véus escuros, o que dificultava a visão.

-A sopa cheira bem... do que é?

Pergunta o senhor rabugento agora mais calmo.

-É de cordeiro cozido com legumes.

Responde a garota enquanto se aproximava lentamente para não derramar a sopa.

-Ah, é mesmo? Ah...Droga, eu amo carne de cordeiro.

Diz o idoso se rendendo.

...

-Mas gosto ainda mais de carne fresca...

Um sutil rosnado acompanha sua frase.

-Sim, eu sei, por isso que levantei cedo esta manhã, a sopa fica melhor quente.

Ela finalmente chega ao lado da cama, mas então ela nota algumas marcas de lama em forma de patas, e algumas manchas de sangue sobre lençóis escondidos as pressas debaixo da cama, e se lembra do cheiro que vagava pelo cômodo.
Arregalando seus olhos, ela joga a bandeja rapidamente em uma mesinha ao lado da cama, e puxa o véu bruscamente, revelando a misteriosa figura de seu avô que se encontrava deitada ali.

-𝙑𝙊𝙑Ô! 𝙊 𝙨𝙚𝙣𝙝𝙤𝙧 𝙨𝙖𝙞𝙪 𝙣𝙚𝙨𝙨𝙖 maldita 𝙛𝙤𝙧𝙢𝙖 𝙙𝙚𝙣𝙤𝙫𝙤? 𝙀 𝙨𝙚 𝙤𝙨 𝙘𝙖ç𝙖𝙙𝙤𝙧𝙚𝙨 𝙩𝙚 𝙖𝙘𝙝𝙖𝙨𝙨𝙚𝙢? 𝙊 𝙨𝙚𝙣𝙝𝙤𝙧 𝙨𝙖𝙗𝙚 𝙦𝙪𝙚 𝙚𝙡𝙚𝙨 𝙥𝙧𝙞𝙤𝙧𝙞𝙯𝙖𝙢 𝙖 𝙘𝙖ç𝙖 𝙖𝙤𝙨 𝙡𝙤𝙗𝙤𝙨 𝙣𝙚𝙨𝙨𝙖 é𝙥𝙤𝙘𝙖 𝙙𝙤 𝙖𝙣𝙤!

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𝙉𝙤𝙩𝙖𝙨 𝙙𝙖 𝙖𝙪𝙩𝙤𝙧𝙖
Muito obrigada por ter lido até aqui! Ainda tenho muito o que escrever aqui, e peço que se você gostou, acenda uma estrelinha, que fazer essa história dá um pouquinho de trabalho, muito obrigada por ter seguido até aqui nessa estranha jornada! 🌻

𝐑𝐨𝐬𝐚𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐚  𝒜  𝐥𝐨𝐛𝐨 𝐦𝐚𝐮 [Hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora