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 Depois que Dimitri ouviu tudo, o mesmo sai correndo do lugar, andando pelos corredores extensos da escola, até que ele saia, chegando em um pequeno jardim com uma grande diversidade de flores e no mesmo tem uma cerejeira. A mesma nunca deu frutas e permanece congelada no período da florada. 

 Ele se aproxima lentamente, o peito subindo descendo enquanto pisa, procurando por algo que logo ele encontra. O mesmo cai em uma toca de coelho, passando por um enorme tunel, suas cores lembrando brevemente a aurora boreal enquanto ele cai. O mesmo buraco parece nunca ter fim a medida que ele cai mas ele sabe que tem. Ele viveu a maior parte de sua infância no país das maravilhas e nem ele sabe ao certo o motivo de estar voltando. Talvez seja apenas o seu coração o mandando fazer isso ou talvez o choque de saber quem é sua irmã o tenha pegado desprevinido.

Quando depois do que parecem ser horas, mas não passam de minutos ele pousa sai, praticamente voando para fora do poço que agora é a passagem do mundo das maravilhas para o normal, ele olha em volta, para a cerejeira idêntica a da escola, em cada curvatura e folha, Exceto pelo fato que ela está sem flores. Isso sempre acontece. Quando o mundo de lá está bem, o de cá está indo de mal a pior.

Depois de ficar um bom tempo parado, estático ele caminha até onde vai estar o localizado sua casa, ou melhor: O palácio da Rainha de copas.

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Miriam fica parada estática quando vê Dimitri correndo e derrubando tudo, sua primeira reação acabou por ser correr atrás dele no mesmo momento. Quando ela o perde de vista e a única coisa a sua frente é a cerejeira ela a observa ofegante pela corrida. Porém ela não esperava que um buraco se abrisse logo abaixo dela, fazendo ela cair e ir em direção ao país das maravilhas.

Ela só não contava que tinha mais alguém naquele jardim, uma pessoa que estava levando uma bronca de sua mãe. O mesmo ao escutar o barulho resolveu ir atrás e pulou no buraco pouco antes de se fechar.

Quando Miriam finalmente chega em seu destino ela ainda consegue ver Dimitri mas o perde de vista quando uma enorme parede de gavinhas aparece em sua frente e, quando elas finalmente somem ela está em uma floresta. E, para a sua surpresa Alexander está bem ao seu lado.

—O que você está fazendo aqui?! - Exclama de olhos arregalados, surpresa

 —Eu que te pergunto! Eu só...te vi sendo engolida pelo buraco e pulei atrás antes que ele se fechasse...Não é como se eu me importasse ou algo assim mas é só que...não sei, foi impulso.

—Queria lavar mais uma loucinha, Alexander? - Provoca, segurando o riso quando ele apenas revira os olhos e olha em volta, tirando a espada da bainha em sua cintura

—Da onde diabos você tirou isso? Porque vocês sempre carregam isso na cintura?

 —É o protocolo. Caso alguém do seu lado  da escola resolva atacar. - Resmunga sério, olhando em volta se preparando para o ataque

—Perdão mas...Meu lado? Porque vocês, do lado "bom" tratam todos nós como se fossem monstros? Não passa pela cabeça de vocês que somos humanos com sentimentos? Bom, alguns não são exatamente humanos mas ainda assim...Nunca sabemos quem vai ser o verdadeiro vilão da história até que o conhecemos. 

 —Tanto faz, isso não muda o fato de que vocês podem fazer conosco o que seus pais fizeram com os nossos. Você por exemplo. Ninguém me garante que você não vá me envenenar em algum momento enquanto estivermos aqui.

—Você é realmente tão estúpido assim? Talvez seja por isso que todo mundo te ache insuportável! Você acha que eu te queria na cozinha? Quando eu poderia estar feliz aproveitando e aprendendo coisas novas você aparece. Por mim eu nem te queria na minha vida, mas aqui está você,  falando que eu posso fazer algo com você só porque minha mãe fez. E quer saber? Eu acho que você devia achar o caminho de volta sozinho. Eu sei me cuidar sem você.

 Miriam resmunga, e começa a caminhar para longe, pelo emaranhado de galhos indo para longe de Alex, deixando o rapaz ali sozinho com a sua própria arrogância e ignorância. Enquanto ela caminha para longe em um silêncio quase ensurdecedor, não demorando para sumir por entre as árvores.

 Ao caminhar ela se encolhe entre um barulho e ourto, pegando logo um galho para o caso de precisar se proteger, embora ela mesma acredite que isso não vá funcionar caso algum animal grande apareça. Enquanto resmunga baixo ela começa a finalmente enxergar uma luz mais para frente, a única luz visto que a floresta é extremamente escura e, de certa forma, sombria. Enquanto ela caminha ela nota pela primeira vez uma névoa verde que bate somente em seus pés começando a envolver suas pernas quase como se para impedi-la de sair dali, mas não muda nada pois ela continua caminhando até o fim da "estrada", no momento em que ela escuta um uivo alto vindo do fundo da floresta, por mais que não queira ela se lembra de Alexander e corre novamente, em direção ao uivo.

Ao chegar lá ela vê um Alexander ofegante em posição de defesa e um lobo de duas cabeça, não muito grande e talvez um filhote mas...se o filhote está aqui, cadê a mãe?

—Ei, Alexander! - Miriam grita, chamando a atençao do mesmo para ela que está fazendo gesto para que ele vá até ela

 —Não vou fazer isso! É a minha honra como princípe. Se minha familia descobri que recuei durante o ataque de uma besta eles- 

O mesmo foi interrompido com Miriam o puxando pelo braço e levando-o para longe da besta que, por incrível que pareça não os segue. Pelo contrário, ela uiva outra vez...mas a coisa gigante que sai de entre as árvores não é nada agradável...

—Merda, corre!

Grita começando a correr e segurando a mão do mesmo, quando ambos chegam do lado de fora da floresta, ofegantes e com as pernas praticamente tremendo pela correria Alexander se senta, olhando para Miriam.

 —Porque fez isso? -perguntou desconfiado, afinal a garota era sua "inimiga de nascença", era muito mais fácil pra ela simplesmente deixa-lo morrer ali e...seguir com a sua vida.

—Eu não ia suportar viver com o peso de ter indiretamente matado alguém por covardia. Agora, a partir daqui a gente se separa e nem pense em me seguir novamente, entendeu? 

 —Porque infernos você me ajudou, Miriam?! Você tem noção de como isso vai me fazer parecer para minha familia, para meus pais e irmãos? 

—A sua familia nem está aqui! Você ainda não notou que é a porra do País das maravilhas?! E outra, ao envés de se importar com o que os outros vão pensar de você, primeiro você devia se preocupar se você vai estar ou não vivo. Eu daria tudo para conhecer meus pais biológicos, mesmo que minha mãe adotiva tenha cuidado de mim extremamente bem durante todos esses anos. 

 Alexander a encara, estupefato sem saber o que dizer

—Agora, vamos cada um seguir seu caminho. Você faz o que achar melhor e eu sigo o meu caminho, entendeu?

 —Sim...entendi. Espero não te ver na minha frente outra vez, a menos que seja na escola. 

Afirmou secamente, olhando para o chão e brincando com algumas folhas ali, enquanto observa disfarçadamente os pés dela se afastarem morro abaixo. Ao ter certeza de que ela se afastou ele suspira, olhando para o céu

 —Ela não sabe nem da metade...

~~Continua-








A maçã (~não~) envenenadaOnde histórias criam vida. Descubra agora