Wonderland

14 4 0
                                    

...

 Após apenas cair em uma toca de coelho que coincidentemente dava no país das maravilhas, ser seguida por Alexander e esfregar na cara dele algumas coisas nas quais ela ansiava falar desde que ele foi obrigado a ajudá-la na cozinha.

Ela caminhou e caminhou após sair daquela assustadora floresta e, depois do que pareceram horas ela deu de cara em um enorme palácio, portões enormes com detalhes de rosas e jardins extravagantes somente de rosas vermelhas e cuidando dos jardins tinham cartas, mais especificamente pessoas vestidas de cartas, de todos os naipes e números.

Ela se aproxima receosa do portão, tocando no mesmo enquanto ele se abre com um mero toque de seus dedos e como se estivesse hipnotizada ela caminha para dentro, seguindo em passos lentos pela estrada de mármore até a porta do castelo, e é uma longa caminhada pois longas escadas se seguem assim que ela chega no fim do caminho. O corrimão, são na verdade galhos de roseira ressecados e ainda assim rosas vermelho vivo florescem deles, decorando-os lindamente.

Miriam evita ao máximo encostar nos corrimões e sobe degrau por degrau, o som de seus saltos baixos ecoando em seus ouvidos, assim como sua respiração e coração acelerados a mil enquanto ela caminha. 

Quando ela chega na frente das enormes portas de cedro, ornamentada com o musgo do tempo, ela bate. Ninguém atende. Com isso ela entra apreensiva e olha em volta admirada. Aquilo definitivamente era coisa de outro mundo. Logo de entrada já tinham retratos de uma família. Uma linda mulher de cabelos ruivos, ao seu lado um homem com cabelos negros e olhos verdes, assim como sua esposa e um garotinho no meio deles. O que lhe chamou a atenção foi a placa nas mãos do garoto, curiosamente escrito "ihnma amri avilio azj uiqa".

Ela permanece olhando aquela foto por um bom tempo até que ouve um grito alto e angustiante vindo de algum lugar do palácio, vindo de onde estão as escadas. Após refletir por um bom tempo ela decide subir as escadas em direção ao choro angustiante, não demora para ela chegar em um corredor com uma enorme sequência de portas, em passos lentos e cuidadosos ela segue o som até parar em uma grande porta, o desenho de uma pequena bebê desenhado ali. Ela cautelosamente abre a porta, apenas para que possa ver dentro da mesma.

Ela pode notar uma mulher ruiva estirada sob um pequeno berço, o abraçando e chorando copiosamente, sem parar, chegando a soluçar baixo alguns momentos, agarrada com força naquele pequeno berço cor de rosa. Após um bom tempo ali, observando a linda mulher chorar, ela é puxada por alguém, a mesma tampando sua boca enquanto a coloca dentro de outro quarto no qual ela nem chegou a reparar nos detalhes da porta.

—O que merda você está fazendo aqui?! Você não devia estar aqui.

Sibila Dimitri, furioso. A olhando nos olhos enquanto a solta, praticamente a jogando para longe com um empurrão. Mas é claro que ele estaria furioso, ele voltou para casa para fugir dela e ela o segue?

—Eu segui você...aí quando eu parei logo abaixo da cerejeira um buraco se abriu e...

—Ah, sim...a maldita cerejeira, eu vou mandar cortar aquela porcaria e fazer um poço.

Resmunga pra si mesmo, passando a mão pelos cabelos bagunçados enquanto respira fundo, tentando pensar em alguma forma de sair daquela situação.

—Ahn...olha, por curiosidade quem era a mulher do quarto?

—Minha mãe, nossa, não sei. Chorando pela décima vez no dia o desaparecimento da minha irmã que por acaso descobri que pode ser você.Olha, você precisa ir embora daqui, quando notarem a sua presença eles-

Ele é interrompido por um alarme ensurdecedor enquanto murmura xingamentos para Deus e o mundo enquanto pega a mão dela e a leva até a varanda do quarto, segurando seus ombros e olhando em seus olhos.

É o seguinte. Você vai ter que descer com cuidado isso aqui, não é tão baixo quanto parece. Tente não ser vista embora...esse vestido não vai ajudar muito, mas talvez amorteça a queda. Depois você corre e se afasta daqui o máximo que der. Se você por acaso encontrar uma garota com sapatilhas iguais a essas.

Fala indo até o guarda-roupa e pegando um par de sapatilhas e mostrando para ela enquanto os entrega

—Pode confiar pois é seguro, caso contrário é o país tentando te pregar uma peça.

—Porque diabos você tem sapatilhas no seu guarda-roupa? E como você conhece uma garota com sapatilhas que você guarda nele?

—Não é da sua conta. Use elas se quiser descer com segurança e confortavelmente. Vamos, coloque e desça. Eu vou distrai-los.

—Dimitri, espere-

Antes que ela consiga terminar ele sai rapidamente do quarto a deixando sozinha. Sem ter o que fazer ela coloca as sapatilhas que são incrivelmente confortáveis e começa a reunir coragem o suficiente para pular. E é exatamente isso que ela faz. Pula. Ignorando completamente o conselho de Dimitri para ela descer com cuidado. Miriam cai em um arbusto espinhento, arranhando todo o seu corpo, mas por sorte o vestido realmente amortece um pouco a queda como Dimitri disse.

Então cautelosamente ela se levanta, tomando cuidado para não chamar atenção e começa a correr para a saída, ofegante tentando evitar ao máximo os guardas-cartas, com cuidado durante o caminho. O que se prova não ser nada fácil visto que por conta do alarme tem vários deles nas proximidades, alguns entrando no palácio e outros ainda rondando a área.

Os cortes em seus braços e pernas ardem e ao que parece ela também tem alguns deles em seu rosto. Ela pode sentir seus cabelos completamente bagunçados e com algumas coisas emaranhadas nele, provavelmente galhos secos do arbusto, enquanto ela caminha na direção do portão, se escondendo vez ou outra atrás de alguma roseira.

Ela finalmente consegue passar para fora do portão, andando cautelosamente para o mais longe que pode e antes mesmo que ela possa ser vista alguém a puxa de perto, uma garota a puxa para longe, ao invés de falar alguma coisa miriam a olha confusa, seu vestido extravagante e seu cabelo castanho brilhando no sol a medida em que elas se afastam do luxuoso palácio.

—Você não devia estar aqui, garota. Não vai demorar até que te encontrem, venha comigo. Vamos tomar um chá.

Disse a mesma puxando ela, mas tinha um pequeno detalhe que foi impossivel para Miriam não reparar: A garota estava usando sapatilhas exatamente iguais as dela.

~~Continuar-

________________________________________________

A burra aqui apagou o episódio anterior e quase perdeu ele, por sorte eu tava com o mesmo capítulo aberto no celular, ai consegui recuperar. Nunca mais que eu faço isso denovo, que ódio, quase infartei

A maçã (~não~) envenenadaOnde histórias criam vida. Descubra agora