Pov's Victoria
Chegamos na Praça Margarida e já havia uma multidão de gente.
Eu e João estávamos combinando com nossos conjuntos da adidas. Só mudava as cores, o meu era azul e o dele era laranja.
Guri não veio, teve outro compromisso.
Hoje ia colar vários amigos nossos então as batalhas iam tumultuar demais.
Gostamos de estar perto da galera, mas de início ficamos em uma área que é só para os Mc's.
— Oi, minha principeza - Eu sorrio ouvindo a voz de Lili.
— Oi, minhas principezas - Abraço ela e a Maria - Vocês estão lindas.
— Digo o mesmo, gata - Maria sorrir.
— Final na batalha, as duas irão dormir lá em casa. E não estou pedindo - Eu falo brincando.
— Sim, senhora - Lili diz rindo.
Ficamos conversando nós três enquanto os meninos faziam as palhaçadas deles.
— Eaí, pequena Jota - Eu sorrio, o pessoal das batalhas me chamavam assim por ser uma versão feminina e mais nova do meu irmão.
— Eaí, big magro - Nos abraçamos e ele bagunça meu cabelo - Vou deixar tua mulher viúva se tu não parar com essas graça, irmão - Eu ameaço.
— Que isso, ainda preciso casar e ter um little magro - Ele diz e todas nós rimos.
— Esse cara é maluco - Lili o abraça.
— Vou cumprimentar o pessoal, já volto - Aviso.
Vou até a roda dos meninos e sorrio cumprimentando eles.
Krawk, Ajota, Black Panther, Dherick e Bask eram os que estavam ali no momento. Mas eu sabia que ainda tinha mais mc pra chegar.
[...]
Já havia tido 7 batalhas na primeira fase, e agora seria eu e meu irmão contra Nasa e Lecroy.
And e Shade estavam animando a plateia.
Eu e João estávamos de frente um pro outro e segurando nossas mãos.
— Chegou a hora, maninha. Eu te amo.
— Eu te amo - Ele me dá um beijo na testa - Nós e nós sempre. Vamos nessa.
— Churrasco na laje, peita da ciclone, com as prata brilhando, escutando pagode - And puxa o grito.
— Mata esse cara na norte! Mata esse cara na norte! - A plateia grita.
Eu e meu irmão curtimos a vibe do beat e sorrimos dançando.
— Corte na alcatra, em seguida a maminha, com a mesma faca degola o X9!
— Mata esse cara na norte! Mata esse cara na norte!
— E vem no wow, wow, wow
O round começou com nossos oponentes atacando, mas nós não entendemos quase nada do que eles rimaram.
— Eu num entendi nada da rima desses pela. É isso que, diferencia o raiz do nutella. Você vai tocar no meu dread aqui nessa favela. Encosta a mão nessa porra que cê volta sem ela! - Jotapê eleva o tom de voz na última rima e se aproxima do Nasa. A plateia grita.
— Desculpa caralho minha rima é louca, quer rimar no autotune então tira o mic da boca - Começo a rimar com o tom de voz elevado - Eu não entendi nada do que cê falou e a rua é nós - Me aproximo do Nasa - Eu nasci em Guarulhos, tenho o autotune na voz! - Rimo sorrindo.
A plateia também grita e eu volto pro lado do meu irmão.
— O autotune é natural contra mc que é artificial, num tá na moral. E por isso que eu rimo tanto. Cuzão desafinou, vai buscar uma aula de canto! - Rima pro Lecroy
— Uma aula de canto, nego é de verdade. Toda vez que eu faço rima é com simplicidade, com simplicidade. Cê é um menino, cê quer aprender a cantar então aprende comigo! - Eu termino a rima e todo mundo grita.
Cumprimento Nasa, que estava na minha frente. E depois cumprimento Lecroy.
Eu sorrio e abraço meu irmão, que também sorria de orelha a orelha
— Barulho pra quem gostou das rimas de Nasa e Lecroy - And diz e a alguns gritam - Diferentemente, barulho pra quem gostou das rimas de Jotapê e Vicky - Plateia grita mais alto - Vicky e Jotapê 1 x 0! Mas nada está perdido. Quem terminou, começa. E tudo que vai?!
— Volta! - A plateia responde.
Apollo estava perto da gente e me entrega uma garrafa de água, eu agradeço e bebo.
Aluado solta o beat e eu sorrio. Puxo um grito e manipulo a plateia.
— Jotapê, Guarulhos demais! - Começo.
— Ei, Monteiro. Ei, Monteiro. Vamos mostrar com faz, pra mc ineficaz.
— Eu não sei se eles tão entendendo que isso aqui é guerra, não existe paz - Rimo gesticulando.
— Eu não tô aqui por mim, pelos ancestrais - Rima silabicamente .
— Tem que entender, que eu te mato aqui, GR ou Brás - Também silábico.
— Eu queria um mc bom, tira o Lecroy, chama o Sete - Ele rima me olhando.
— Sem maldade você não faz rima, vai perder pro anjo lá da zona norte!
— Manda mais uma - João pede.
— Mando mais uma. Nego cê é porra nenhuma! - Aponto pro Lecroy.
— Porque cê é estrela da norte, eu quero a premiação da estrela bet. Bet. Você é a Betty, a feia. Eu trouxe a rima bonita.
— Sem maldade, você pensa que é bom, mano sua voz me irrita - Gesticulo com a mão perto do ouvido.
— Pode ser na Aldeia, não importa eu ganho essa fita!
— Sem maldade eu salvo, só que hoje aqui na norte eu vou arrancar sua vida.
— Vamos subir, pra mostrar como que canta e como que se faz! - Assim que ele falou em "subir", eu já sorrio.
— Sem maldade se eu subir cês fica pra trás! - Subo minha voz.
— Sem maldade se eu subir eu sou mais eficaz!
— Eu sou devota a Jesus mas hoje ao satanás - Rimo pro Lecroy, o peitando.
A plateia toda grita euforicamente.
Eles respondem nosso ataque mas não conseguem vencer, então eu e meu irmão levamos o segundo round e passamos pra segunda fase.
Nós rimos e ele me abraça, me tirando do chão e rodando no ar, me fazendo rir mais.
Quando ele me coloca no chão, nós fomos com Apollo e Barreto, que nos abraçaram e comemoraram junto com a gente
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Onde o amor nos levará? - Apollo Mc
FanficVictória é a meia-irmã mais nova de João Pedro, mais conhecido como Jotapê. Assim como o irmão, ela também é Mc e começou a batalhar junto com ele na Batalha da Matriz. E durante os anos batalhando, eles conheceram quem hoje são seus melhores amigos...