Capítulo 4

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Ele solta o pescoço da mulher, que vai ao chão,  tocando seu pescoço e tossindo intensamente, tentando recuperar o fôlego. Olho para a cena, me sentindo péssima, mesmo sabendo que  culpa do que está acontecendo, não é minha. Vittorio está ofegante, nervoso e me olha de cima a baixo,  preocupado, analisando se elas conseguiram me ferir. Eu consigo entender o ocorrido, ao menos um pouco. Elas eram subordinadas a ele, pois obedeceram imediatamente e correram para longe apenas com a sua presença, de alguma forma eu estou incomodando-as.

— Você está bem ?— ele pergunta, ofegante.

— Eu estou. — respondo com convicção.

— Então vamos!

Saímos em direção ao seu carro para que me deixasse em casa como de costume. Após ele abrir a porta eu entro me acomodando como sempre, estava muito acostumada com aquilo o que me deixava confusa. Mas assim que ele senta no banco do motorista eu aproveito para tirar algumas dúvidas que mesmo tendo uma noção precisava saber deles.

— Quem são elas ? — olho para ele.

— Pessoas que fazem parte do meu...trabalho.— ele pensa antes de falar a última palavra.

— Por que dizem que eu estou roubando você de outra ?— fico com vergonha mas precisava saber.

— Não importa Giulia.— ele fica irritado.

— Claro que importa, quase levei uma surra!— reclamo.

— Eu impedi, você não levou... não importa!— fala mais alto, irritado.

Da a partida no carro seguindo o trajeto de todos os dias em retorno a minha casa. Olho para ele vez ou outra e constato que ainda estava tenso com o acontecido. Podia ouvir a sua respiração ofegante e, eu prefiro ficar em silêncio dessa vez.

— Terá uma corrida de carros a noite, quero te levar até lá, irei participar. — ele fala de repente.

Isso ativou minha curiosidade. Nunca havia visto uma corrida de carros antes, e  Vittorio estava sempre em seu luxuoso carro , não conseguia imaginar ele dentro de um carro esportivo, ou melhor, conseguia imaginar sim, deve ser incrivelmente atraente. Isso é bom, pois assim conseguiríamos esquecer o que aconteceu anteriormente. Não quero que o acontecimento do estacionamento abale nossos encontros casuais.

— Eu irei adorar. — Sorrio timidamente.

— Espero que sim. — ele me olha e sorri.

Ele parece estar mais leve. Conseguiu se acalmar falando sobre a corrida, e era bem melhor assim . Então, eu recordo que aquela noite estava marcada uma aula de piano importante, fico pensativa, pensando em voltar atrás no seu convite, mas, não iria conseguir negar. A vontade de estar com ele é ainda maior. Irei tentar suprir essa aula depois, mas não perderei por nada aquela corrida.

Ele parou a frente da minha casa como de costume, saí do carro dando um último olhar na direção dele, que me encarava com aqueles olhos cor de esmeralda. Nos lábios um sorriso de canto, não canso de admirá-lo.

— Até mais tarde. Um dos meus homens vem lhe buscar .— ele se despede.

Apenas sorrio, e caminho em direção a minha casa ouvindo o cantar de pneus quando ele da a partida e desaparece rapidamente. Isso já virou um hábito.

Durante a tarde fiz trabalhos de faculdade e quando subo ao meu quarto, olho para o espelho e fico observando o meu reflexo , sentindo-me uma garota sem graça realmente , lembrando das palavra daquelas mulheres. Elas eram bem diferentes de mim, suas roupas decotada evidenciando os seios fartos, a maquiagem bem feita e cabelos bem cuidados. Eu precisava ao menos estar a altura de ser sua convidada naquela corrida, precisava ter algo legal para vestir.

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